Museu Ambiental Casa do Velho Chico realizará atividades para conscientizar a população sobre a real situação do rio São Francisco
Por Helio Fialho – MTE/AL 1644
O Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco vai ser comemorado em Pão de Açúcar, no próximo dia 3 de junho. O tema da comemoração este ano é “Eu viro carranca pra defender o Velho Chico”.
O CBSF através de suas Câmaras Consultivas Regionais (CCR) programou algumas ações e atividades para serem realizadas nos municípios ribeirinhos, objetivando simbolizar a vida no rio São Francisco, apelidado carinhosamente de “Velho Chico”.
Órgãos e entidades ambientais também estão se preparando para desenvolver algumas atividades voltadas para a preservação do rio São Francisco, que serpenteando banha cinco estados e 160 cidades, isto é, Minas Gerais (73), Bahia (34), Pernambuco (26), Alagoas (16) e Sergipe (11).
Genuinamente brasileiro, o São Francisco é considerado um dos mais importantes rios do País, embora ao longo de sua existência vem sendo barbaramente agredido e desrespeitado pelo homem civilizado que, impulsionado pela insana ambição camuflada de progresso, promoveu o desmatamento de suas matas ciliares e a catastrófica construção de barragens, a exemplo de Três Marias (MG), Sobradinho (BA), Itaparica (BA), Apolônio Sales (BA) e Xingó (entre Sergipe e Alagoas).
Ao longo de seus 2.700 quilômetros, o Velho Chico é bombardeado por milhares de esgotos e de toneladas de lixo que são jogados diretamente nas suas águas, prejudicando, assim, este grande manancial que nos primórdios foi chamado pelos índios de “Opara” e durante a passagem de Américo Vespúcio, em 1.501, foi batizado de rio São Francisco, para homenagear “o santo dos pobres”, isto é, São Francisco de Assis.
Outro problema que está causando insônia nos ambientalistas ribeirinhos é o famigerado Projeto de Transposição de suas águas, cujas obras estão sendo executadas pelo Governo Federal. “Este projeto significa o tiro de misericórdia para o nosso Velho Chico, pois um paciente que se encontra morrendo numa UTI não tem a mínima condição para doar sangue”, disse o historiador e deputado alagoano Inácio Loiola.
Em Pão de Açúcar, cidade alagoana banhada pelo rio São Francisco, é possível ver de perto a morte iminente do Velho Chico, pois cada dia que passa o assoreamento aumenta e a área tomada pela areia (praia) fica mais larga.
Em alguns trechos antes navegáveis, em Pão de Açúcar, estão surgindo gigantescos bancos de areia, tornado essas áreas inavegáveis.
Preocupado com esta situação, o fundador e presidente do Museu Ambiental Itinerante Casa do Velho Chico, ambientalista e membro do CBSF Jackson Borges de Lima, está programando uma série de atividades na cidade de Pão de Açúcar, onde o Museu Casa do Velho Chico está instalado há quase quatro anos.
Segundo Jackson, entre as atividades que serão realizadas em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente estão: palestras nas escolas, abertura do museu para a visitação estudantil e entrevistas em emissoras de rádio para falar sobre a real situação em que se encontra o rio São Francisco. “É preciso conscientizar e mobilizar a população ribeirinha para defender o nosso Velho Chico”, finalizou Jackson de Lima.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Ruben Siqueira.