Servidores do IBAMA, ICMBIO e MMA reunidos no VI Congresso da ASIBAMA Nacional aprovaram resolução contra os leilões de petróleo e contra a exploração de gás não-convencional

frackingMORATÓRIA DO FRACKING JÁ!

Considerando que:

1) Os problemas e as demandas da maioria da população brasileira não se devem ao baixo desenvolvimento ou“atraso” do país, mas exatamente a uma certa concepção de desenvolvimento econômico, na qual camponeses, pescadores artesanais, indígenas, quilombolas e trabalhadores urbanos se veem diante da violência do mercado e da lógica do capital, que tudo transforma em mercadoria para manter a sempre crescente acumulação privada.

2) Os leilões do petróleo e a concessão das demais riquezas minerais presentes no território nacional são um exemplo desse desenvolvimentismo que serve aos interesses da acumulação privada de capital e não à maioria da população.

3) A Agência Nacional de Petróleo (ANP) anunciou que haverá a exploração de gás não-convencional em blocos do 12º Leilão de Petróleo e Gás, previsto para ocorrer em novembro de 2013, mesmo quando este tipo de gás já foi definido pela própria ANP como “gás de difícil acesso, e consequentemente pouco atrativo economicamente” (Nota Técnica nº 09/2010-SCM). (mais…)

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Entre a melancolia e a mania, a classe média sofre, por Camila Pavanelli [Ótimo!]

chaui, sader e lula

Parte das críticas à classe média também se aplica perfeitamente ao PT

Em Amálgama

1.

Este texto nasceu de um desconforto com a facilidade com que se critica a classe média atualmente – ou melhor, da facilidade com que a classe média critica a si própria. Da Carta Capital ao Zero Hora, estamos todos prontos para apontar o conservadorismo, o preconceito, a burrice e a breguice dos cidadãos de classe média. Tenho de reconhecer que, muitas vezes, é difícil discordar dessas críticas. Ocorre apenas que, quando se elege uma classe social como bode expiatório dos problemas do país, algo me diz que vale a pena, no mínimo, olhar para as críticas a esta classe com alguma desconfiança.

Ao refletir sobre as manifestações que vêm ocorrendo desde junho, cheguei à conclusão de que, em um sentido bastante concreto e nada irônico, a classe média efetivamente sofre. Minha tese é de que a classe média tradicional – aquela que conquistou sua posição privilegiada antes da ascensão do lulismo (Souza & Lamounier, 2010) – apresenta traços defensivos tanto melancólicos como maníacos. Serei obrigada, então, a fazer uma breve incursão pela psicanálise para explicar como Freud compreende a melancolia – deixarei para abordar a mania mais adiante. (mais…)

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Kaiowá Guarani em Brasília – Formando guerreiros, por Egon Heck

Fotos: Egon Heck
Fotos: Egon Heck

Egon Heck

Mais de 40 adolescentes, jovens e crianças Kaiowá Guarani estarão em Brasília neste inicio de semana. Não estarão vindo a passeio ou para matar as curiosidades com relação espaços do poder. Estarão trilhando o caminho de seus pais e lideranças na luta por seus direitos,  por terra e justiça.

Eles vem para o 1° Fórum de “Direitos e Cidadania na visão de crianças e adolescentes Guarani Kaiowá”. Eles vem de uma realidade sofrida, em alguns lugares desesperadora, sob os barracos de lona preta na beira das estradas e nas retomadas, submetidos a toda sorte de violência e discriminação. Como diz a coordenadora do evento, Dirce Carrion “No Mato Grosso do Sul, além da falta de assistência, é possível identificar situações de genocídio que pesam sobre os povos que vivem ali. Segundo dados do relatório “Violência contra os povos indígenas no Brasil” de 2011, o povo Guarani Kaiowá enfrenta  uma verdadeira guerra contra o agronegócio registrando uma taxa de homicídio de 100 por 100 mil pessoas (maior que a do Iraque). Em consequência existe um quadro  altíssimo de suicídios, especialmente entre  os jovens e adolescentes. (mais…)

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Prato do dia: eucalipto

Fotos: Syã Fonseca/Agência Porã
Fotos: Syã Fonseca/Agência Porã

Produção de alimentos dos pequenos agricultores enfrenta um duro desafio: resistir à expansão da monocultura do eucalipto no Espírito Santo

Henrique Alves, Século Diário

O camponês Fábio Rosa Lucas faz careta ao descrever o trabalho no corte de eucalipto. No final de semana, diz, “você tava morto, acabado”. Na expressão flagelada a memória recria uma experiência tão opressora que ele compara tal estado – “morto, acabado” – a um quadro de depressão. “Para nós, era uma coisa que não tava compensando”.

Era 1999 quando, por decisão do patriarca, em busca de terra mais fértil e clima menos hostil, a família Rosa Lucas deixou a aridez de Nova Venécia e se instalou no clima ameno de Domingos Martins. Ele visitara a comunidade de São Rafael, a mais de 900 metros acima do nível do mar, e gostou do que viu: enquanto lá longe sua terra crepitava ao sol, na serra a chuva amaciava o solo.

Pai, mãe e o casal de filhos começaram labutando como meeiros, regime que, no entanto, e sobretudo naquele alvor de vida nova, estava longe de satisfazer o orçamento familiar. A renda só cresceu quando pai, filho, o sogro e os dois cunhados formaram um grupo para trabalhar no corte de eucalipto. (mais…)

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MA – Impasse entre moradores da zona rural e Vale

viaduto_vila_maranhao-f0230Por Jully Camillo, Jornal Pequeno, em Justiça nos Trilhos

Moradores da Vila Maranhão e do Maracanã participaram de uma reunião, na manhã de quarta-feira (16), na sede do Ministério Público Federal (MPF), na Areinha, com o procurador da República Alexandre Silva Soares e com representantes da mineradora Vale. O encontro tratou sobre os problemas referentes à prolongação e o estreitamento do túnel que liga os dois bairros, bem como o tráfego diário dos trens de carga e de passageiros da empresa Vale na Estrada de Ferro Carajás (EFC), que, segundo os moradores, continuam a causar transtornos e prejuízos às famílias residentes na área. A linha férrea corta os dois bairros.

De acordo com a presidente da Associação de Mães do Maracanã, Zebina Serra, 43 anos, desde o ano passado a comunidade tenta negociar com a mineradora soluções alternativas para resolver o impasse e minimizar o impacto provocado às comunidades da região, mas sem êxito.

Ela explicou que as comunidades da Vila Maranhão e do Maracanã sempre utilizaram o túnel para chegar com mais rapidez a seus destinos e à BR-135. Porém, reclamam os moradores, o prolongamento do túnel em mais 10 metros tornará o local, que já é estreito e só permite a passagem de um carro por vez, mais difícil para o tráfego de pedestres e veículos. (mais…)

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Mal-estar no Globo: As manifestações chegam à redação

o-globo

Por  Ivson, em Coleguinhas, Uni-vos!

“Quem escreve para jornal é desocupado ou psicopata.”

A frase acima marcou o ponto mais baixo (alguém pode achar mais alto, não eu) do mal-estar interno na redação do Globo causado pela primeira abaixo, da edição de quinta, dia 17.

Tecla de retrocesso.

No meio da tarde daquele dia, o email interno geral do Globo começou a receber centenas de e-mails revoltados com a capa “retrato de bandido” acima (sim, sei qual é o endereço). A imensa maioria – talvez uns 80% – era composta de um texto padrão, educado, que dizia algo como ser inaceitável O Globo fazer uma capa daquela, e 20% eram textos próprios, muitos com impropérios (as minhas fontes não quiseram me passar nenhum, argumentando, com razão, que a vigilância interna deve estar em níveis de alerta vermelho-sangue).  No mesmo dia, o cancelamento diário de assinaturas, que normalmente já não é desprezível (em torno de 10), subiu algo entre 10 e 20 vezes, segundo as fontes. A torrente de e-mails continuou até mais ou menos as 9h30min de sexta, quando o sempre competente setor de tecnologia do Globo conseguiu uma forma de bloqueá-la.

Aí o problema real começou.

Em política, há uma frase – “vaca está estranhando bezerro” – que se encaixa perfeitamente no que aconteceu na redação do Globo após o bloqueio dos emails de protesto. A parte mais nova dos repórteres respondeu o email da tecnologia, avisando do bloqueio das mensagens, protestando contra a censura, sob o argumento geral – comportando variações – de que não se poderia ignorar a insatisfação dos leitores, no mínimo porque eles são os clientes. (mais…)

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Consórcio formado por cinco empresas vence primeiro leilão do pré-sal

charge libraVinicius Lisboa e Vitor Abdala*, Repórteres da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Um consórcio formado por cinco empresas – a anglo-holandesa Shell, a francesa Total, as chinesas CNPC e CNOOC e a Petrobras – foi o vencedor da 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal e terá o direito de explorar e produzir o petróleo da área de Libra, na Bacia de Santos. Dos 70% arrematados pelo consórcio, 20% são da Shell e 20% da Total. A CNPC e a CNOOC têm, cada uma, 10%, assim como a Petrobras, que já tinha garantidos 30%. (mais…)

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Pelo menos 83 jornalistas foram agredidos durante manifestações, mostra Abraji

Cinegrafista é atingido por spray de pimenta (Rodrigo Paiva/Estadão)
Cinegrafista é atingido por spray de pimenta (Rodrigo Paiva/Estadão)

Camila Maciel, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Pelo menos 83 jornalistas brasileiros foram agredidos desde junho, quando teve início a onda de protestos no país, segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Quase 80% dos casos, ou 65 agressões, foram resultado da ação de policiais militares.

Para organizações de direitos humanos e entidades de classe, apesar de as manifestações terem elevado os números deste ano, a violência contra profissionais de comunicação tem crescido nos últimos anos. Os assassinatos, por exemplo, passaram de dois, em 2005, para seis, em 2011, de acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

O presidente da Fenaj, Celso Schröder, cita alguns fatores que explicam essa curva ascendente de violência contra jornalistas, entre eles a impunidade. “[As agressões] ocorrem principalmente na cobertura de política, há um senso comum de que é permitido fazer. É na imprensa que se dá o confronto direto entre os interesses privados, que sejam ilegais, com o interesse público, e isso produz reações”, declarou em seminário internacional sobre violência contra jornalistas e o cerceamento do direito da sociedade à informação. O encontro é promovido pela comissão organizadora do Prêmio Vladimir Herzog, na capital paulista. (mais…)

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Amenazan de muerte a dirigentes y comunicadores indígenas de Colombia

minga-nacional2-640x300La Minga rechaza intimidación y denuncia “plan de muerte” implementado por gobierno y paramilitares.

Servindi – El autodenominado “Comando Urbano los Rastrojos” amenazó de muerte a dirigentes y comunicadores indígenas de Colombia y anunció una “limpieza social” y convertirlos en “objetivo militar” sino paralizan la protesta y regresan “a sus sitios de origen”.

El comunicado número 17 del supuesto grupo paramilitar, correspondiente a la zona norte del Cauca, lleva por fecha el 15 de octubre y amenaza de manera directa a autoridades y líderes indígenas, consejeros y asesores del Consejo Regional Indígena del Cauca (CRIC). (mais…)

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PB – Usina despeja vinhoto em rio fonte de subsistência do povo Potiguara

potiguararCapitão e Irembé Potiguara, de Baía da Traição (PB), no Cimi

A usina e indústria de açúcar Monte Alegre, sediada no município de Mamanguape, litoral da Paraíba, derramou centenas de litros de vinhoto, subproduto viscoso da cana de açúcar, nas águas do rio que leva o mesmo nome da cidade e corta o território Potiguara. Milhares de peixes, camarões e demais crustáceos acabaram morrendo, sendo tal fauna responsável pela alimentação e subsistência do povo indígena. O fato aconteceu no último mês de setembro. Na foto acima, Capitão Potiguara (à esquerda) e o cacique geral Sandro Potiguara.

Potiguara significa, em tupi, comedor de camarão. Desde a colonização o povo nunca saiu de seu território, sendo então a pesca de peixes e camarão uma atividade tradicional e fundamental às aldeias Potiguara. Com o derrame do vinhoto, aproximadamente 500 famílias indígenas das aldeias Jaraguá, município de Rio Tinto, Três Rios, Tramataia e Camurupim, município de Marcação, acabaram prejudicadas e estão impedidas de pescar.  (mais…)

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