ES – Cáspite! Suzano Celulose também quer expandir o Deserto Verde para o extremo norte do Estado

Foto: Google
Foto: Google

Entidades como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Rede Alerta Contra o Deserto Verde denunciam há décadas a contaminação do solo e da água gerados pelos plantios de eucalipto, além da mecanização, que gera desemprego em larga escala. A Suzano também é responsável por promover o êxodo rural e os conflitos instalados no campo.

Manaira Medeiros, Século Diário

Assim como a Aracruz Celulose (Fibria), a Suzano Papel e Celulose também pretende expandir seus plantios para o extremo norte do Estado. A empresa arrendou 14 fazendas no município de Montanha, onde realizará plantios em área total de 4.696,5 hectares. Em outra fazenda, que compreende terras do município e de Mucurici, a Suzano irá plantar em 1.817,30 hectares. Ao todo 6.513,8 hectares, somando todos os projetos.

Para as fazendas de Montanha, a empresa está na fase inicial do licenciamento ambiental. O Instituto Estadual de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) aprovou, neste mês, os Termos de Referência dos projetos, divididos em blocos II, III e IV. A Suzano irá agora elaborar o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (Eia/Rima) para submeter ao órgão e, assim, obter as licenças Prévia (LP) e de Operação (LO).

O Bloco II compreende as fazendas Juazeiro, Luziane, Balão, Oriental, Esplanada, Alvorada, Luiz Siqueira e São Jorge, com área total de plantio de 2.533,46 hectares. Já no Bloco III estão as fazendas Santa Fé I, Santa Fé II e Santo Antônio, com área de plantio de 630 hectares. E, por último, no Bloco IV, as fazendas Eldorado II, Colina e Estrela do Oriental, onde será plantado eucalipto em 1.805,99 hectares. As fazendas integram a Bacia do Rio Itaúnas.

Já o outro projeto é de abril deste ano e já teve apresentado o Eia/Rima ao Idaf. Trata-se da Fazenda Eldorado, nos municípios de Montanha e Mucurici, que faz fronteira com Ponto Belo e Ecoporanga, no Estado, e também a municípios de Minas Gerais. A área de plantio totalizará 1.817,30 hectares.

Junto com a Aracruz Celulose, a Suzano responde pelo modelo de desenvolvimento representado pelas monoculturas de eucalipto no Estado. Nos municípios do extremo norte do Estado, a empresa repetirá os impactos sociais e ambientais já conhecidos das comunidades tradicionais da região, principalmente quilombolas do antigo território do Sapê do Norte, formado pelos municípios de São Mateus e Conceição da Barra.

Entidades como o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Rede Alerta Contra o Deserto Verde denunciam há décadas a contaminação do solo e da água gerados pelos plantios de eucalipto, além da mecanização, que gera desemprego em larga escala. A Suzano também é responsável por promover o êxodo rural e os conflitos instalados no campo.

A concentração de terras em poder das multinacionais impede ainda a realização da reforma agrária e o desenvolvimento de projetos da agricultura familiar. A consolidação dos projetos da Aracruz e Suzano só foi possível graças a financiamentos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

A Suzano informa que tem área florestal de 803 mil hectares no país, sendo 346 mil na Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Tocantins e Piauí.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.