“Cartografia Social das Comunidades Quilombolas e o Carvão no Sapê do Norte”

CAPA CARTOGRAFIADenise Porfírio, FCP

Um trabalho de mapeamento social da regularização fundiária e trabalho nas carvoarias beneficiará comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo. Com o apoio do Fundo Brasil de Direitos Humanos, a pesquisa ”Cartografia Social das Comunidades Quilombolas e o Carvão no Sapê do Norte” é destinada para lideranças quilombolas, agentes públicos e universidades.

De acordo com o coordenador do estudo e professor na Universidade Federal do Espírito Santo, Sandro José da Silva, o trabalho em cartografia foi desenvolvido pelos jovens quilombolas das comunidades pesquisadas, devido a linguagem acessível e facilidade de obter informações. “O trabalho é um retrato social que tem por objetivo alertar os organismos municipais, nacionais e internacionais quanto à utilização indevida dos recursos públicos destinados às comunidades quilombolas”.

Pesquisa Racismo Ambiental – Dados mostram que no Brasil, o número de trabalhadores entre 5 e 17 anos de idade era de 4,3 milhões em 2009, o que representava 9,8% das crianças e adolescentes do país. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, no mundo, o problema afeta hoje aproximadamente 15,5 milhões de crianças.

Estes números ganham rosto quando constatamos que a maioria das crianças nessa situação são meninas negras. No caso das crianças quilombolas capixabas, que trabalham nos fornos de carvão, configura-se o Racismo Ambiental, pois concentra os danos à saúde, desenvolvimento social e econômico a uma parcela determinada da população.

Foto: Quilombos Capixabas
Foto: Quilombos Capixabas

Oportunidade – Os frutos de trabalho da pesquisa, já estão disponíveis na internet. O livro Quilombos Capixabas pode ser compartilhado nas redes sociais a partir do endereço aqui e a exposição fotográfica pode ser visitada virtualmente no site .

Cartografia – (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. O vocábulo foi pela primeira vez proposto pelo historiador português Manuel Francisco Carvalhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser internacionalmente consagrado pelo uso. Das muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI):

Conjunto dos estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que intervêm na elaboração dos mapas a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua utilização.

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