Por Sassa Tupinambá, em Índios Online
Hoje pela manhã chegou a notícia que um Tupinambá foi assassinado ontem à noite, numa Retomada que fica à 40 Km do centro de Ilhéus. As lideranças tentaram entrar em contato com algum indígena de lá, mas os celulares chamados estavam fora da área do sinal, o que dificultou a confirmação do crime.
Por volta das 10h00, algumas lideranças que estavam em Olivença subiram a serra, em busca de notícias. Chegando na casa (dentro da Retomada) de “Antônio Pretinho”, 60 anos, as portas estavam abertas e seu cachorro estava assustado na frente da casa, as lideranças deram a volta pelos fundos e encontraram o corpo do Tupinambá, alvejado de tiros. Acredita-se que tiros na cabeça foram os que tiraram a vida do Guerreiro Tupinambá, atingido a queima roupa, sem chances de se defender.
Testemunhas disseram que dias antes ele encontrara com o fazendeiro, chamado José Araújo, conhecido como Araújo. Na conversa o fazendeiro disse que o juiz havia autorizado que o mesmo entrasse na retomada para colher o cacau maduro e que iria mandar alguns homens para fazer o serviço. Acontece que o mesmo faltara na última audiência e não é verdade que o juiz dera a tal autorização. Como sempre, o fazendeiro usa de falsa informação para oprimir indígenas.
O Exército ainda está na região, mas “está coagindo apenas os indígenas”, reclama uma das lideranças. “Chegam nas nossas comunidades com armas pesadas, dão ordem para parar e revistam tudo, até nossas compras são jogadas pelo chão”, continua a liderança indignada. São vários os relatos de arbitrariedades dos soldados da Força Nacional e do Exército contra a população indígena, mas nada fazem para impedir a pistolagem promovida pelos “coronéis” de Ilhéus.
O Exército não está impedindo os assassinatos dos Tupinambá. Os ataques nas comunidades retomadas acontecem rotineiramente e a cada dia mais pistoleiros são recrutados.
Enquanto não sair a demarcação do Território os assassinatos continuarão, a cada dia sem assinar a homologação do território Tupinambá, aumenta o sangue nas mãos de Dilma.
Comunidade de Santana, Município de Ilhéus Sul da Bahia.