Latinidades: Cinco importantes vozes internacionais femininas e feministas, vindas de quatro países diferentes, recebem a imprensa no dia 23 de julho, no Museu da República, às 19h

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Patricia Hill Collins, socióloga norte-americana que luta contra a vulnerabilidade da mulher negra nos atuais sistemas de poder; Paulina Chiziane, escritora moçambicana, que descobriu na contação e redação de histórias um meio de refletir sobre a condição da mulher africana; Inês Morales, ativista equatoriana; a costarriquenha Shirley Barr, ativista do movimento negro latino-americano e especialista em feminismo africano; e Angela Davis, ativista norte-americana e uma das maiores referências do feminismo negro estarão juntas para um bate-papo com jornalistas e comunicadores. As convidadas estarão acompanhadas de tradutoras.

Patricia, Paulina, Inês, Shirley e Angela Davis são algumas das personalidades que participam da 7ª Edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha, o maior festival de mulheres negras da América Latina, em conferências e debates sobre o tema “Griôs da Diáspora Negra”. Nesta 7ª Edição, o Latinidades conta ainda com a participação de outros e outras 14 conferencistas e palestrantes do todo o Brasil e do mundo, que irão discutir e apresentar temas ligados à saúde, sabedoria ancestral, política, sustentabilidade, igualdade racial, religião, vulnerabilidade da mulher negra e o enfrentamento ao racismo e ao sexismo.

O Latinidades, desde 2008, dá visibilidade ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha – 25 de julho –, fazendo convergir, num mesmo espaço e ao longo de seis dias, atividades formativas, de iniciativa do Estado e da Sociedade Civil. No Brasil, o Dia Nacional da Mulher Negra foi sancionado em 2 de junho deste ano, pela presidente Dilma Rousseff, por meio da Lei n. 12.987.

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A organização do Festival não irá arcar com despesas de traslados e hospedagem.

Angela Davis

Filósofa, escritora, professora e ativista conhecida internacionalmente por seu trabalho contra o racismo, o sexismo e outras formas de opressão nos EUA e no mundo. O ativismo político de Angela Davis começou quando ela era jovem, em Birmingham, Alabama, e continuou nos seus anos de colégio em Nova York. Em 1969, foi afastada da sua função de professora do Departamento de Filosofia na Universidade da Califórnia em represália a seu ativismo social e à sua filiação ao Partido Comunista nos EUA. Atuou conjuntamente com o SNCC (Comitê de Coordenação Estudantil de Não-Violência) e com o Partido dos Panteras Negras. Em 1970, sob acusações falsas, seu nome ocupou a lista dos dez mais procurados do FBI, e foi objeto de uma busca policial intensa, que culminou em um dos julgamentos mais famosos da história recente dos EUA. Durante seu encarceramento de dezesseis meses, uma enorme campanha internacional “Libertem Angela Davis” foi organizada, levando à sua absolvição em 1972. Hoje suas análises sobre a necessidade de uma emancipação plena passam pela crítica veemente do sistema capitalista que se sustenta mediante o encarceramento em massa dos chamados sujeitos indesejados, ou seja, negros, latinos e outras minorias políticas não brancas. Ela é uma dos membros fundadores da Resistência Crítica [Critical Resistance], uma organização estadunidense dedicada ao desmantelamento do complexo industrial de prisões. É autora de vários artigos, ensaios e dos livros: If They Come in the Morning: Voices of Resistance (1971); Angela Davis: An Autobiography (1974), Joan Little: The Dialectics of Rape (1975); Women, Race, & Class (1983); Women, Culture & Politics (1990); The Angela Y. Davis Reader (1998); Blues Legacies and Black Feminism: Gertrude “Ma” Rainey, Bessie Smith, and Billie Holiday (1999); Are Prisons Obsolete? (2003); Abolition Democracy: Beyond Prisons, Torture, and Empire (2005); e The Meaning of Freedom (2012).

Patricia Hill Collins

Uma das principais teóricas do Feminismo Negro, Patricia Hill Collins é atualmente professora de Sociologia na Universidade de Maryland, EUA. Antes disso, atuou como chefe do Departamento de Estudos Afro-Americanos da Universidade de Cincinnati, e foi presidente do American Sociological Association Council. Em suas análises, argumenta que vivemos em sociedades organizadas em sistemas de poder que articulam raça, gênero, sexualidade, classe, nacionalidade, território, etc. Esse jogo de forças pressupõe a existência de sujeitos sociais destinados à subalternidade. Nesse cenário de desigualdades, as mulheres negras aparecem entre os mais vulnerabilizados. Por outro lado, ao nos colocarmos em choque com essa dinâmica de opressão, isso nos torna sujeitos críticos privilegiados, na medida em que nossas experiências individuais e coletivas favorecem a observação e a análise profunda do cenário global em que estamos inseridas, e no qual nos achamos articuladas com os/as demais. Entre as suas várias publicações, destacam-se: Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment (1990); Race, Class and Gender: An Anthology (1992); Fighting Words: Black Women and the Search for Justice (1998); Black Sexual Politics: African Americans, Gender, and the New Racism (2005); From Black Power to Hip Hop: Racism, Nationalism, and Feminism (2005); Another Kind of Public Education: Race, the Media, Schools, and Democratic Possibilities (2009); On Intellectual Activism (2013).

Paulina Chiziane

Escritora moçambicana nascida em 1955, na província de Gaza. Cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, anteriormente chamada de Lourenço Marques. Cursou Linguística na Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Tornou-se contadora de histórias a partir da influência de sua avó, e partir daí publicou vários contos em jornais moçambicanos, articulando a tradição oral e a escrita. Suas histórias falam sobre experiências humanas em tempos difíceis, esperança, amor, e tem a mulher como uma figura central para se refletir sobre o passado e o presente do continente africano. Sua participação como militante da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e sua colaboração como enfermeira da Cruz Vermelha contribuíram decisivamente para sua formação e seu entendimento acerca da realidade do país, o que também se reflete na sua escrita. É autora dos seguintes livros: Balada de Amor ao Vento (1990); Ventos do Apocalipse (1993); O Sétimo Juramento (2000); Niketche: uma história de poligamia (2002); O Alegre Canto da Perdiz (2008); Na mão de Deus, com Maria do Carmo Silva (2013); e Por Quem Vibram os Tamborem do Além (2013).

Shirley Campbell Barr

Costarriquenha e descendente de jamaicanos, Shirley Campbell Barr é antropóloga, escritora e ativista do movimento negro latino-americano. Estudou Drama, Literatura e criação literária no Conservatório de Castella, Costa Rica, tendo se tornado professora desta instituição. Graduou-se em Antropologia pela Universidade da Costa Rica, especializou-se em Feminismo Africano na Universidade do Zimbábue, em Harare; e obteve o título de mestre em Cooperação Internacional para o Desenvolvimento pela Universidade Católica de Santa María/Fundación Cultural y de Estudios Sociales (CIES) – Castellón, Espanha/ Arequipa, Peru. Sua poética, centrada na figura da mulher negra, incorpora o repertório das múltiplas formas de resistências afro-diaspóricas. Autoestima, resiliência, altivez e identidade são noções facilmente acessadas em seus poemas publicados nos livros Naciendo (1988), Rotundamente negra (1994) e Desde el principio fue la mezcla (2007).

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