Cleide Carvalho, O Globo
SÃO PAULO — O desmatamento avança no Oeste do Pará, no eixo das obras da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), e se aproxima de unidades de conservação na região. Levantamento feito pelo Greenpeace, com base em dados dos sistemas de monitoramento e detecção de desmatamento na Amazônia Legal do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indica que 29% de uma área de 317 mil hectares vizinha à terra indígena Baú, às margens do Rio Curuá, foram desmatados. Até 2003, essa área estava inserida nos limites da terra indígena.
— Chamam atenção os pontos de acentuado desmatamento na área próxima à Baú, principalmente neste momento, em que vários projetos tentam barrar a criação e regularização de terras indígenas sob a bandeira de que o país tem “muita terra para pouco índio”. O Brasil não precisa desmatar mais para aumentar sua produção agrícola. Existem várias áreas já abertas e não aproveitadas, que podem ser utilizadas — afirma Rômulo Batista, da campanha da Amazônia Greenpeace Brasil.
Segundo a ONG, que registrou imagens de desmatamento e degradação florestal em sobrevoos, o sistema de monitoramento Prodes registrou 10.907 hectares de floresta derrubada até 2012. Pelo sistema, o desmatamento foi de 10.168 hectares entre agosto de 2012 e maio de 2013. (mais…)