Parecer do MPF foi acolhido e ocupantes irregulares terão de deixar as terras próximas à aldeia São Paulino, em Boca do Acre
A Justiça Federal acompanhou o parecer do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) em ação de reintegração de posse movida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e determinou, em caráter liminar, a imediata retirada de ocupantes irregulares de terras vizinhas à aldeia São Paulino, localizada nas margens do rio Purus e habitada por indígenas da etnia Jaminawa, em Boca do Acre. Apenas a presença de comunidades tradicionais e pequenos produtores foi ressalvada.
A decisão liminar também determina a imediata proibição da entrada de outras pessoas na área e estabelece que a circulação de terceiros só poderá ocorrer mediante autorização judicial. Cabe recurso da decisão.
De acordo com a Funai, a área é ocupada tradicionalmente por indígenas da etnia Jaminawa e encontra-se em processo de demarcação desde 2004, agora em fase de conclusão. Ainda segundo o órgão, foram identificados relatos de preconceito racial e ameaças de morte por parte dos invasores contra os indígenas que moram na aldeia.
No parecer encaminhado à Justiça, o MPF/AM destaca que a identificação das populações indígenas com o território é essencial para o exercício de atividades produtivas e reprodução física e cultural segundo seus costumes e tradições, conforme disposto no artigo 231, parágrafo 1º da Constituição Federal. “São necessárias medidas urgentes para impedir a intrusão da terra indígena por não-índios e a descaracterização da relação do povo Jaminawa com o seu território”, destacou o procurador Julio José Araujo Junior, autor do parecer. (mais…)