Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental
Um importante dado científico em meio a toda a polêmica que se instalou a respeito dos Terena e da Terra Indígena Buriti é o laudo judicial de autoria de Jorge Eremites de Oliveira e Levi Marques Pereira – Terra Indígena Buriti: perícia antropológica, arqueológica e histórica sobre uma terra terena na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul. Só não se sabia que ele já estava disponível na íntegra para ser baixado via internet.
Ao socializar essa informação, também via web, Jorge Eremites de Oliveira acrescentou um breve mas fundamental depoimento:
“Em 2003, quando não tinha tido qualquer contato com os Terena de Buriti, recebi a determinação da Justiça Federal para participar de uma perícia judicial sobre a área de 17.200 hectares identificada e delimitada como Terra Indígena Buriti. O resultado desse trabalho foi recentemente publicado e está disponível na Internet para quem tiver interesse.
De minha parte, não tenho dúvida alguma que a área onde Oziel Gabriel foi morto é terra indígena, conforme estabelece o Art. 231 da Constituição Federal de 1988″.
Abaixo, tirados da página da Universidade Federal da Grande Dourados, dados sobre o laudo, seus autores e o link para baixá-lo.
“A publicação resulta de um laudo judicial produzido em 2003, cuja execução foi determinada pela Justiça Federal em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Nele, os autores concatenam procedimentos teórico-metodológicos comuns aos campos da antropologia sociocultural, arqueologia e história, com vistas ao esclarecimento de uma série de quesitos apresentados pelo Juízo e pelas partes envolvidas no litígio pela posse de terras na região serrana de Maracaju. Trata-se de um estudo complexo que envolve a reivindicação de direitos territoriais por parte de uma comunidade Terena, cujo tema central remete à ampliação dos limites da Terra Indígena Buriti, de 2.090 para 17.200 hectares, localizada nos municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia.
Sobre os autores:
Jorge Eremites de Oliveira é doutor em História (Arqueologia) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com estágio de pós-doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Levi Marques Pereira é doutor em Ciências (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (USP), com estágio de pós-doutorado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Ambos são sul-mato-grossenses de Corumbá e Dourados, respectivamente, e professores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), onde no momento estão vinculados ao curso de graduação em Ciências Sociais e aos programas de pós-graduação em Antropologia e História.