Pareço suspeito?

Foto - Liana CollPelo viés de Maiara Marinho*

Sabemos que desde os tempos mais remotos existem forças para combater àqueles muitos cidadãos oprimidos. Pode-se dizer que essa ação é feita para ameaçar e manter a população pobre, apática para que o combate às injustiças que sofrem não seja feito. Essa opressão é necessária, pois a lógica do sistema capitalista prevê o trabalhador como máquina para sustentar uma minoria rica. Para manter essa lógica em funcionamento, a polícia surge para calar, esconder e criminalizar os pobres.

O momento mais violento que os brasileiros viveram nas últimas décadas foi a Ditadura Militar. Em 1970, houve a fusão da Polícia Civil e da Força Pública para a criação da Polícia Militar de São Paulo, a ROTA (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). E, como o próprio nome sugere, se mostrou notável e indiferente. Causou medo e receio na população marginalizada. E quando uso a palavra marginalizada é no sentido literário dela. Falo sobre a precariedade habitacional, sobre viver nos cantos das cidades, escondidos, esquecidos. (mais…)

Ler Mais

“O que a gente quer é um cantinho para morar”

Terrenos demarcados no campo. Foto - Marina Martinuzzi
Terrenos demarcados no campo. Foto – Marina Martinuzzi

Pelo viés de Marina Martinuzzi

Entre pequenas casas e estreitas ruas da Vila Lorenzi, localizada às margens da BR-397, na Zona Sul da cidade, um terreno largo, de chão gramado e com ainda poucas casas levantadas é avistado no meio das estruturas mais consolidadas da região. Trata-se do Campo do São Lourenço, uma antiga área abandonada há 14 anos, que desde janeiro de 2013 segue ocupada por famílias desamparadas e sem recursos financeiros para custearem uma moradia de aluguel.

No dia 8 de janeiro chegavam as primeiras famílias. Aos poucos, e num trabalho contínuo até hoje, novas moradias foram erguidas em meio ao campo vazio. José Oséas Silva Lopes, juntamente com sua esposa e quatro filhos, resume o sentimento da população que ali encontra a esperança de ter um lugar digno para viver: “A gente quer um cantinho pra morar, só isso. É por isso que a gente tá batalhando, porque a gente é cidadão e ama essa cidade.”. A batalha referida pelo primeiro morador da Ocupação diz respeito ao impasse judicial que ocorre desde fevereiro sobre àquela área. (mais…)

Ler Mais

Indígenas, quilombolas e assentados erguem acampamento em Porto Alegre na luta por direitos

Foto: Tiago Miotto
Foto: Tiago Miotto

Revista o Viés – Desde a tarde desta quinta-feira, cerca de 300 representantes de diversas aldeias indígenas guarani e kaingang do Rio Grande do Sul, representantes do movimento quilombola e do assentamento Madre Terra ergueram suas barracas de lona na Praça da Matriz, em Porto Alegre. As barracas foram erguidas depois de uma nota assinada por indígenas e quilombolas ser entregue a representantes do governo estadual, no Palácio Piratini.

Após diversas reuniões realizadas com o governo do RS e com o descumprimento dos prazos acordados com o movimento para dar continuidade à demarcação de territórios indígenas no estado, os povos tradicionais e originários exigem um posicionamento claro e efetivo por parte do governador Tarso Genro com respeito a seus direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988, a continuidade das demarcações e o levantamento de fundos para a indenização dos agricultores que terão que ser removidos dos territórios já reconhecidos como de tradicionalidade indígena.

(mais…)

Ler Mais

Carta do Identidade, grupo de luta pela diversidade sexual, sobre o Fórum Mundial de Direitos Humanos

logo_h“Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira”.

Os Estatutos do Homem- Thiago de Mello

Convocado pelo Governo Federal, através da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, para o período de 10 a 13 de Dezembro de 2013, o Fórum Mundial de Direitos Humanos apresenta-se com o objetivo de “Promover um espaço de debate público sobre direitos humanos no mundo, em que sejam tratados seus principais avanços e desafios, com foco no respeito às diferenças, na participação social, na redução das desigualdades e no enfrentamento a todas as violações de direitos humanos”.

Embora a iniciativa possa parecer louvável, em vista do objetivo do evento, temos algumas observações sobre esse Fórum e que apresentamos neste momento para dialogar, com toda a militância pelos direitos humanos que se dispõe a participar deste processo. (mais…)

Ler Mais

ES – Cáspite! Suzano Celulose também quer expandir o Deserto Verde para o extremo norte do Estado

Foto: Google
Foto: Google

Entidades como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Rede Alerta Contra o Deserto Verde denunciam há décadas a contaminação do solo e da água gerados pelos plantios de eucalipto, além da mecanização, que gera desemprego em larga escala. A Suzano também é responsável por promover o êxodo rural e os conflitos instalados no campo.

Manaira Medeiros, Século Diário

Assim como a Aracruz Celulose (Fibria), a Suzano Papel e Celulose também pretende expandir seus plantios para o extremo norte do Estado. A empresa arrendou 14 fazendas no município de Montanha, onde realizará plantios em área total de 4.696,5 hectares. Em outra fazenda, que compreende terras do município e de Mucurici, a Suzano irá plantar em 1.817,30 hectares. Ao todo 6.513,8 hectares, somando todos os projetos.

Para as fazendas de Montanha, a empresa está na fase inicial do licenciamento ambiental. O Instituto Estadual de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) aprovou, neste mês, os Termos de Referência dos projetos, divididos em blocos II, III e IV. A Suzano irá agora elaborar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para submeter ao órgão e, assim, obter as licenças Prévia (LP) e de Operação (LO).

(mais…)

Ler Mais

Documentário retrata saga quilombola na luta por suas terras

“Imprensados”, gravado com comunidades do norte do Estado, reúne depoimentos de lideranças quilombolas sobre conflito por terras

Any Cometti, Século Diário

O título do documentário descreve bem a atual situação enfrentada pelos quilombolas no norte do Estado, que têm suas terras invadidas pelas plantações de eucalipto da Aracruz Celulose, atual Fibria, e pelos latifundiários da região. Imprensados: A luta pelo território quilombola do Sapê do Norte – ES foi gravado em agosto de 2007, nas comunidades de Divino Espírito Santo, em São Mateus, e São Domingos, em Conceição da Barra, mas só no ano passado conseguiu apoio do Edital 012/2012 do Fundo Estadual de Cultura para finalização de obras de audiovisual. Em julho deste ano, o documentário foi finalizado e, nesta semana, será exibido no Museu Capixaba do Negro (Mucane), em Vitória.

A luta pela terra, ocupada por seus antecedentes antes e após a escravatura, é a principal discussão levantada pelos líderes quilombolas retratados no vídeo. Tião Xará, um dos produtores do documentário, destaca que os quilombolas recebem com entusiasmo a ideia do documentário e aprovam a visibilidade que um projeto como esse dá à  sua luta. (mais…)

Ler Mais

Quem tem medo de mulheres negras de jaleco branco?

Cintia

“Eu já desde muito nova queria fazer Medicina… só que Medicina é um curso impensável para as pessoas de onde eu venho, para as pessoas como eu sou, negra, mulher, pobre, Capão Redondo. Ninguém sonha ser médico lá. Eu insisti que queria fazer medicina.” – Cintia Santos Cunha

Por Douglas Belchior

Em seu texto sobre a polêmica dos médicos cubanos no Brasil e a reação de uma jornalista potiguar que escandalizou as redes sociais ao dizer que médicos cubanos pareciam “empregadas domésticas”, e que precisariam ter “postura de médico”, o que não acontecia com os profissionais cubanos, o professor Dennis de Oliveira sintetizou:

“(…) ela expressou claramente o que pensa parte significativa dos segmentos sociais dominantes e médios do Brasil: para eles, negros e negras são tolerados desde que em serviços subalternos. Esta é a “tolerância” racial brasileira.” (mais…)

Ler Mais

IV Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental, de 17 a 19/09

O Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental chega a sua quarta edição no ano de 2013, tendo como público alvo alunos de graduação, pós-graduação e profissionais da área. Assim como as anteriores edições, o evento é realizado pelo grupo de pesquisa Meio Ambiente: Sociedades Tradicionais e Sociedade Hegemônica, do Programa de Pós-graduação em Direito Econômico e Socioambiental, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, na Linha de Pesquisa Sociedades e Direito, sob a coordenação dos professores Carlos Frederico Marés de Souza Filho, Heline Sivini Ferreira e Vladimir Passos de Freitas.

Percebendo que o racionalismo do sistema econômico hegemônico excluiu do modelo de desenvolvimento adotado pela modernidade os povos e a natureza, assim como os conhecimentos tradicionais resultantes da interação entre eles, o Congresso Brasileiro de Direito Socioambiental tem relevância científica na medida em que se propõe a debater a necessidade de resgatar a relação de solidariedade outrora existente entre as sociedades humanas e meio ambiente natural, enfrentando academicamente os principais desafios interpostos à integração global entre povos e natureza.

Busca-se não somente aprofundar o tema no Programa de Pós-Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, fortalecendo em especial as atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas no âmbito da Linha de Pesquisa Sociedades e Direito, mas também promover, de forma mais ampla, o debate entre docentes, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação sobre questões centrais que guardam relação direta com o agravamento da crise socioambiental na modernidade. (mais…)

Ler Mais

Justiça Ambiental mapeia conflitos entre o setor energético e populações tradicionais

RBJAencontroEncontro nacional realizado na Serra pretende mobilizar comunidades diretamente afetadas pelos atuais modelos energéticos

Any Cometti, Século Diário

Representantes das populações afetadas por empreendimentos energéticos se reuniram na Serra, nessa quarta-feira (28), para um mapeamento coletivo dos conflitos que existem nacionalmente por conta da demanda do setor. O 5º Encontro Nacional da Rede de Justiça Ambiental prossegue até sábado (31) e tem entre seus principais objetivos a reflexão sobre a expansão desenfreada da produção de energia no país e o fomento da luta das comunidades impactadas pelos grandes empreendimentos desenvolvimentistas.

Segundo Benedito Matias Porto, das Associações de Pesca e Territórios da Cidadania Norte e diretor da Federação das Associações de Pesca do Espírito Santo, que participa do evento, a extração de petróleo terrestre, com o uso do maquinário conhecido como “cavalinho”, foi uma das grandes atividades responsáveis pela seca da região.  “Além da seca, desocuparam os espaços onde os pequenos produtores criavam suas culturas em pequenas propriedades”, relata. (mais…)

Ler Mais

5ª Semana Social Brasileira: O Estado que temos e o Estado que queremos

banner-final-ssb

Pastorais sociais, organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e movimentos sociais, estarão reunidos em Brasília, entre os dias 2 e 5 de setembro de 2013, no Centro Cultural de Brasília (CCB), para a realização da 5ª Semana Social Brasileira (5ª SSB), que tem como tema “O Estado que temos e o Estado que queremos”. Mais de 250 pessoas participarão do evento que recolherá os resultados dos seminários que aconteceram em todo território nacional, desde o ano de 2011.

Um dos principais objetivos desta Semana Social é mobilizar a sociedade brasileira, a partir das comunidades eclesiais, dos movimentos sociais, das pastorais, dos organismos e das forças transformadoras da sociedade, através de uma reflexão crítica das estruturas do Estado, com o propósito de questionar sobre a serviço de quem elas atuam. Outra proposta deste encontro é a de reforçar os mecanismos de controle do Estado, mediante a ampliação e universalização da democracia participativa e direta, para além da democracia representativa.

As Semanas Sociais Brasileiras, promovidas pela CNBB, sob responsabilidade da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, Justiça e a Paz, em parceria com os movimentos sociais, se iniciaram na década de 1990. (mais…)

Ler Mais