O 46º Festival de Inverno da UFMG tem como tema O Bem Comum e traz shows, oficinas, atividades artísticas
Deborah Couto – O Tempo
De volta a Belo Horizonte depois de 14 edições em Diamantina, o 46°Festival de Inverno da UFMG traz ao campus da universidade, na Pampulha, uma segunda-feira com programação focada na cultura indígena.
“O festival pretende apresentar a realidade dos povos indígenas no Brasil e as dificuldades por que passam”, diz Tonico Benites, da tribo Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul, psicólogo e doutor em antropologia pela UFRJ.
“Minha pesquisa abrange os conflitos de terras que envolvem fazendeiros, o governo e a polícia federal. São problemas judiciais em torno de posses, que mostram a lentidão do governo para agir sobre interesses particulares, cercados de pistoleiros e jagunços. Por ter desenvolvido essa pesquisa o festival me convidou”, conta Tonico, que presidirá a Assembleia dos Povos Indígenas.
Segundo ele, o evento vai reunir representantes de outras etnias que também vivem esses conflitos no Brasil. “Há os índios Terena, também do Mato Grosso do Sul, que passam por problemas com terras litigiosas e tiveram parte de seu povo assassinado pela Polícia Federal. Eles sofrem com ameaças de várias ordens judiciais e extrajudiciais (jagunços)”, diz.
Benites cita também a participação dos povos Caingangues, Guarani Mbya, Mundurucu, Pataxó e Maxakali, todos com representantes presentes no festival.
O 46º Festival de Inverno da UFMG tem como tema O Bem Comum e traz shows, oficinas, atividades artísticas, além de debates de questões como a mobilidade, a moradia, a posse e uso da terra, o conhecimento ancestral, o protagonismo da sociedade na produção e circulação de conteúdo e o acesso à mídia.
Para conferir a programação, acesse: 46festivalufmg.wordpress.com
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Janete Melo.
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