Emoção e luta no primeiro encontro do Liderar

Durante cinco dias as lideranças trocaram experiências e compartilharam suas histórias de vida. 

Foto: saite IEB
Foto: saite IEB

IEB – Lideranças do Amazonas e do Pará se reuniram de 27 a 31 de maio para o primeiro encontro do Programa Liderar – Desenvolvimento de Lideranças na Amazônia,  em Brasília.  Eles atuam em várias frentes: assentamentos de reforma agrária, terras indígenas, reservas extrativistas e suas respectivas associações. Muitas vezes são ameaçados de morte, mas nunca desistem da luta. “Essas pessoas trabalham pelo interesse público e prestam um serviço para a sociedade brasileira,” afirmou Ailton Dias, diretor técnico do IEB.

O Programa Liderar, realizado pelo IEB, vai ser desenvolvido ao longo de 10 meses em um trabalho de formação continuada. Dos 105 inscritos, o comitê de seleção escolheu 15 participantes dos municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Manicoré e Pauiní, no sul do Amazonas, e Anapu, Barcarena, Itaituba, Juruti e São Felix do Xingu, no Pará. “Essa turma, com a diversidade de lutas e de regiões, torna a experiência do Liderar muito mais rica,” explicou Camila de Castro, coordenadora do programa.

Durante os cinco dias do encontro, as lideranças contaram suas histórias de vida e de luta, visitaram o Congresso Nacional, onde tiveram a oportunidade de acompanhar uma audiência pública, discutiram os temas a serem trabalhados e definiram as próximas etapas. Fizeram também uma visita ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), onde foram recebidos pelo presidente do órgão, Roberto Vizentin, e à Fundação Nacional do Índio (Funai), onde conversaram com a atual presidente, Maria Augusta Assirati.

Três lideranças já consolidadas também participaram do encontro: Luzia Santos da Silva, diretora do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) de Boca do Acre, Manoel Cunha, diretor de finanças do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e ex-presidente do CNS, e Sonia Guajajara, vice-coordenadora da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Eles compartilharam suas histórias de vida e experiências de luta.

Gleicyane Silva dos Santos Apurinã, participante do liderar, e secretária da Organização dos Povos Indígenas Apurinã e Jamamandi (OPIAJBAM), identificou-se com a história da Sonia Guajajara. “Ela luta pelos povos indígenas e carrega isso na alma, é o desejo dela. É como se eu me visse dentro dela,” explicou Gleicyane.

Cada liderança vai contar com assessoria técnica e apoio financeiro para desenvolver os seus projetos. O próximo encontro será realizado em agosto, em Manaus.  Maria José, diretora executiva do IEB, citou uma frase de incentivo para as lideranças ao final do encontro: “As pessoas que querem fazer do mundo um lugar pior não descansam. Por que nós, que queremos fazer do mundo um lugar melhor, vamos descansar?” (Autor desconhecido)

Enviada por Henyo Barretto para a lista superiorindigena.

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