Participação das mulheres na política ainda é desafio

Mulheres fazem campanha eleitoral na década de 50 Arquivo Nacional
Mulheres fazem campanha eleitoral na década de 50 Arquivo Nacional

Danyele Soares – Repórter do Radiojornalismo/EBC

O Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje (8), reacende o debate e o desafio sobre a participação feminina na política. Apesar de representarem 51,95% do eleitorado no país, o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por exemplo, dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do total,  conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para a socióloga do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Joluzia Batista, os números mostram que a norma, de 2009, que obriga os partidos a destinarem 30%, no mínimo, das candidaturas às mulheres não tem sido cumprida.  Ela defende adoção da lista alternada: 50% das candidaturas para homens e a outra metade para as mulheres, além da reforma política. (mais…)

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Um 8 de março para homens

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Não dê rosas, nem presentes: não é celebração comercial. Leia, assista a filmes, reflita. Participe de uma experiência de inversão

Por Marília Moschkovich – Outras Palavras

Há alguns anos nós, feministas que militamos na internet (sobretudo em blogs), reforçamos a máxima de que aquela rosa que muita gente distribui no dia 8 de março pode ficar pra vocês. Um bom texto que não sai de moda, nesta época, é o “Dispenso esta rosa”, da Marjorie Rodrigues (leia aqui). Muito confusos com essa recusa, alguns leitores têm me escrito desde a semana passada, tentando entender: afinal de contas, se dar parabéns junto a flores ou presentes não é bacana no dia 8 de março, o que podemos fazer para que não passe em branco? (mais…)

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Humilhação e constrangimento: “Eu quero meu direito de ser livre, de ser Indígena no Brasil”

Wary Kamaiura Sabino na aldeia. Foto: página no FB
Wary Kamaiura Sabino na aldeia. Foto: página no FB

Por Wary Kamaiura Sabino, em Amazônia Legal em Foco

Quero me identificar: eu me chamo Wary Kamaiurá Sabino e sou da etnia Kamaiurá/Aweti do Alto Xingu do Estado de Mato Grosso. Sou professor, formado em LETRAS, Especialista em Educação Escolar Indígena na UNEMAT, Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente, moro em Brasília-DF em virtude de meus estudos de Doutorado na UnB. Agora passa a relatar os fatos que me motivaram a escrever este texto:

No dia 17/02/2014, segunda-feira, fui submetido a uma grande humilhação, chegando mesmo a ser lesado, no momento em que eu estava solicitando a emissão do meu passaporte na agência da Policial de Federal no Distrito Federal, localizada na PEP – NA HORA, em Taguatinga-DF.

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Luta na zona sul: ocupação Jardim União

Crédito da foto: Victor Santos
Crédito da foto: Victor Santos

No Grajaú, distrito mais populoso de São Paulo, com 1 milhão e 100 mil habitantes, o Jardim União apresenta novas estratégias de luta por moradia digna

Isabel Harari e Roberto Oliveira, da Revista Vaidapé para Agência Carta Maior

Emily, Jéssica e Vitória encontram um barraco vazio, quase no limite do terreno, já com mato crescendo nos cantos. As meninas, de 8, 12 e 11 anos respectivamente, resolveram ocupá-lo. Conversaram com o proprietário anterior, que já havia ido embora do local, e este cedeu o espaço a elas. Iniciaram imediatamente a reforma: arrumaram as paredes e o telhado, construíram duas portas e uma mesinha de madeira. Para o barracão das crianças ficar pronto só falta cobrir o chão com carpete e arrumar os brinquedos. “Vai ser o clube das meninas, mas todo mundo pode entrar”, explicam.

Cerca de 250 pessoas encontraram um terreno vazio, na região do Grajaú. Resolveram ocupá-lo na madrugada do dia 12 de outubro de 2013. Quatro meses depois a ocupação Jardim União, nome escolhido pelos próprios moradores, conta com quase dois mil barracos e 1200 famílias distribuídas em uma área de 85 mil metros quadrados. (mais…)

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MPT e MPF processam União por terceirização em comunidades indígenas

Crédito: Mario Vilela/Funai
Crédito: Mario Vilela/Funai

CONTRAF – O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Distrito Federal e Tocantins e o Ministério Público Federal (MPF) ajuizaram pedido de execução judicial contra a União pelo descumprimento de acordo que previa o fim de terceirizações irregulares na contratação de pessoal na área de saúde em comunidades indígenas.

O documento também requer cobrança de multa no valor de R$ 326,9 milhões – a ser revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) -, abertura de concurso público com, no mínimo, 4.041 vagas e a homologação do resultado até 30 de junho de 2014.

Para que o serviço não seja prejudicado no período entre o fim da terceirização e a contratação mediante concurso, o Ministério Público pede que seja formalizado o vínculo direto dos atuais trabalhadores, inclusive dos agentes indígenas de saúde e de saneamento. A medida, de caráter temporário e de excepcional interesse público, é prevista no artigo 37, IX, da Constituição Federal. (mais…)

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Ribeirinhas do Tapajós discutem violação de direitos humanos das mulheres na construção de barragens

Durante o encontro, as mulheres relataram diversas violações que tem ocorrido mesmo ainda no processo de estudo das hidrelétricas propostas para o rio Tapajós. Uma das principais violações ressaltada é que “as comunidades não foram consultadas se queria sair para dar lugar às barragens” afirma Dona Josefa.  “Vivi a minha vida inteira nessa região, tenho meus filhos e meus netos e vivemos felizes nessa terra, caço, pesco, tenho minha roça, não sei fazer outra coisa, vivo do rio” afirma Dona Tereza emocionada ao relatar sua preocupação de viver na incerteza do que virá pela frente com a construção da usina de São Luiz do Tapajós. Outra violação tem sido as práticas totalmente abusivas das empresas, entrando nas comunidades sem permissões e tentando dividir os ribeirinhos oferecendo empregos temporários. Expressões de preocupações e insegurança marcam os rostos de mulheres que vivem há anos no beiradão do Tapajós e agora estão sendo ameaçadas por grandes empreendimentos de barragens que não tem apontados soluções para o futuro de suas vidas caso tenha que sair de suas casas.   O MAB tem cada vez mais criado espaços para que as mulheres sejam protagonistas da luta e organização e neste 8 de março, no qual se comemora o dia Internacional de luta das mulheres, tem realizado luta e debates que fortaleça a luta das mulheres atingidas em todo o Brasil.     Como parte da atividade, as crianças fizeram uma apresentação em homenagem às mulheres, finalizando com um momento de confraternização e sorteios de prêmios.

Movimento dos Atingidos por Barragens – O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou nessa quinta-feira (6) o primeiro encontro de mulheres ribeirinhas ameaçadas pelo complexo Tapajós na comunidade Pimental.  Participaram da atividade 70 mulheres das comunidades Pimental, Vilinha e Piriquitos com objetivo de fortalecer a organização e resistência das comunidades.

As mulheres debateram o relatório do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) que aponta as violações sistemáticas dos direitos humanos provocada pela construção de barragens no Brasil, no qual as mulheres tem sido as maiores vítimas. (mais…)

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Cultura, meio ambiente, poder, território e sustentabilidade

Participantes apresentaram vários trabalhos no primeiro módulo
Participantes apresentaram vários trabalhos no primeiro módulo

Participantes do Formar PNGATI se reúnem em Rondônia para o segundo módulo

IEB – Lideranças indígenas e gestores públicos que atuam no sul do Amazonas se reúnem de 11 a 20 de março para o Curso Básico de Formação em Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), no Centro de Formação da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, em Porto Velho, Rondônia. (mais…)

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Direito à terra indígena está acima de título de propriedade

Jomar Martins – Revista Consultor Jurídico

À vista da Constituição, os chamados ‘‘direitos originários indígenas’’, reconhecidos como mais antigos do que qualquer outro, preponderam sobre os direitos adquiridos, inclusive sobre aqueles materializados em escrituras públicas ou títulos de legitimação de posse em favor de não-índios.

O argumento levou a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região a negar Apelação de um fazendeiro do Paraná, que tentou derrubar na Justiça os efeitos da Portaria 1.794/2007, que versa sobre a demarcação de terras indígenas. O colegiado entendeu que, em face do que reza a atual Constituição, não poderia valer a coisa julgada constituída no ano de 1940. Até porque as partes acionadas no processo não estavam presentes à época, e nem havia menção ao direito dos indígenas.

O relator do recurso, juiz federal convocado Sérgio Renato Tejada Garcia, observou que não se exige a imemorialidade da ocupação para identificar uma terra como indígena. Ou seja, não é preciso que a comunidade indígena fixe sua habitação em toda terra reivindicada, que a ocupe fisicamente, mas que ela seja essencial para a sua subsistência, o desenvolvimento das atividades tradicionais e a preservação da herança cultural. (mais…)

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Viva o Dia Internacional das Mulheres, vamos celebrar

unnamed (3)Observatório de Favelas – O movimento de mulheres alcançou nas últimas décadas avanços significativos na luta por igualdade, liberdade e autonomia. Essas conquistas contaram com a força e a criatividade de inúmeras mulheres que, ao longo da história, tem contribuído para a afirmação de direitos e o enfrentamento das desigualdades sociais.

Mulheres que apostaram na construção coletiva e compreenderam que o espaço da disputa por direitos é o espaço da política. Reivindicando uma sociedade mais justa e igualitária, protagonizaram mobilizações de rua, desenvolveram produção conceitual e pautaram mudanças no executivo, no legislativo e no judiciário, que impactaram a vida da população brasileira e o imaginário social.

Entretanto, os indicadores de saúde, educação, trabalho, renda e participação em instâncias de decisão colocam em evidência que ainda existem grandes desafios para a promoção da equidade de gênero. Apesar de terem um maior nível de escolarização, as mulheres ainda encontram piores condições de trabalho, salários mais baixos e o acúmulo de atividades não remuneradas relacionadas à dupla jornada de trabalho. (mais…)

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Para além dos fios

Marcelle Felix – Observatório de Favelas

No Brasil, onde é possível perceber uma grande variedade de fenótipos, o conjunto cor da pele e cabelo se torna um dos principais divisores de água no que diz respeito à classificação do que antes chamávamos de raça. De acordo com a pesquisa de Nilma Gomes no livro Corpo e Cabelo Como Símbolos da Identidade Negra, o fenótipo de uma pessoa não pode ser considerado como um simples conjunto de elementos biológicos, porque são eles que expressam racismo e desigualdade racial. (mais…)

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