RJ – III Encontro do Comitê dos Rios: Os Povos em defesa da Baía de Guanabara Viva, 07/12

III Encontro dos riosPor Comitê dos Rios

Convidamos à todas e todos para o III Encontro do Comitê dos Rio – Os Povos em defesa da Baía de Guanabara. O local será na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio na Fiocruz – a entrada mais próxima é pela Rua Leopoldo Bulhões, 1480.

Os debates estão organizados a partir de três grandes temas:

– Os grandes empreendimentos e os impactos na pesca artesanal na Baía de Guanabara;

– O debate sobre o direito à cidade nas favelas: os megaeventos e as remoções;

– Desafios da saúde ambiental nas favelas: dialogando sobre a vida da classe trabalhadora nas grandes cidades. (mais…)

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MA – Justiça Federal garante desocupação de invasores em território quilombola

Por Igor Almeida*, Blog Outros Olhares

Após audiência judicial realizada na última quarta-feira (27), o juiz federal substituto da 8ª Vara em São Luís concedeu decisão no sentido de efetivar a imissão de posse do INCRA no território quilombola de Aliança/Santa Joana, município de Cururupu-MA.

Atendendo a pedido das lideranças quilombolas e da Procuradoria Federal, a Justiça Federal determinou a imediata desocupação da área de 06 (seis) grandes invasores, comerciantes do município de Cururupu, para que, em um prazo de até 15 (quinze) dias, saiam de forma espontânea. Se isso não acontecer, a decisão judicial determinou, desde já, o uso de força policial necessária ao cumprimento da ordem.

Essa decisão é um dos resultados do processo de mobilização das comunidades de Aliança e Santa Joana, em Cururupu, que culminou com o bloqueio da MA 006 (Relembre o caso aqui).

Segundo a determinação, os mandados de intimação deverão ser cumpridos pela comarca de Cururupu (Justiça Estadual). Segundo a Secretaria Judicial da 8ª Vara Federal, todos os documentos já foram assinados pelo juiz federal e serão encaminhados na manhã de segunda-feira (02/12) para que o cumprimento ocorra de forma mais célere. (mais…)

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Florestan Fernandes, um intelectual do povo

florestan fernandes ato-defesa-ensino-publico1Conheça a trajetória do sociólogo que não limitou seu conhecimento e sua militância aos muros da universidade

Por Glauco Faria, na Revista Fórum

No dia 10 de agosto, completaram-se 15 anos da morte do sociólogo Florestan Fernandes. Obviedade dizer que se trata de um dos maiores intelectuais que o Brasil já teve, mas é preciso ressaltar que, além da sua rica produção, ele não a confinou aos muros da universidade. Como lembra Barbara Freitag, professora titular do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), no artigo “Florestan Fernandes: revisitado”, ele conseguiu encarnar o sentido da palavra “intelectual” utilizado por Jürgen Habermas, como aquele que “se caracteriza, entre outras coisas, pelo fato de que abre mão de qualquer dimensão elitista, e de que fala, no espaço público, não como um intelectual de partido, ou como um conselheiro do rei, mas somente em seu próprio nome, como cidadão, naturalmente com o objetivo de convencer os outros”.

Homem crítico e conectado com as grandes questões do seu tempo, o sociólogo paulista teve contato muito cedo com a realidade brasileira. Começou a trabalhar aos seis anos como engraxate e passou por diversas outras ocupações para auxiliar no sustento próprio e da família. Filho de uma migrante portuguesa que prestava serviços domésticos, seu nome de batismo foi inspirado no personagem principal da ópera Fidélio, única escrita por Beethoven. Mas ganhou da patroa de sua mãe – também sua madrinha –, Hermínia Bresser de Lima, a alcunha de “Vicente”, pois a origem estrangeira do nome do futuro intelectual incomodava a matriarca da aristocrática família. Este, além de outros atos que denunciavam a perspectiva senhorial e autoritária da elite brasileira, fariam parte das reflexões de Florestan mais tarde.

Com uma infância e adolescência ocupadas com o trabalho, o estudo ficou em segundo plano e aos nove anos abandonou as salas de aula, voltando apenas aos 17, quando fez o madureza, uma espécie de curso supletivo. Aos 21, entrou no vestibular para a Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e, no começo de 1941, iniciou o curso de graduação em Ciências Sociais. No entanto, teria muitas dificuldades nesse ingresso na vida acadêmica, confessadas no livro A Sociologia no Brasil (Editora Petrópolis), que ajudariam a formar o perfil e atuação do intelectual. (mais…)

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O Masp e a casa da sogra

Raquel Rolnik, Folha de S. Paulo

Há duas semanas o “Estadão” defendeu em seu editorial o cercamento do vão livre do Masp como forma de proteger o museu da ameaça de “viciados”, “traficantes”, “moradores de rua” e “grupos de manifestantes” que tomaram conta do espaço.

O jornal reverberou declarações do curador do museu, Teixeira Coelho, que, diante da recusa do Instituto do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional em aceitar seu pedido de instalação de grades no vão livre, classificou tal posição como “um atraso”.

Outra solução levantada pelo editorial seria “uma ação enérgica” da polícia, “para colocar cada um no seu devido lugar”, já que o vão livre se tornou “a casa da sogra”, “onde qualquer um faz o que bem entende”.

Reportagem da Folha da última sexta-feira estampa barracas de camping ocupando o espaço, servindo de moradia a pessoas sem teto, e reitera a imagem de “abandono” do lugar.

Não é à toa que o Masp se tornou um dos símbolos de São Paulo, além de um dos lugares mais apropriados pelos paulistanos. Poucos são os espaços da cidade que estabelecem uma relação tão bem-sucedida entre o público e o privado, a cultura, a arte e a vida cotidiana dos cidadãos. (mais…)

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Conjuntura da Semana. Copa do Mundo 2014, Ilegítima: elitista, privatista e anti-popular

Foto: Tasso Marcelo / AFP
Foto: Tasso Marcelo / AFP

IHU On-Line – A análise da Conjuntura da Semana é uma (re)leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT com sede em Curitiba-PR e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Sumário:

Uma copa anti-popular
Comitês Populares da Copa: Resistência e potência
Lei Geral da Copa – Cavalo de Tróia
FIFA. Uma grande multinacional despótica
Remoções arbitrárias e o legado oculto
Cidades privatizadas. Sociedade submetida à lógica do capital
Elitização e privatização do futebol

Uma copa anti-popular

Não é exagero afirmar que a realização da Copa do Mundo no Brasil encontra-se ameaçada. Uma pergunta persegue e preocupa o governo, a FIFA e os organizadores do evento: Como serão as manifestações durante Copa do Mundo? Já não há dúvidas de que haverá manifestações durante o Mundial. A dúvida é o tamanho das mesmas, o receio da necessidade de colocar o exército nas ruas, o uso desmedido da ‘mão pesada’ do Estado que pode arruinar a imagem do país lá fora, já agravada pós-Copa das Confederações. (mais…)

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Pataxó retomam quarta área em Cumuruxatiba (BA)

CUMURUXATIBA_pousadaPatrícia Bonilha, de Brasília, Cimi

Aproximadamente 200 indígenas Pataxó realizaram na madrugada do último dia 28 uma ação de retomada nas proximidades do distrito de Cumuruxatiba, em Prado (BA), localizado a cerca de 800 km de Salvador. A área de 50 hectares é reivindicada como de ocupação tradicional pelos Pataxó e fica localizada nas proximidades do Parque Nacional do Descobrimento. Esta ação tem como objetivo a publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação do Território Cahy-Pequi (Comexatibá), cujo prazo para publicação venceu em setembro. Com esta, já são quatro áreas de retomada nesta região.

Segundo a liderança Indé Pataxó, esta área pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e atualmente as três posses dentro dela estão ocupadas por estrangeiros, uma por um holandês, que tem uma pousada de luxo, e as outras duas por dois suíços. Segundo ele, o posseiro holandês reagiu com violência e chegou a atirar contra os indígenas no momento da retomada, mas a pedido deles a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a polícia acompanharam a retomada e o clima no local é de relativa tranquilidade. (mais…)

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MS – Cacique da aldeia Guariroká é assassinado em Caarapó

Caso está sendo investigado. Fotos: Dourados Agora
Caso está sendo investigado. Fotos: Dourados Agora

Dourados Agora

O indígena Ambrósio Vilhalba, de 52 anos, cacique da aldeia Guariroká, em Caarapó, foi assassinado a facadas durante a madrugada desta segunda-feira. Informações levantadas pela polícia apontam que na noite de ontem, ele estava com um grupo de pessoas em uma confraternização dentro da aldeia; horas depois voltou para a casa sangrando, caiu no quarto e morreu.

Ele apresentava dois ferimentos provocados por um objeto pontiagudo, sendo um no pescoço e outro no peito. As autoridades e o socorro foram acionados, porém, já era tarde. De acordo com o pai, Tito Vilhalba, o cacique vinha recebendo ameaças de morte. (mais…)

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Racismo explica 80% das causas de morte de negros no país. Entrevista especial com Rodrigo Leandro de Moura

racismo-mão“O racismo está influenciando esse diferencial de taxa de homicídios. Não conseguimos uma metodologia que seja capaz de quantificar exatamente qual é este percentual, mas cremos, com certeza, que boa parte desse diferencial seja devido ao racismo”, afirma o pesquisador

IHU On-Line – O percentual de negros assassinados no Brasil é 132% maior do que o de brancos, revela pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, intitulada Vidas Perdidas e Racismo no Brasil. Embora as razões para explicar esses dados não estejam totalmente claras, “20% da causa da morte de negros” pode ser atribuída a “questões socioeconômicas”, como diferenças em relação a emprego, moradia, estudo e renda do trabalhador, diz Rodrigo Leandro de Moura, um dos autores do estudo realizado pelo Ipea, em entrevista à IHU On-Line, concedida por e-mail.

Os outros 80%, esclarece, podem ser explicados por uma “variável socioeconômica que não observamos, mas, apesar de não conseguirmos imaginar qual seja, pensamos que um componente importante para explicar esse dado seja o racismo”. E acrescenta: “O que reforça a tese de racismo é que as características socioeconômicas podem ser afetadas por ele. Então, por exemplo, o negro sofre discriminação no mercado de trabalho, pode ter mais dificuldade de ter acesso a postos de trabalho qualificados, pode sofrer bloqueio de oportunidades de seu crescimento profissional e também pode ter o que chamamos de desigualdade de oportunidades e, por causa disso, sofrer tratamento desigual no que se refere às oportunidades no mercado de trabalho”. (mais…)

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Meus heróis morreram de Aids

cazuza

O poeta e cantor Cazuza (1958-1990). Foto: Flavio Colker

Cynara Menezes – Socialista Morena

Em uma de suas canções mais conhecidas, Ideologia (1988), o cantor Cazuza dizia que seus heróis tinham morrido de overdose. Referia-se a ídolos como Jimi Hendrix, Janis Joplin ou Jim Morrison, todos mortos precocemente pelo uso excessivo de drogas. “Meus heróis morreram de overdose” é uma frase muito forte e verdadeira, mas não para mim. Muitos dos meus “heróis”, pessoas que admirei na vida, que foram modelos de rebeldia, coragem e inteligência, não morreram de overdose. Morreram de Aids. E Cazuza foi um deles. (mais…)

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Desamparo social estimula migração indígena para Belo Horizonte

Wesley Rodrigues/Hoje em Dia
Wesley Rodrigues/Hoje em Dia

Rosildo Mendes – Hoje em Dia

São diversas as motivações para que famílias indígenas inteiras deixem a terra de origem e venham tentar a sorte em Belo Horizonte. O jovem Raiocoã (nome de “branco” Wender Lima de Souza) abandonou há seis meses a aldeia Coroa Vermelha, no Sul da Bahia, para morar na capital mineira.

Segundo ele, falta de tudo na comunidade. “Não tem médico, emprego nem energia elétrica. E a disputa pelas terras indígenas nos impede de plantar e caçar”. “Não sei até quando vou ficar em BH, mas outros jovens, filhos dos parentes que ficaram na aldeia, já planejam se mudar para a cidade, também em busca de uma vida melhor”, diz outro rapaz, Aripochê, agora chamado João Vitor.

Os pataxós não perderam o contato com a aldeia. “A cada 15 dias, vamos lá buscar mais produtos artesanais para vender”, explica Sucupira ou Willian Lima de Souza.

Segundo os índios, a falta de apoio do poder público às tribos vai provocar uma migração ainda maior para a capital, esvaziando as comunidades. (mais…)

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