Indígenas Mapuche mantêm rechaço à proposta de diálogo do Governo

Adital – Porta-vozes do povo indígena mapuche mantêm seu rechaço à proposta da mesa de diálogo que realizou o presidente do Chile, Sebastián Piñera, por considerar que a mesa representa uma manobra para tratar de silenciar o protesto que leva a cabo essa comunidade originária.

Representantes dos indígenas presos em cárceres chilenos se opõem à proposta do Governo de Piñera porque não se ajusta às demandas do povo mapuche. A mesa de diálogo anunciada pelo mandatário chileno está prevista para se estabelecer desta à próxima semana no cerro Ñielol de Temuco, centro do Chile, para tratar do conteúdo do denominado Plano Araucanía.

Natividad Llanquileo, representante dos membros da comunidade mapuche enclausurados na prisão El Manzano de Concepción, qualificou a iniciativa do Governo como “jogo de luzes” e assegurou que “são anúncios dos que nos informamos pelos meios de comunicação”.

Ademais, Llanquileo ressaltou que o problema atual se centraliza na greve de fome que 34 prisioneiros mapuche mantêm há mais de 70 dias em protesto pela aplicação de uma lei herdada da ditadura militar do general Augusto Pinochet no Chile (1973-1990).

“Temos um problema pontual a resolver que é a greve de fome, os demais são voadores de luzes. São somente anúncios dos que nos informamos pelos meios de comunicação”, expressou.

Por sua vez, Erick Millán, porta-voz dos familiares dos presos mapuche em Temuco, considerou que o Governo chileno, com a proposta de diálogo, “tenta aparentar que soluciona o problema” e assinalou que “não temos recebido nenhum chamado, assim que não vamos nos sentar na mesa”.

Millán anunciou que o protesto seguirá “até as últimas consequências” se não se negocia a retirada de cargos por aplicação da denominada Lei Antiterrorista aos prisioneiros mapuche.

Na sexta-feira passada, o presidente Piñera anunciou o estabelecimento de uma mesa de diálogo com setores do povo mapuche na qual não se discutirá sobre as demandas dos membros da comunidade em greve de fome, mas sim que, em seu lugar, abordar-se-á o referente a um suposto plano de desenvolvimento para a região da Araucanía.

Há 71 dias, 34 presos mapuche mantêm uma greve de fome depois de serem encarcerados por terem reclamado o direito à propriedade de suas terras ancestrais.

A notícia é da Telesur

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=51071

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