Usinas nucleares às margens do Rio São Francisco

Governo quer usina nuclear no Nordeste

O governo federal planeja implantar quatro usinas de energia nuclear até 2030, sendo duas no Sudeste e duas no Nordeste. O investimento previsto para cada uma delas varia de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões.

O presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Dilton da Conti, disse ontem que a estatal tem interesse de ser parceira da empresa Eletronuclear nas unidades que a União pretende implantar na Região. A Eletronuclear detém o monopólio na operação de usinas nucleares no Brasil.

A aprovação da licença ambiental dos empreendimentos do Rio Madeira (em Rondônia) ? que ocorreu na última segunda-feira ?  esquentou mais uma vez a discussão sobre a implantação de usinas nucleares, já que vários empresários voltaram a afirmar que as futuras hidrelétricas não vão suprir toda a necessidade de geração de energia elétrica do País.

?Há uma nova era para a energia nuclear. Vários países estão voltando para a tecnologia nuclear, porque ela está totalmente dominada?, afirmou Dilton da Conti. Os diretores das duas estatais já trocaram telefonemas e no final deste mês, o presidente da Chesf deverá visitar a diretoria da Eletronuclear.

Dilton defendeu também que vazamentos como o de Chernobyl (na antiga Rússia) e o de Three Miles Island (nos Estados Unidos) não vão ocorrer mais, porque a tecnologia usada nestas geradoras evoluiu muito e isso aumentou o nível de segurança dos equipamentos.

?As hidrelétricas sozinhas não vão dar conta do recado. Não há mais possibilidades significativas de geração de energia hidrelétrica no Nordeste?, argumentou o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Mariz.

O local mais provável das usinas nucleares no Nordeste seria depois de Xingó, às margens do Rio São Francisco. Esta localidade está sendo avaliada por dois motivos. Primeiro porque uma usina de energia nuclear precisa de muita água para ser usada no sistema de refrigeração. O segundo é que uma usina nuclear geralmente é instalada numa área de baixa densidade populacional, porque devem existir planos de segurança que exigem a retirada de todas as pessoas próximas da planta industrial em caso de emergência, segundo técnicos da Eletronuclear. Esta exigência ocorre somente porque é mais fácil desocupar uma área com poucas pessoas do que uma muito populosa.

A fabricação da energia a partir de reatores de energia nuclear é um processo limpo, pois só joga vapor de água na atmosfera. No entanto, o maior problema continua sendo o lixo gerado na fabricação. Ele tem que ser armazenado por muitos anos, em condições seguras, porque é altamente radiativo. ?Ele tem que ser guardado, no mínimo, por 300 anos?, comentou o professor da UFPE, Heitor Scalambrini.

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