Governo da Bahia realiza 1º concurso para professor indígena do País

Institucional Educação – Com a abertura do concurso para o preenchimento de 390 vagas de professor indígena, que inicia as inscrições nesta terça-feira (3/12), a Bahia marca a história do Brasil. Esse é o primeiro concurso público do tipo já realizado em todo o País, para a atividade que é específica à etnia. Os candidatos indígenas deverão, prioritariamente, pertencer à etnia da aldeia onde deverão exercer as atividades. As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de dezembro. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site da Consultoria em Projetos Educacionais e Concursos – Consultec.

O concurso para professor indígena integra uma política que prevê a construção de uma educação diferenciada, específica e com qualidade, resultante de um exercício partilhado com os índios. De acordo com o secretário da Educação do Estado da Bahia, Osvaldo Barreto, a iniciativa responde a uma antiga reivindicação do movimento indígena, “Essas ações têm como fundamento garantir uma educação específica intercultural e de qualidade, respeitando a cultura e os costumes os povos indígenas”, revelou. O secretário ressaltou que, com este concurso, “o Governo do Estado da Bahia consolida a política de educação indígena, conforme previsto na Lei Estadual nº 18.629/2010. Esta Lei é outra iniciativa inédita no País, por meio da qual, o Governo do Estado institui a carreira do professor indígena no quadro do Magistério Público do Estado da Bahia”, destacou. (mais…)

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Extermínio da juventude negra brasileira é maior do que mortes em guerra

A cada três assassinatos cometidos no Brasil, dois são de jovens negros de 15 a 24 anos de idade, revela o Mapa da Violência 2013, elaborado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americano (Cebela). No total, incluindo negros e não negros, foram mais de 660 mil jovens mortos em duas décadas, um aumento de 207% no período de 1980 até 2011. O número de mortos nessa faixa etária é maior do que as vítimas de conflitos armados em outros países, como o Afeganistão, considerando apenas os dados de 2004 a 2007.

Flaviana Serafim – Informa Cut

A discriminação e o preconceito racial são fortes componentes destas tristes estatísticas. Há jovens vítimas da atuação de uma polícia repressora e mal preparada, outros que se envolvem na criminalidade por conta do tráfico de drogas e, sobretudo, há aqueles que permanecem socialmente excluídos, vivendo sob o ciclo de pobreza que ainda afeta a população negra brasileira.

Para mudança nesse quadro, a CUT defende a implementação de programas sociais de inclusão, como o Juventude Viva, do governo federal, que prevê diversas ações para os jovens, como a adoção de período integral nas escolas estaduais e a criação de espaços culturais. A Central avalia que também é necessário ampliar ações voltadas à segurança pública, além de uma mudança profunda no modelo de polícia existente no país, que é truculenta e atira antes de perguntar o que ocorreu. (mais…)

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Bob’s usou trabalho escravo durante o Rock in Rio, aponta fiscalização

Trabalhadores foram contratados para venda ambulante de bebidas no festival. Fotos: SRTE/RJ
Trabalhadores foram contratados para venda ambulante de bebidas no festival. Fotos: SRTE/RJ

Após investigação, Ministério do Trabalho e Emprego conclui que rede de fast food é responsável pela situação a que 93 pessoas foram submetidas durante o festival

Por Stefano Wrobleski – Repórter Brasil

Após investigação detalhada, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concluiu que a rede de fast food Bob’s se aproveitou de trabalho escravo durante o festival Rock in Rio. Ao todo, 93 pessoas, incluindo um adolescente, foram resgatadas por fiscais durante o evento, que reuniu 85 mil por dia entre 13 e 22 de setembro deste ano na capital fluminense.  Eles vendiam água, cerveja e refrigerantes como ambulantes dentro da Cidade do Rock, onde o festival foi realizado. O relatório de fiscalização com registro da situação em que os trabalhadores foram encontrados, depoimentos colhidos na época, e documentação apontando a responsabilidade da empresa foi registrado nesta semana na Divisão de Fiscalização para Erradicação de Trabalho Escravo (Detrae), em Brasília.

O Bob’s é hoje a segunda maior rede de fast food e a décima maior cadeia de franquias do Brasil, com 1.011 lojas espalhadas pelo país, de acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). No terceiro trimestre de 2013, a Brazil Fast Food Coorporation, empresa que controla a marca Bob’s, anunciou R$ 335,7 milhões em vendas totais, um aumento de 26% em relação aos R$ 266,5 milhões no mesmo período em 2012 e creditou esta expansão, entre outros fatores, à participação no Rock in Rio, “onde Bob’s tinha quatro pontos de venda”. Procurada pela Repórter Brasil, a assessoria de imprensa do grupo negou, em nota, que o caso seja de trabalho escravo e afirmou estar “à disposição das autoridades competentes para continuar prestando todos os esclarecimentos necessários”. (mais…)

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Monsanto continua com práticas abusivas e sofre ações de até R$ 2 bi

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Bárbara Mengardo e Tarso Veloso – Valor

Mesmo atendendo a reivindicações de agricultores e disponibilizando duas opções de contrato para aquisição da soja RR2 Intacta, a Monsanto continua sofrendo perdas nos tribunais. A multinacional vem sendo acionada por suposta cobrança indevida de royalties e por condicionar a venda de uma nova semente à assinatura de um contrato que é considerado abusivo pelos produtores. (mais…)

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La FIDH denuncia aplicación de ley antiterrorista a menor mapuche

Manifestación contra la ley antiterrorista aplicada a menores Mapuche
Manifestación contra la ley antiterrorista aplicada a menores Mapuche

Servindi – La Federación Internacional de Derechos Humanos (FIDH) expresó su preocupación por la persistente utilización de la ley antiterrorista en juicios a menores del pueblo Mapuche en Chile.

“Aunque esto se ha vuelto más sutil para los menores. Es inaceptable que continué la discriminación hacia los Mapuche, vía la aplicación a menores mapuches de la ley antiterrorista.” explicó Karim Lahidji, Presidente de la FIDH. (mais…)

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Pela 1ª vez, Brasil concede anistia a índio perseguido pela ditadura

Arquivo pessoal de Tiuré Potiguara
Arquivo pessoal de Tiuré Potiguara

José Humberto Costa do Nascimento foi perseguido, preso e torturado pelos militares. Acabou fugindo para o Canadá, que o reconheceu como refugiado político

Najla Passos – Carta Maior

Brasília – Pela primeira vez, o Estado brasileiro concedeu anistia política a um índio perseguido, preso e brutalmente torturado pela ditadura militar. José Humberto Costa do Nascimento, o Tiuré Potiguara, 64 anos, lutou contra a exploração e extinção dos povos indígenas, entre 1970 e 1983, período em que o imperativo da ditadura era, segundo ele, vender a falsa ideia de um projeto desenvolvimentista para espoliar ainda mais os territórios indígenas. Acabou tendo que fugir para o Canadá, onde foi reconhecido como refugiado político. De volta ao Brasil, há três anos, decidiu recuperar sua história. (Sobre esse tema, ler também: “Houve extermínio sistemático de aldeias indígenas na ditadura“).

Apesar da farta documentação que levantou sobre sua trajetória política, teve muitas dificuldades de convencer a Comissão da Anistia da procedência do seu pedido de reparação. As especificidades de seu caso fugiam completamente ao modelo tradicional de perseguido político para o qual o Estado, hoje, está preparado para lidar. O primeiro julgamento, em abril, foi suspenso quando Tiuré, antevendo uma derrota, se declarou em greve de fome no meio do plenário. A segunda sessão, há dez dias, o surpreendeu com o reconhecimento de sua condição de anistiado, embora apenas por um período de três anos, cuja documentação era taxativa. (mais…)

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Entrevista com João Pedro Stédile

Fundação Perseu Abramo – Stédile é membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do qual é também um dos fundadores. Participa desde 1979 das atividades da luta pela reforma agrária no país, pelo MST e pela Via Campesina. Atuou como membro da Comissão de Produtores de Uva, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul, na região de Bento Gonçalves.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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Intimidade na internet e a violência contra a mulher

Há algumas décadas o “macho” se vingava da rejeição com violência física; hoje, reage com violência simbólica ao expor as cenas da mulher ao público

por Pedro Estevam Serrano – Carta Capital

O noticiário tem divulgado com muita intensidade nos últimos dias a questão de divulgação de vídeos com intimidades sexuais na internet. Duas adolescentes se suicidaram recentemente por conta de divulgação de vídeos dessa natureza por seus ex-parceiros.

Um projeto de lei já foi apresentado no Congresso para tipificar como crime a conduta de divulgar vídeos com terceiros.

As notícias e os comentários a respeito sempre destacam a questão como um problema da juventude, inerente ao devassamento de intimidade que a nova geração experimenta de forma singular por conta da presença da internet em nosso cotidiano. (mais…)

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David Harvey: “O capital está indo bem, mas as pessoas estão indo mal”

3272_newsPiero Locatelli – Carta Capital

Para o geógrafo britânico David Harvey, que escreve sobre urbanização a partir do marxismo, os problemas das cidades criam novas formas de fazer política / O geógrafo esteve no Brasil para lançar livro publicado nos Estados Unidos em 1982

Os problemas urbanos criam um espaço onde novas formas de fazer política podem acontecer. Para o geógrafo britânico David Harvey, 78 anos, é possível constatar isso ao olhar os protestos que ocorreram ao redor do mundo nos últimos anos. “Não vejo as instituições políticas respondendo ativamente a este novo jeito de fazer política. Mas  também não acho que esses movimentos saibam o que fazer”, diz Harvey.

Professor da Universidade da Cidade de Nova York, Harvey falou com a reportagem de CartaCapital em São Paulo, antes de lançar o livro Os limites do capital (Editora Boitempo), publicado originalmente em 1982 e agora traduzido para o português. No livro, Harvey aborda a dinâmica da urbanização a partir de uma interpretação minuciosa do legado do filósofo alemão Karl Marx. (mais…)

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