Começa amanhã em Curitiba: Reunião Pública Internacional “Municípios pelo Banimento do Amianto”

convite seminário internacional 2013

Por Conceição Lemes

Os procuradores italianos Sara Panelli e Gianfranco Colace, que atuaram na ação criminal que condenou a 16 anos de  prisão os ex-proprietários da Eternit, o barão belga Louis de Cartier de Marchienne e o magnata suíço Stephan Schmidheiny chegam ao Brasil hoje e vêm acompanhados dos sindicalistas Bruno Pesce e Nicola Pondrano, também italianos. É o maior processo criminal de todos os tempos por danos a trabalhadores e ao meio ambiente.  O processo diz respeito à morte de 2.500 pessoas, vítimas do cancerígeno amianto.

Na terça-feira 11, participarão de eventos no Paraná, maior estado produtor de artefatos de amianto do país. Atualmente, na cidade de Colombo, fica a sede industrial da Eternit. (mais…)

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Mulheres em defesa da grande Mãe Natureza

Luana Kariri é líder natural na aldeia Tapuia-Kariri em momentos decisivos Foto: Alex Costa
Luana Kariri é líder natural na aldeia Tapuia-Kariri em momentos decisivos Foto: Alex Costa

Entre os povos indígenas do Estado do Ceará, destacam-se as muitas lideranças femininas

Por Melquíades Júnior, Diário do Nordeste

São Benedito/Aquiraz (CE) Quando Dilma Rousseff assumiu a Presidência da República Federativa do Brasil, dona Francisca Alves, a primeira mulher cacique do Brasil, estava transferindo o cacicado para a sua filha, Juliana Alves. Uma é a cacique Pequena e a outra, a filha, é a cacique Irê, lideranças dos Jenipapo-Kanindé, de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Mas foi uma soma, e não transferência, de poderes entre mulheres indígenas do Ceará, cujo protagonismo cresce mais rápido que na sociedade dita tradicional. Em 25 anos de processo de recolhimento étnico no Ceará, as mulheres indígenas têm sido, em muitas etnias, as principais lideranças dentro e fora dos povoados. Sem parecerem concorrentes de caciques e pajés.

Negociação

Foi necessária uma negociação e diálogo com os Tapuia-Kariri, no município de São Benedito, para concessão de entrevista à equipe do Diário do Nordeste. O questionamento com a procura da imprensa é comum, em vista do receio que os índios têm de serem tratados “lá fora”. (mais…)

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Dia D da Saúde Indígena: após seis meses, MPF faz balanço de decisões judiciais e segue exigindo melhorias no serviço

Doze ações civis públicas tiveram liminar favorável e pelo menos 30 recomendações foram atendidas

Em Cuiabá (MT), MPF requereu cronograma de reforma estrutural e sanitária da Casai. Fotos: Arquivo, MPF
Em Cuiabá (MT), MPF requereu cronograma de reforma estrutural e sanitária da Casai. Fotos: Arquivo, MPF

Procuradoria Geral da República

O Ministério Público Federal (MPF) está atento ao andamento dos processos judiciais e extrajudiciais iniciados há exatos seis meses, em 10 de dezembro de 2012, data batizada como Dia D da Saúde Indígena. A ação conjunta em diversos estados brasileiros teve como objetivo chamar a atenção para a precariedade no atendimento de saúde aos indígenas no país, assim como reafirmar o compromisso da instituição na luta pela garantia dos direitos desses povos.

Das 21 ações civis públicas ajuizadas, 12 tiveram liminar totalmente ou parcialmente favorável (57%), três ainda não receberam manifestação sobre o pedido liminar e cinco tiveram liminar indeferida. Além disso, pelo menos 30 recomendações foram atendidas. Entre os temas mais recorrentes, estão aquisição de medicamentos, fornecimento de água potável, ampliação e reforma em casas de saúde, aquisição de carros e barcos para equipes de saúde e aplicação correta de recursos. (mais…)

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Carta dos Munduruku ao governo explicita conhecimentos milenares e reafirma demandas [leiam, por favor! É uma aula de cultura!]

Foto: Ruy Sposati
Foto: Ruy Sposati

Povo Munduruku, no Cimi

Histórico

O Munduruku é o povo mais numeroso da região do sul do estado do Pará, atualmente são 12.000 indivíduos. Nos tempos passados, nós, Munduruku, éramos temidos devido à fama da arte de guerrear em bandos e usávamos estratégias para atacar os nossos inimigos. Não desistíamos tão facilmente de perseguir os nossos inimigos e os nossos troféus eram a cabeça humana, que simbolizava o poder. Dificilmente, nós, Munduruku, em uma expedição de guerra perdíamos um guerreiro sequer na batalha. Atacávamos os inimigos de surpresa, assim vencíamos os nossos rivais e não deixávamos ninguém com vida, somente as crianças que quiséssemos levar para a aldeia, que adotávamos e incluíamos em nosso clã para mantermos a relação de parentesco.

Uksa era considerado uma casa sagrada (o quartel dos homens), não era permitida a permanência de mulheres nesse ambiente, mas o dever delas era preparar os seus alimentos e servi-los para agradarem, por respeito a eles. Porque ali se faziam presentes líderes muito importantes: contadores de histórias, puxadores, cantores, tocadores de tabocas e flautas, líderes espirituais pajés, caçadores, artesãos, conhecedores de plantas medicinais, interpretadores de sonhos (premonitórios), mensageiros, guerreiros (divididos em cinco pelotões). Cada pessoa tinha uma utilidade muito essencial para a sociedade. As tarefas das mulheres era cuidar dos afazeres de casa, fazer alimentos, lavar roupas, capinar roças, fazer farinhas, cuidar das crianças, ensinar os filhos a se preparar e poder viver no mundo, na fase etária de 12 anos poder já ter responsabilidade e ter a sua própria família, e do mesmo modo as meninas saber cuidar de si e cuidar do seu companheiro pra não ficar dependente quando chegar à idade adulta. (mais…)

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Índios, os estrangeiros nativos

A dificuldade de uma parcela das elites, da população e do governo de reconhecer os indígenas como parte do Brasil criou uma espécie de xenofobia invertida, invocada nos momentos de acirramento dos conflitos

abril indígena

Eliane Brum, Revista Época

A volta dos indígenas à pauta do país tem gerado discursos bastante reveladores sobre a impossibilidade de escutá-los como parte do Brasil que têm algo a dizer não só sobre o seu lugar, mas também sobre si. Os indígenas parecem ser, para uma parcela das elites, da população e do governo, algo que poderíamos chamar de “estrangeiros nativos”. É um curioso caso de xenofobia, no qual aqueles que aqui estavam são vistos como os de fora. Como “os outros”, a quem se dedica enorme desconfiança. No processo histórico de estrangeirização da população originária, os indígenas foram escravizados, catequizados, expulsos, em alguns casos dizimados. Por ainda assim permanecerem, são considerados entraves a um suposto desenvolvimento. A muito custo foram reconhecidos como detentores de direitos, e nisso a Constituição de 1988 foi um marco, mas ainda hoje parecem ser aqueles com quem a sociedade não índia tem uma dívida que lhe custa reconhecer e que, para alguns setores – e não apenas os ruralistas –, seria melhor dar calote. Para que os de dentro continuem fora é preciso mantê-los fora no discurso. É isso que também temos testemunhado nas últimas semanas.  (mais…)

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Agenda das Comunidades de Resistência ImPACtadas do Rio de Janeiro

10 de junho – Reunião do GT de Comunicação da Rede das Comunidades Impactadas no Quilombo das Guerreiras às 16h (Francisco Bicalho, 49)

10 de junho – Ato contra o aumento da passagem às 16:30h na Cinelândia.

10 de junho – Oficina dos Pescadores na Ilha da Madeira (suspensa até nova data)

10 de junho – Fórum Estadual Intersetorial Voz aos Povos, segunda,  das 10 às 16h, Av.Marechal Câmara, 271

11 de junho – Ato da Campanha o Petróleo tem quer Nosso às 8h na Candelária, após Audiência na Agência Nacional do Petróleo às 9h na Presidente Vargas esquina com Rio Branco

11 de junho – Apresentação do Plano para Moradores de Rua na Câmara dos Vereadores (Cinelândia) às 14h (mais…)

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Conjuntura da Semana. No altar do progresso, direita e esquerda se unem no sacrifício dos povos indígenas

IHU On-Line – A análise da Conjuntura da Semana é uma (re) leitura das Notícias do Dia publicadas diariamente no sítio do IHU. A análise é elaborada, em fina sintonia com o Instituto Humanitas Unisinos – IHU, pelos colegas do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores – CEPAT, parceiro estratégico do IHU, com sede em Curitiba-PR, e por Cesar Sanson, professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, parceiro do IHU na elaboração das Notícias do Dia.

Sumário:

Governo democrático popular repete os militares: “O índio não pode deter o desenvolvimento”

Ameaças aos povos indígenas vêm do Estado e do agronegócio
Escalada da tensão. Como resolver a questão indígena?
Indígenas são vítimas de preconceito e discriminação
Indígenas são o movimento social mais ativo da atualidade
Quem está com os indígenas?
Garantias da Constituição Federal (mais…)

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Terra Terena, sonho que vem do Império

Na última quinta-feira, o índio terena Jabez Gabriel, de 41 anos, voltou ao local no qual, uma semana antes, perdera o irmão Oziel Gabriel, baleado durante ação da polícia que cumpria despejo na Fazenda Buriti, a cerca de 25 quilômetros de Sidrolândia (MS). Professor de português, fala mansa, mas firme, Jabez estava a 200 metros do local onde Oziel foi baleado.

Pablo Pereira – O Estado de S. Paulo

Com familiares, Jabez acompanhou jornalistas na primeira visita ao lugar onde caiu o líder que começa a se transformar em mártir dos terenas. Jabez e Oziel são netos de Armando Gabriel, cacique terena que morreu aos 94 anos, em 2010, e incutiu nos oito netos o sonho da Terra Indígena Buriti. (mais…)

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“Viver de modo orante, sim, mas…”, por Gilvander Luís Moreira

Gilvander Luís Moreira* para Combate Racismo Ambiental

Atualmente, em contexto de pós-modernidade, de crise de todas as instituições, de fragmentações, de fundamentalismos, de violência crescente, de correria, de estresse, muita gente está buscando um oásis de paz em experiências de oração, em grupos de louvores etc. “A oração é tudo”, dizem uns. “O importante é ser solidário e lutar por justiça”, dizem outros.  Diante desse quadro, faz bem refletir, pois certos tipos de oração reforçam processos de alienação e de fuga mundi.

Orar, sim, humaniza, mas não qualquer tipo de oração. A questão essencial não é orar ou não orar, mas que tipo de oração praticar. Muitas vezes, inconscientemente e involuntariamente, vários tipos de oração transferem para Deus responsabilidades que são nossas. O Evangelho de Lucas revela um Jesus orante, que cultiva a intimidade com o Pai pela oração. Jesus se prepara, por meio da oração, para um encontro face a face, olho a olho, com o Pai, com os outros e consigo mesmo. Uma oração libertadora mergulha-nos no mais profundo da nossa subjetividade, lá onde as palavras se calam e a voz de Deus se faz ouvir como apelo e desafio. (mais…)

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