A inquietude quilombola de Emília em Matões dos Moreiras

Ana Emília Moreira Santos
Ana Emília Moreira Santos

Mayron Régis,  

Eles se cumprimentaram no meio da rua com um aperto de mão e com algumas palavras. O nome dela não esquecera, desde o dia em que a vira num vídeo gravado na internet. Ele estendeu a mão e pronunciou o nome: Emília. Ao ouvir seu nome, ela o reconhece de algum lugar.

Em uma conversa com Ana Reis, ela perguntara o nome dele e o seu ramo de atuação. Ela liderava a comunidade quilombola dos Matões dos Moreiras, localizada no município de Codó.  Ele mantivera firme a lembrança de Emília por conta de uma cerimônia, na qual ela recebera um documento das mãos da presidente Dilma Roussef. Nessa cerimônia se fizeram presentes outras tantas comunidades quilombolas do Brasil. Do Maranhão, apenas Matões dos Moreiras.

Ela discursaria para a presidente e para os demais, contudo a emoção a desencorajara. Não houve nada que a impedisse na luta pela regularização do território de Matões. A comunidade obtivera mais de três mil hectares, mas só parariam a mobilização depois que o governo federal regularizasse o território integralmente. Os quilombolas pretendiam mais de cinco mil hectares. O restante do território se encontrava nas mãos de um proprietário e da empresa Maratá que desmataram bastante para a criação de gado. (mais…)

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Situação dos jovens e adolescentes índios da Amazônia Legal será debatida na CDH

Foto: Cimi
Foto: Cimi

CenárioMT

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou em junho do ano passado que a violência contra as comunidades indígenas cresceu 237% entre 2011 e 2012. Entre os casos, estão ameaças de morte, homicídios, tentativas de assassinato, racismo, lesões corporal e violência sexual.

A Comissão Pastoral da Terra, por sua vez, informou em abril deste ano que ao mesmo tempo em que caem os assassinatos no campo, aumenta a violência contra os índios. Segundo a CPT, dos 1.266 conflitos catalogados em 2013, 205 (16,2%) estavam relacionados a povos indígenas. Em 2012, esse percentual ficou em 12,6%.

A violência contra os adolescentes e jovens índios que vivem nos estados da Amazônia Legal é um dos temas a ser discutidos na audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) promove nesta terça-feira (03), às 14h. (mais…)

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“A morte da floresta é a morte de nosso povo”: Ameaças, perseguições e agressões aos Ka’apor na Terra Indígena Alto Turiaçu, Maranhão

Madeira cortada e sendo carregada MA

É com muita tristeza que nós Ka’apor, da Terra Indígena Alto Turiaçu continuamos denunciando as agressões e invasões de nosso território. Mesmo a gente realizando autovigilância, autofiscalização e limpeza dos limites com identificação dos marcos demarcatórios com recursos e esforços próprios não estamos sendo respeitados em nossos direitos. Está sendo difícil realizar o trabalho de proteção com tamanha estrutura de armamento e violência que a gente vem sofrendo pelos madeireiros.

Após várias operações realizadas pela Polícia Federal e Ambiental (do Estado), Exército, Funai e Força Nacional em outros territórios indígenas e áreas de proteção no Maranhão, a maioria veio para nossa região para retirar madeira. Nossa área é a única no Maranhão que possui uma área extensa de floresta. Esses órgãos do governo e funcionários da Funai fazem ações expulsando os agressores, mas não dão suporte e nem criam postos de vigilância e proteção. Com isso, ficamos mais expostos a ameaças e violência pelos agressores. (mais…)

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Monsanto, a semente do diabo

esthervivas

A história da Monsanto “é a história da sacarina e o aspartame, do PBC, do agente laranja, dos transgênicos. Todos fabricados, ao longo dos anos, por esta empresa. Uma história de terror”, escreve a jornalista e ativista política e social Esther Vivas, em artigo publicado pelo jornal espanhol Público, 29-05-2014. A tradução é do Cepat. Eis o artigo.

IHU On-Line – “A semente do diabo”. Foi assim que o popular apresentador do canal estadunidense HBO, Bill Maher, em um de seus programas e em referência ao debate sobre os Organismos Geneticamente Modificados, batizou a multinacional Monsanto. Por quê? Trata-se de uma afirmação exagerada? O que esconde esta grande empresa da indústria das sementes? No último domingo, justamente, foi o dia mundial de luta contra a Monsanto. Milhares de pessoas em todo o planeta se manifestaram contra as políticas da companhia.

A Monsanto é uma das maiores empresas do mundo e a número um em sementes transgênicas. No mundo, 90% dos cultivos modificados geneticamente contam com seus traços biotecnológicos. Um poder total e absoluto. A Monsanto está na liderança da comercialização de sementes e controla 26% do mercado. Mais longe, vem a DuPont Pioneer, com 18%, e Syngenta, com 9%. Somente estas três empresas dominam mais da metade do mercado, com 53% das sementes que são compradas e vendidas em escala mundial. As dez maiores controlam 75% do mercado, segundo dados do Grupo ETC. O que lhes proporciona um poder enorme na hora de impor o que se cultiva e, consequentemente, o que se come. Uma concentração empresarial que aumentou nos últimos anos e que corrói a segurança alimentar. (mais…)

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O racismo e a sonegação da história afrodescendente no Rio Grande do Sul. Entrevista especial com Jorge Euzébio Assumpção

Foto: Blog Museo de Julio de Castilhos
Foto: Blog Museo de Julio de Castilhos

“Há uma apropriação do passado dos negros pelos imigrantes não só por causa dos imigrantes, mas devido ao mito de o Rio Grande do Sul ser um estado diferenciado”, pontua o historiador

IHU On-Line – “Qual é o símbolo de que temos presença negra no Rio Grande do Sul?”, pergunta Jorge Euzébio Assumpção, na entrevista a seguir, concedida pessoalmente à IHU On-Line. A resposta é categórica: “Nenhuma. Não há nenhum símbolo que demonstre a presença negra no estado. O negro passa quase que invisível pela história do Rio Grande do Sul e essa invisibilidade faz parte do racismo sulino, ou seja, ao negar e sonegar o papel dos negros no estado, estamos praticando um ato de racismo, porque se está, inclusive, escondendo as fontes históricas”.

Autor do livro Pelotas: escravidão e charqueadas 1780-1888 (Fcm Editora, 2013), resultado da sua dissertação de mestrado, o historiador demonstra que os afrodescendentes tiveram um papel fundamental no desenvolvimento econômico do Rio Grande do Sul, o qual é atribuído majoritariamente aos imigrantes alemães, italianos e açorianos, que colonizaram o estado a partir da segunda década de 1800. “Com a criação das grandes charqueadas, a partir de 1780, houve uma introdução de negros em grande escala no Rio Grande do Sul.

Pelotas foi a cidade em que proporcionalmente houve maior número de trabalhadores escravizados no Rio Grande do Sul, e, por consequência, o maior número de negros proporcionalmente. Calcula-se que Pelotas chegou a ter mais de 70% da sua população descendente de negros escravizados ou não”. Assumpção esclarece que não está negando o valor do imigrante na história gaúcha, “mas tentando restabelecer uma ordem de dizer que não foram somente os imigrantes os responsáveis pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul, mas também os negros, os quais tiveram uma participação anterior à do imigrante”. (mais…)

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Mais combustível na luta em Belo Monte, por Claret Fernandes*

*para Combate Racismo Ambiental

A terça-feira (27) no Xingu foi muito movimentada e especialmente grande, desde duas da madrugada até onze horas da noite. Famílias atingidas por Belo Monte, organizadas no MAB, fecharam a rodovia que dá acesso ao canteiro de obras da barragem, no mesmo local onde já haviam trancado no dia treze de março.

A solidariedade é visível durante a mobilização: a maioria dos transeuntes apoia a luta, sinal de que Belo Monte se torna cada vez menos palatável. Até empresários locais que chegaram a imaginar novas oportunidades de negócios já perderam a ilusão.

Dois jovens passam pela estrada, veem o povo, vão à rua e compram pão. Pouco em quantidade, mas muito no simbolismo.

Um leiteiro, que faz entrega de casa em casa, vai com duas latas na garupa da moto e, também, passa um pouco de leite para os manifestantes. Militantes e simpatizantes se colocam nas diversas tarefas, tudo pela Causa, no nível de consciência que aos poucos vai crescendo, desde as tarefas de segurança, preparação de alimento, até a condução política de um processo de luta.

Nenhuma dessas tarefas é simples! E todas são importantes e necessárias na conquista do direito e da consciência liberta.

A indignação, também, cresce cada vez mais. A Norte Energia, enquanto empresa privada, trata o direito como um negócio, e isso é um desastre para os atingidos, para os operários da obra e para toda a região de implantação da barragem. (mais…)

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Lógica binária: nosso maior orgulho nacional, por Leonardo Sakamoto

Leonardo Sakamoto

Criticou gastos para a Copa? Não gosta de futebol.

Foi à rua protestar? Quer derrubar o governo.

Elogiou uma ação do governo federal? Petralha.

Comentou que uma política de São Paulo era boa? Tucanalha.

É de esquerda? Então tem que fazer voto de pobreza.

É de direita? Chicoteia os empregados.

Defendeu sem-teto? Se não levar para casa, é hipócrita.

Torceu o nariz para o machismo? É bicha.

Fumou maconha? Amanhã, vai fumar crack.

Não tem Deus no coração? É do mal.

Criticou a violência policial? Quer policiais mortos.

Foi contra linchamento? É a favor de bandido. (mais…)

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Forças Armadas vão participar da segurança das seleções após falha no Rio

Ivan Richard – Repórter da Agência Brasil 

Após o episódio em que o ônibus da seleção brasileira foi cercado por manifestantes na saída de um hotel, na última segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, o esquema de segurança das delegações será reforçado e terá o apoio de homens das Forças Armadas. Os militares auxiliarão no deslocamento das seleções e na segurança dos locais de treinamento.

Ontem, 30 militares já foram deslocados para a Granja Comary, em Teresópolis, local de treinamento da Seleção Brasileira, segundo o Ministério da Defesa. No Rio de Janeiro, a mudança foi definida após reunião, ocorrida na última terça-feira (27), entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi.

De acordo com o Ministério da Defesa, a participação das Forças Armadas no esquema de segurança da Copa nas 12 cidades-sede já estava previsto, conforme autorização dada pela presidenta Dilma Rousseff. Segundo o Artigo 5, do Decreto 3.897 de 2001, usado pela presidenta, o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem (GLO), deverá ser episódico, em área previamente definida e ter a menor duração possível. (mais…)

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México: Violência impede que mulheres exerçam seus direitos

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Por Ana Lilia Esquivel Ayala – Noticias Aliadas / Adital

A violência contra as mulheres é um problema mundial que traspassa as fronteiras, não distingue idade, níveis educativos nem grupos socioeconômicos. A falta de reconhecimento, aceitação e denúncia desse fenômeno dificulta sua análise, ao mesmo tempo em que oculta sua magnitude.

Carmen Saavedra Saldívar, chefe da Unidade Departamental do Instituto das Mulheres do Distrito Federal (Inmujeres DF – Cuauhtémoc), em entrevista à Notícias Aliadas, assinala que a violência contra as mulheres é parte do sistema patriarcal no qual vivemos, da desigualdade entre homens e mulheres.

No México, com a finalidade de conhecer e entender para posteriormente atender à violência contra as mulheres, desde 2003, é realizada a Pesquisa Nacional sobre a Dinâmica das Relações nos Lares (ENDIREH, por sua sigla em espanhol), cujo objetivo em sua primeira versão foi dimensionar, caracterizar e conhecer a prevalência da violência entre casais. Posteriormente, em 2006, a perspectiva foi mais ampla: conhecer a frequência e magnitude da violência no interior dos lares e a dinâmica das relações de casal, além de identificar a discriminação, agressão e violência padecida em distintos âmbitos (escolar, trabalhista e social-comunitário). (mais…)

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Jornada da Agroecologia deve reunir 2.500 participantes no Paraná

Jornada Agroecologia_1Da Página do MST

Serão 2500 camponeses e camponesas, estudantes, professores, pesquisadores, integrantes de organizações, sindicatos, associações, movimentos sociais da cidade e do campo, reunidos de 4 a 7 de junho na 13ª Jornada de Agroecologia, que acontece na Escola Milton Santos (EMS), em Maringá, Paraná.

Realizada anualmente pela Via Campesina, a Jornada representa a síntese do processo de construção da agroecologia e embate ao agronegócio, consolidando-se como uma escola popular e camponesa. Tem por objetivo Construir um Projeto Popular e Soberano para a Agricultura, criando também um espaço para mobilização, estudo e troca de experiências.

Uma mística realizada por trabalhadores e trabalhadoras da região norte e centro oeste do Paraná dará início a Jornada na próxima terça-feira (4), às 10h, seguido de ato oficial de abertura.

Já na parte da tarde acontece a primeira grande conferência, com o tema central “O Projeto do capital para a Agricultura – o Agronegócio: análise e denúncia”. O espaço terá a participação do coordenador nacional do MST, Gilmar Mauro, e Darci Frigo, da coordenação da Terra de Direitos. (mais…)

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