Estado criminoso: Na Colômbia há mais de 60.000 casos de pessoas desaparecidas

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61.604 pessoas desaparecidas desde 1942, das quais 16.655 seriam casos de desaparecimento forçado

A Colômbia registra 61.604 pessoas desaparecidas desde 1942, das quais 16.655 seriam casos de desaparecimento forçado, revelou o Defensor do Povo, Vólmar Pérez, ao comemorar nesta terça-feira no dia internacional dos desaparecidos.

Do total acumulado até o passado dia 26 de agosto, 14.427 eram mulheres e 47.177 homens.

O Defensor explicou que, segundo o Registro Nacional de Desaparecidos, cerca de 16.655 pessoas sofreram desaparecimento forçado. Destas, 249 foram encontradas vivas e 557 mortas.

Pérez, presidente da Comissão de Procura de Pessoas Desaparecidas, destacou que a Colômbia é uma das nações com maior número de desaparecidos no mundo.

“Os diferentes fatores de violência que vive o país constituem o contexto em que se apresenta o delito do desaparecimento forçado, feito que pode ir acompanhado de tortura, violência sexual, homicídio agravado e sequestro”, disse o servidor público em um foro nesta terça-feira.

“A prática sistemática do desaparecimento forçado de pessoas constitui um crime de lesa humanidade”, acrescentou.

A Colômbia vive um conflito armado interno faz mais de 50 anos que implica guerrilhas, paramilitares, narcotraficantes, e as forças repressivas da oligarquia.

Paralelamente, a Promotoria indicou que um total de 3.473 agentes do Estado são pesquisados por sua suposta participação em violações dos direitos humanos, entre elas 1.598 homicídios.

Segundo a promotora Viviane Morales Hoyos, atualmente a Unidade de Direitos Humanos do organismo adianta 8.295 investigações por casos de violações aos direitos fundamentais, “das quais 1.598 correspondem a homicídios cometidos possivelmente por agentes do Estado”.

Segundo a servidora pública, do total de agentes do Estado pesquisados, “1.489 já têm acusação formal por parte de promotoras de Direitos Humanos, enquanto se conseguiram 315 condenações”.

Vários desses casos corresponderiam a execuções extrajudiciais de civis apresentados como guerrilheiros mortos em combate (falsos positivos), uma prática que foi denunciada em 2008.

Com essas execuções, alguns militares buscavam mostrar bons resultados na luta antisubversiva para obter em troca benefícios como prémios e dias de folga.

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