As negociações para se buscar um consenso sobre o Projeto Novo Recife, a ser executado no Cais José Estelita, no bairro de São José, Centro, começam a voltar a fluir. Após uma reunião comandada pelo prefeito Geraldo Julio que durou mais de seis horas, na sede da prefeitura, integrantes do Movimento Ocupe Estelita e de sete entidades da sociedade civil chegaram a um acordo parcial sobre ajustes nos procedimentos para o redesenho do projeto. Na próxima sexta-feira (4), às 9h, já está marcado um encontro técnico sobre as diretrizes a serem consideradas no redesenho do projeto.
“Estamos sentindo que as negociações começam a fluir”, disse Chico Ludermir, um dos seis representantes do grupo no encontro. “Eles concordaram com vários pontos que apresentamos e há alguns, considerados nevrálgicos, que não foram aceitos e pedimos para refletirem melhor, mas entendemos ter havido avanços e vontade por parte da prefeitura de buscar um consenso”, complementou a advogada Liana Cirne.
A comitiva do Ocupe Estelita saiu da reunião pouco antes das 21h, deixando os demais componentes do fórum discutindo as pendências. A principal reivindicação era de que as novas diretrizes fossem submetidas ao Conselho das Cidades, o que implicaria em mudar as normas urbanísticas em vigor, por isso foi rejeitada, conforme o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Urbano, Antônio Alexandre. “Estamos numa mesa de negociação e entendemos que essa medida travaria o processo”, justificou, ao fim do encontro, às 21h45. Trocando em miúdos, a proposta era zerar o processo de liberação do projeto.
Alguns ajustes foram feitos nos procedimentos de negociação – elaborados em conjunto pela prefeitura e sete entidades, no dia 16 passado. Os ativistas pediam para participar de todas as reuniões, aceitaram estar presentes apenas nas deliberativas. Outro ponto é submeter o projeto, depois de alterado, a órgãos ambientais, de cultura e de patrimônio histórico. “O que é natural”, salientou o secretário. A prefeitura entrou como mediadora do processo no dia 2 de junho e as discussões têm contado com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB), Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea) e Observatório do Recife).