Marãiwatsédé – “Forças federais desocupam área indígena no Mato Grosso”

Cleide Carvalho – O Globo
SAO PAULO. As forças federais que trabalham na retirada de não índios da Terra Indígena Marãiwatsédé conseguiram, na madrugada deste domingo, ocupar o distrito de Posto da Mata, no Mato Grosso, principal reduto de resistência à desocupação da área. A estratégia era ocupar o distrito num momento em que poucas pessoas estivessem no local, para evitar confrontos. Posto da Mata é a principal entrada para a TI Marãiwatsédé, onde estão localizadas pelo menos 12 das grandes fazendas e posses de tamanho médio de políticos locais.

Na última sexta-feira, um caminhão da Fundação Nacional de Saúde ( Funasa) , que transportava sete toneladas de alimentos para comunidades indígenas do Mato Grosso, foi saqueado e seus dois ocupantes – uma funcionária da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e o motorista da Funasa foram vítimas de cárcere privado e tortura.

– Os dois funcionários federais foram levados a um pequeno hotel em Posto da Mata e foram mantidos reféns por várias horas. Foram ameaçados de morte. Como a funcionária da Sesai começou a passar mal, pois tem problemas de pressão alta, um fazendeiro colocou os dois num carro e levou até Porto Alegre do Norte, onde foram liberados – disse Paulo Maldos, da Secretaria Nacional de Articulação Nacional.

O bloqueio feito em Posto da Mata exigia que as forças federais utilizassem um desvio de 300 km para ter acesso à terra indígena e às principais áreas de posse. Na maioria das outras áreas, os posseiros já retiraram seus pertences e desmancharam estruturas de madeira feitas para cuidar, principalmente, de gado.

Maldos informou que os responsáveis pelo sequestro dos dois funcionários federais e pela destruição do veículo foram identificados e serão processados. No total, cinco inquéritos para investigar ameaças de morte – entre elas ao bispo Dom Pedro Casaldáliga, de São Félix do Xingu – bloqueios de rodovias e incitação estão em curso na Polícia Federal e no Ministério Público Federal. Eles correm em segredo de Justiça.


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