A CONAQ – Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – vem, por meio desta, cobrar da justiça e do estado Brasileiro uma resposta rápida e punição severa aos envolvidos no ataque à comunidade quilombola Brejo do Arapuim, na Zona Rural de Verdelândia, Minas Gerais. O ataque foi realizado na tarde de domingo, por volta de 14h. Os quilombolas foram surpreendidos por 10 homens encapuzados e fortemente armados, que chegaram em uma Toyota Hilux e uma Mitsubishi L200. Eles mandaram as pessoas deitarem no chão, atiraram e distribuíram pancadas. Os homens ainda roubaram dinheiro e celulares dos membros da comunidade e fugiram nos veículos, deixando duas pessoas baleadas e várias outras feridas.
Ataques como este em Minas Gerais fazem parte de um leque de inúmeros casos de violências contra lideranças quilombolas no Brasil. Casos como o acontecido nas últimas férias de final de ano na Bahia, onde lideranças quilombolas de Rio dos Macacos foram agredidas e torturadas por soldados da Marinha e que até o presente momento não foram apurados e punidos os envolvidos, são cada vez mais constantes. Tememos a não punição dos envolvidos, pois com o aumento das ameaças e a sensação de insegurança aos direitos constitucionais de acesso à terra, os quilombolas vêm sofrendo vários ataques nos últimos períodos. Direitos estes que são ameaçados diariamente por setores conservadores da sociedade Brasileira e pela bancada ruralista no Congresso Nacional.
Garantir terra aos quilombolas é reconhecer o direito à cidadania desta parcela da população Brasileira que ainda vive a mercê das balas dos “Coronéis” e não sob proteção do estado Brasileiro.
A CONAQ e todos os quilombolas do país cobram justiça e agilidade nos processos de demarcação de terras para evitar massacres como este ocorrido em Minas Gerais.