Direito ao Conhecimento: Cacique Ângelo Kretã

Líder indígena, da nação Kaingang, possivelmente vitima de um atentado, morreu em janeiro de 1980 na Reserva de Mangueirinha, sul do Paraná. Tudo começou por causa da invasão da terra de seu povo por empresários da capital do estado. Era o último manancial ecológico com cerca de 150 mil árvores, principalmente pinheiros nativos. Vídeo do escritor Valêncio Xavier.

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Irmão de professora da USP desaparecida na ditadura critica reitor

ana_rosa_159Em carta enviada à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, o jornalista Bernardo Kucinski critica falta de empenho do reitor João Grandino Rodas e da direção do Instituto de Química para esclarecer demissão de sua irmã, a professora Ana Rosa Kucinski, dos quadros da universidade. Sequestrada por órgãos de repressão durante a ditadura, ela foi demitida na época por abandono de emprego.

Da Redação – Carta Maior

Diante das dificuldades enfrentadas para que a Universidade de São Paulo (USP) reverta a demissão por abandono de emprego da professora Ana Rosa Kucinski, desaparecida durante a ditadura militar, seu irmão, o jornalista Bernardo Kucinski, decidiu acionar a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo.

A própria comissão já havia cobrado da USP esclarecimento sobre o caso, mas não encontrou, na visão de Kucinski, amparo no reitor João Grandino Rodas. “Penso que não iniciou bem o Magnífico Reitor sua participação no esforço nacional de busca da verdade”, afirmou o jornalista, em carta enviada ao deputado estadual Adriano Diogo.

No documento, Kucinski também criticou a omissão do Instituto de Química da USP, ao qual Ana Rosa era vinculada, e ainda lembrou que a comissão da verdade na USP “não iniciou suas sessões, não possui regimento interno e nem cronograma de trabalho”.

O jornalista lançou em 2011 o livro K. (editora Expressão Popular), em que narra a dramática busca empreendida por seu pai para encontrar Ana Rosa. Leia a seguir a íntegra da carta. (mais…)

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“Duas no pé e uma na bunda”: da participação Terena na guerra entre o Paraguai e Tríplice Aliança à luta pela ampliação dos limites da Terra Indígena Buriti

Terena que lutaram na Guerra do Paraguai. Acervo Comissão Rondon s/d.
Terena que lutaram na Guerra do Paraguai. Acervo Comissão Rondon s/d.

Por Jorge Eremites de Oliveira(1) & Levi Marques Pereira(1)

A guerra entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (1864-1870), conhecida no Brasil como Guerra do Paraguai, e no Paraguai como Guerra Grande, Guerra del 70 e Guerra de la Triple Alianza, tem sido apontada como o mais sangrento conflito bélico das Américas. Esse evento também é apontado como um divisor de águas na história platina, não apenas na trajetória dos estados-nações, mas também no transcurso histórico e sociocultural de certos povos indígenas (Guató, Kadiwéu, Kaiowá, Ñandeva, Payaguá, Terena e outros).

Apesar da magnitude do evento, existem poucos estudos apurados sobre a participação indígena nessa luta armada, sobretudo no que se refere aos contatos e às mudanças socioculturais que a partir daí se processaram nos grupos étnicos direta ou indiretamente envolvidos na guerra. Sabe-se, todavia, que muitos indígenas atuaram diretamente no conflito. No Paraguai, por exemplo, muitos Payaguá foram somados às tropas de Solano Lopes; no Brasil, por sua vez, indígenas pertencentes aos grupos étnicos Guató, Kadiwéu, Kinikinau e Terena apoiaram o exército imperial na luta contra as tropas invasoras no sul de Mato Grosso. No pós-guerra, porém, territórios indígenas foram “objetos de cobiça e exploração” por parte de novas frentes ocupação das sociedades nacionais, conforme Bartomeu Melià(2) avaliou para a história dos Kaiowá, Mbyá e Ñandeva. (mais…)

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Racismo institucionalizado no Brasil de Vargas, por Rogério Beier

Por Rogério Beier*, em Hum Historiador

Inspirados em Demétrio Magnoli e Ali Kamel, semanalmente uma série de pessoas entram neste blog para repetirem, como papagaios de pirata, que o Brasil não é um país racista e que jamais teve leis de tal natureza. O intuito, ao reproduzirem os argumentos mal intencionados dos supra-citados, é justificar posições contrárias às cotas raciais alegando que, ao criar leis que determinam as cotas raciais, o governo brasileiro estaria institucionalizando o racismo.

Pois bem, para acabar com toda essa baboseira, abaixo destaco trecho de um decreto-lei, de Agosto de 1945, no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e em pleno governo de Getúlio Vargas. Tal decreto-lei só seria revogado em 1980, pela lei n. 6.815. Atenção papagaios de pirata de plantão:

Decreto racista de Vargas (mais…)

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