Justiça nega pedido para expulsar invasores de Belo Monte e manda Funai negociar

A Justiça Federal negou pedido da Norte Energia — empresa responsável pela hidrelétrica de Belo Mont e– para expulsar os invasores de um canteiro de obras da usina e determinou que a Funai articule uma retirada “pacífica”.

A ocupação, realizada por índios, pescadores e ambientalistas na última segunda-feira (8), provocou a paralisação dos trabalhos no sítio Pimental. Os demais canteiros de obras seguem funcionando normalmente.

Ao invés de determinar a expulsão, a Justiça mandou, na noite de terça-feira (9), que a Funai (Fundação Nacional do Índio) comece a intermediar pacificamente a saída dos índios em 48 horas.

Integrantes da Funai foram ao local ontem (10) conversar com os índios, mas eles não ficaram satisfeitos com um pedido para que saiam do canteiro de obras.

Os manifestantes reclamam do descumprimento de contrapartidas por parte da Norte Energia e afirmam que estão sendo prejudicados pelas intervenções realizadas no rio Xingu. O grupo diz que pretende ficar no local por tempo indeterminado. (mais…)

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Cerrados fazem mais de 1,8 mil queimadas em um só dia

Queimada na região dos cerrados. (Imagem: Francisco Leal)

Em pouco mais de dez horas dez municípios dos Cerrados, no extremo Sul do Piauí, promoveram 1.892 queimadas, elevando para mais de 12 mil o número de focos de fogo registrados no estado, no período de 1º de janeiro a 9 de outubro deste ano

De acordo com imagens dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de São José dos Campos (SP), o município de Baixa Grande do Ribeiro, a 583 quilômetros de Teresina, provocou 657 queimadas entre zero hora e 16h30 do último dia 10.

O segundo lugar é do município de Currais, com 212 queimadas no mesmo período, seguido de Bom Jesus, com 206, Santa Filomena, com 198, Uruçuí, com 189, Palmeira do Piauí, com 124, Alvorada do Gurguéia, com 89, Sebastião Leal, com 82, Ribeiro Gonçalves, com 78, e Gilbués, com 57.

Este ano, o Piauí já contabilizou 12.073 focos de incêndio, o que representa um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano passado. (mais…)

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SP – Latifundiário acusado de tentativa de assassinato de José Rainha senta no banco dos réus dia 16, terça-feira

Acusado de tentativa de homicídio contra o líder sem terra José Rainha Jr. vai a Júri Popular no dia 16/10/2012, na Comarca de Rosana, região do Pontal do Paranapanema/SP

O fazendeiro Roberto Gargione Junqueira sentará no banco dos réus na próxima terça feira, dia 16/10/2012, para ser submetido à julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Rosana/SP, por tentativa de homicídio contra o líder sem terra José Rainha Jr.

 O fato é inédito no Pontal do Paranapanema/SP, região conhecida nacional e internacionalmente pela constante tensão agrária entre latifundiários e trabalhadores rurais sem terra.

RESUMO DO CASO

Em janeiro de 2002, aproximadamente 200 famílias sem terras ocuparam o latifúndio Santa Rita, localizado no município de Rosana/SP e dominada pela Família do acusado Roberto Junqueira. Consumada a ocupação, José Rainha Jr. e outros dois militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estiveram na área visitando o acampamento, sendo que ao deixarem, de carro, o local, os três foram tomados de emboscada montada pelo fazendeiro Roberto Junqueira, que juntamente com os jagunços que lhe acompanhavam, passaram a desferir disparos de arma de fogo contra o automóvel utilizado pelas vítimas. José Rainha Jr. foi atingido por tiros disparados por Roberto Junqueira (que confessou a autoria), tendo, mesmo ferido, conseguido fugir e refugiar-se no meio do mato, até ser socorrido pelos demais trabalhadores sem terra. Os outros dois militantes, para escaparem com vida, fingiram-se de mortos dentro do veículo alvejado. (mais…)

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Darcy Ribeiro – Documentário “O Povo Brasileiro”: Capítulo 10 – “Invenção do Brasil”

Tania Pacheco – Combate ao Racismo Ambiental

Este último capítulo de “O Povo Brasileiro” é, antes de mais nada. um grande mosaico: do preto e branco ao colorido das imagens; do passado e do presente (de 2005, é bom sempre lembrarmos) revivido; das revisões críticas finais dos principais comentaristas da série – Judith Cortesão, Eduardo Gianetti e Roberto Pinho, entre outros. E Darcy e eles nos lembram que o projeto de Portugal foi “subvertido pelos Trópicos, pelos ameríndios e pelos africanos”, num processo em que misturamos até mesmo deuses.

Embora sem mencioná-lo, caberá a Chico Buarque ser o porta-voz de Darcy retomando o conceito de cordialidade enunciado por seu pai, Sérgio Buarque, e em geral alvo de uma interpretação equivocada por parte de “intelectuais” que nunca o leram. E Chico/Darcy o faz exatamente para lembrar que a história do Brasil foi dilacerada por conflitos e entrechoques – da Guerra dos Cabanos, na qual 100 mil caboclos morreram, a Palmares, Canudos, sem esquecer as Missões -, muitos dos quais continuam ainda latentes.

Ao final do capítulo, fica a reafirmação de que a invenção do Brasil prossegue – genética, técnica e simbólica. Eduardo Gianetti aponta, como exemplo de um País que não deu certo, as desigualdades sociais. A fala final de Darcy, entretanto, é mais otimista, lançando a tod@s nós o desafio de construir o Brasil que nós queremos!  (mais…)

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Indígenas e pescadores realizam nova ocupação do Belo Monte

Por volta das 19h desta segunda-feira (8), cerca de 120 manifestantes indígenas das etnias Xipaia, Kuruaia, Parakanã, Arara do rio Iriri, Juruna, kayapó e Assurini uniram-se aos pescadores, que estão há 24 dias protestando contra o barramento definitivo do rio Xingu (PA), e ocuparam novamente a ensecadeira do canteiro de obras de Pimental para paralisar a construção de Belo Monte. (mais…)

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“Índios já custam R$ 70 mi a Belo Monte”. E quanto Belo Monte custa às vidas dos povos indígenas, comunidades tradicionais e a tod@s nós que temos dignidade?

As ações compensatórias direcionadas às aldeias indígenas que, de alguma forma, são impactadas pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, já consumiram R$ 70 milhões da Norte Energia. O cálculo é do presidente do consórcio responsável pela usina, Duílio Figueiredo, que enfrenta a terceira paralisação do empreendimento desde que assumiu o projeto, 70 dias atrás. “Temos atendido, desde o início do empreendimento, todas as ações previstas em nosso cronograma. Neste mês iniciamos os projetos de nosso Plano Básico Ambiental (PBA) indígena. Não há, portanto, nenhuma justificativa para esses protestos”, disse ao Valor

André Borges – Valor

Ontem, a Justiça Federal determinou a reintegração de posse de um dos canteiros de obras da hidrelétrica, ocupado desde a terça-feira por um grupo de aproximadamente cem pessoas, entre índios, ribeirinhos e membros de organizações não governamentais. Durante a manifestação, os indígenas tomaram as chaves de caminhões e tratores na ensecadeira, e os trabalhadores tiveram que deixar o local a pé.

Em sua decisão, o juiz federal Marcelo Honorato deu 48 horas de prazo para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) entre no local e promova a retirada pacífica dos manifestantes. O trabalho, iniciado ontem, é coordenado pela Polícia Federal em Altamira (PA), com apoio da Polícia Militar.

A invasão do canteiro de obras levou a Norte Energia a interromper as atividades de 900 trabalhadores que atuavam no local. A paralisação, segundo Duílio Figueiredo, não afetará gravemente o prazo para conclusão das obras da ensecadeira, barreira provisória que está sendo erguida no leito do rio Xingu, no Pará. “Vamos aumentar os turnos e trabalharemos também nos fins de semana. Temos de concluir as ensecadeiras até o início de dezembro, quando começa o período das chuvas”, disse. (mais…)

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Guarani Kaiowá: famílias de Passo Piraju são novamente ameaçadas de expulsão

do site do CIMI

Por Ruy Sposati,
de Dourados (MS)

A população indígena Kaiowá do tekoha – ‘terra sagrada’, a aldeia – Passo Piraju volta a temer por seu futuro. Na última sexta-feira, 5, o Tribunal Regional da 3a. Região (TRF-3) publicou um acórdão derrubando a decisão que garantia a posse do território para os indígenas. São 20 hectares ocupados hoje pela comunidade, de uma área reivindicada pelos índios e ocupada por fazendas de soja e cana.

A terra, localizada às margens do rio Dourados, entre os municípios de Dourados e Laguna Carapã, na região conhecida por Porto Kambira, foi retomada pelos Kaiowá em 2004.

“Quando amanhecemos hoje de manhã, levantamos e já escutamos a história. Leram a notícia: tem um despejo na aldeia Passo Piraju. Leu, leu, repetiu 50 vezes, tomando mate”, conta Carlito de Oliveira, principal liderança da aldeia. “Nós queremos explicação. Nós não mexemos em nada. Tão plantando todo esse canavial dentro da nossa aldeia e nós não quebramos nem uma cana, nem um broto. Respeitamos a decisão. E por que que agora começaram a mexer de novo com esse despejo?”, questiona. (mais…)

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Informativo da comunidade Guarani-Kaiowá de tekoha Arroio Kora-Paranhos-MS

do blog do Comitê Internacional de Solidariedade ao Povo Guarani e Kaiowá

Nós comunidades de Tekoha Arroio Kora em conflito, vimos através deste, informar que no dia 04 de outubro de 2012, mais uma vez, às 09h00min, fomos atacados a tiros pelos pistoleiros da fazenda Porto Domingos, o ataque a tiros foi coordenado pelo próprio atual proprietário o Sr. Luiz Bezerra juntamente com “Francisco paraguaio” e mais de 5 pistoleiros contratados.

Um coordenador/articulador dos pistoleiros desta fazenda Porto Domingos é conhecido como Francisco Paraguai, falante de língua Guarani que coordena a ameaça de morte e ataque desde o dia 10 de agosto de 2012. Francisco paraguaio veio juntamente com mais de 5 pistoleiros e começaram atirar nos indígenas e ameaçou gritando em língua guarani, “ficam sabendo que voltamos hoje para matar todos índios”, “ vocês índios bichos! Vão morrer! índios vagabundos!”. “Nós vamos matar vocês com 12”! Hoje muitos índios vão morrer!”. “Vimos hoje para expulsar e matar vocês todos” . Assim avisaram nos, gritando e começaram a atiram sobre nós. Eles estão todos armados, vieram na caminhonete da fazenda Porto Domingo, dirigido por Luiz Bezerra.

Diante do fato, desde 9 horas denunciamos o ataque a tiro por telefone, passamos a ligar para todas as autoridades federais em Brasília-DF, comunicamos o fato à FUNAI Ponta Porã. A equipe da Polícia Federal e MPF. Agentes da equipe da Polícia da Força Nacional chegaram, às 10h30min, ao Arroio Kora em conflito. Ao avistar a equipe policial de longe, mais de 3 pistoleiros correram com as armas e fugiram do local e se esconderam. A Polícia Força nacional cercaram e encontraram o acampamento dos pistoleiros, em flagrante, o fazendeiro Luiz Bezerra e coordenador/chefe de pistoleiros “Francisco Paraguai” seus auxiliares foram abordados pela polícia. (mais…)

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Indígenas e professores protestam nas ruas de Assunção

Indígenas, professores e camponeses sem terra realizam nesta quinta-feira (11) manifestações para exigir ao governo paraguaio o atendimento de suas reivindicações em distintas mobilizações pelas ruas de Assunção

Prensa Latina

Os professores da capital fazem sua concentração em uma praça central da cidade e junto a contingentes que chegam do interior marcharão até o Congresso Nacional para protestar contra um calendário escolar que já foi rechaçado por seus 14 sindicatos.

Segundo informaram, o novo calendário desconhece seus direitos à mobilização e à greve, pois só autoriza levá-las adiante em domingos e feriados, o que cerceia seus direitos constitucionais.

Igualmente, exigem que os legisladores aprovem de uma vez por todas o aumento orçamentário destinado a saldar dívidas do setor, entre elas as referentes ao cumprimento da escala, os benefícios por maternidade , o pagamento do salário mínimo e outros.

Na Praça de Armas, diante do Parlamento, já estão concentradas numerosas famílias de camponeses sem terra chegados de Nhacunday, no departamento do Alto Paraná, os quais, depois de 13 anos vivendo em tendas, decidiram iniciar uma greve de fome pedindo terras para trabalhar. (mais…)

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Retratos da desigualdade brasileira: as crianças-domésticas do Pará

Enviadas a Belém “para estudar” e empregadas em casas das elites e classe média, meninas do interior do estado vivem em alguns casos rotinas de trabalho exaustivo, humilhações e castigos físicos

Por Ana Aranha, em A Pública

Iara*, 18 anos, e Cenira Sarmento, 66, viveram experiências parecidas quando adolescentes. Elas não tiveram o luxo de levar bronca dos pais pela bagunça do quarto, como acontece com as meninas dessa idade. Aos 14 anos, eram elas que arrumavam a bagunça dos outros. Apesar da diferença de gerações, as duas tiveram a mesma sina: foram enviadas por seus pais para trabalhar como empregadas domésticas em Belém como continua a acontecer com muitas meninas do interior do Pará.

Iara tinha 14 anos quando deixou a casa da família em Viseu (305 quilômetros da capital). Cenira tinha 10 quando saiu de São Caetano de Odivelas (110 quilômetros de Belém). Embaladas pela expectativa de um futuro melhor graças aos estudos na capital, desembarcaram assustadas na cidade onde não conheciam ninguém. Foram direto para a casa onde trabalhariam, morariam e aprenderiam lições mais duras do que a rotina diária de limpar a casa, lavar a roupa, fazer o almoço, lustrar a prata. (mais…)

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