Povos do Mar criam carta de direitos


Evento contou com a participação de 20 municípios, representados por 86 comunidades FOTO: JL ROSA

Na declaração, os participantes apontam soluções para fortalecer atividades e reafirmar a cultura local

Fernando Brito

“Os nossos modos de vida vêm sendo constantemente ameaçados por projetos e processos que negam a nossa existência e dificultam o acesso aos recursos públicos, privatizam nossos territórios, degradam o meio ambiente e comprometem a nossa soberania alimentar e nossa liberdade”. A avaliação consta na Declaração de Iparana, documento conclusivo do 2º Encontro Povos do Mar, encerrado, ontem, na Colônia Ecológica Sesc Iparana.

Realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc-CE), o evento contou com a participação de 20 municípios cearenses, representados por 86 comunidades, e objetivou dar visibilidade e valorizar as comunidades tradicionais de pescadores, artesãos, quilombolas e etnias indígenas do litoral cearense.

Na Declaração de Iparana, os participantes do encontro apontam soluções para fortalecer as atividades tradicionais e reafirmar a cultura dos povos do mar. Uma delas é que o direito aos territórios e às manifestações e modos de vida dos povos indígenas, quilombolas e comunidades pesqueiras seja respeitado para a reprodução das culturas e dos modos de vida locais. (mais…)

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Financiar sem critério comunidades terapêuticas pode ser volta aos manicômios, alertam especialistas

Carolina Gonçalves*, Repórter da Agência Brasil

Brasília – A assistência prestada a crianças e adolescentes usuários de drogas tem sido alvo de preocupação entre especialistas em saúde mental. O temor é que esteja ocorrendo um retorno aos antigos manicômios, proibidos pela Lei de Saúde Mental (10.216), sancionada em 2001. Para profissionais da área, o “retrocesso” acabou por ganhar respaldo com o anúncio, no ano passado, do financiamento governamental das chamadas comunidades terapêuticas.

A pesquisadora da organização não governamental Justiça Global, Isabel Lima, alerta que o modelo adotado pelo governo vai contra as diretrizes consolidadas para o tratamento da saúde mental. “O financiamento público para comunidades é o financiamento da lógica manicomial, porque as comunidades funcionam com o isolamento. Isto é contrário às diretrizes do SUS [Sistema Único de Saúde], da Reforma Psiquiátrica e da Política de Atenção Integral ao Usuário de Drogas. Estas unidades especializadas são criadas para prestar cuidados aos dependentes de drogas, com internação, eliminando o contato da pessoa com o meio onde vivia antes de ser abrigada.”

Para repassar dinheiro público para um amplo leque de comunidades terapêuticas, o governo decidiu, no ano passado, revogar a Resolução 101/2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelecia regras mínimas a serem seguidas pelas unidades de tratamento. Na época, a secretária nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, disse que a decisão de cassar a resolução, anunciada em reunião pela presidenta Dilma Rousseff, visava “atender à nova perspectiva de acolhimento das comunidades” e incluir no rol de entidades financiadas com recursos do governo aquelas que tinham “dificuldades” de infraestrutura e de equipe técnica. (mais…)

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Pelos mesmos direitos do imigrante

Roberto de Carvalho* [Compartilhada por Haroldo Oliveira]

“…que a justiça seja como um rio, que não pára de correr.”

Palocci, Mantega, Dulci, Berzoini, Rosseto e Gushiken. Estes são sobrenomes de brilhantes ministros do governo petista, descendentes de italianos e japoneses. Como chegaram ao Palácio do Planalto, símbolo do poder máximo do país, superando os Silva, Oliveira e Santos, sobrenomes mais comuns de famílias pobres no Brasil, em geral, de descendentes de africanos ou portugueses pobres? A resposta é simples: os bisavós dessas estrelas petistas foram beneficiados pelo que chamamos aqui de “cota estrangeira”. Isto é, uma política imigratória produzida pelo Estado e fazendeiros entre o fim do século 19 e os anos 40 do século passado, que beneficiou principalmente mais de três milhões de portugueses, italianos, alemães e japoneses que vieram trabalhar na agricultura da Região Sul e Sudeste, atraídos pelas possibilidades de ascensão numa terra nova e promissora. Foi mais de meio século de políticas afirmativas pró-estrangeiros.

Naquela época, nenhum setor da inteligência brasileira objetou que estava sendo dado tudo aos imigrantes e nada aos afrodescendentes que, recém-libertados da escravidão, enchiam as periferias das cidades porque não receberam terras ? como prometeram os abolicionistas ? nem escola, educação, atendimento médico e outras necessidades básicas da cidadania. Enquanto os europeus e orientais prosperavam no cultivo das melhores terras, os afrodescendentes ocupavam apenas os setores já previamente previstos para eles: o dos trabalhadores braçais mal pagos ou dos ambulantes sem garantia trabalhista nas ruas das cidades brasileiras. (mais…)

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Declaração da IX Assembleia Geral da Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais – 15 a 17 de Agosto, Luziânia – Goiás

Hoje, a mercantilização da vida e a financeirização da natureza manifestam-se como expressões do capitalismo neoliberal que, em escala mundial, avança violentamente sobre as populações, cerceando seus direitos, impedindo o acesso ao meio ambiente saudável necessário à sua sobrevivência e reprodução e provocando a desterritorialização. Trata-se de um sistema que depende da ampliação das desigualdades de classe, gênero, raça e etnia para garantir a sua acumulação. Em nome do acúmulo de poder e riqueza, corporações industriais e financeiras se colocam acima do Estado de direito, pressionando para que sejam efetivadas mudanças nas legislações e a criação de políticas públicas em países e setores que possibilitem o desenvolvimento de novos mercados.

No Brasil, observamos a vigência deste modelo historicamente imposto, principalmente, pelas Instituições Financeiras Multilaterais (IFMs), com a conivência das elites nacionais. Neste sentido, as IFMs travaram esforços para garantir a desregulação e privatização das políticas públicas, o consequente esvaziamento dos espaços representativos e participativos e a perda de direitos fundamentais da população. Esta situação se aprofunda nas diversas esferas políticas e áreas de atuação das organizações-membro da Rede Brasil, como a saúde, educação, meio ambiente, cultura, comunicação e outros direitos, como energia, saneamento, habitação, transportes e etc. (mais…)

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Atenas: Miles de inmigrantes marcharon por las calles contra las redadas policiales y el racismo

Compartilhado por Observando Racismo Universidad Cordillera

por Madai Morado – Kaos. Inmigración

Se han manifestado por la ola de detenciones indiscriminadas realizadas en un operativo masivo llevado a cabo por casi 2 mil policías que salieron a las calles para controlar a presuntos extranjeros sin permisos de residencia. Hay miles de detenidos y deportados (mais…)

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BA – IPR promove evento sobre a Revolta dos Búzios

A mesa redonda “Os aspectos jurídicos e institucionais da Revolta dos Búzios e o legado para a contemporaneidade” contemplado no Edital Agosto da Igualdade 2012 da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI) tem como tema/objetivo central:

Difundir o conhecimento interdisciplinar do acontecimento histórico da Revolta dos Búzios, a partir da valorização da memória e da análise crítica contemporânea dos fatos e implicações jurídicas e institucionais. (mais…)

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Povos Indígenas de Mato Grosso exigem a revogação da Portaria 303 da AGU

Comunicado Oficial dos Povos Indígenas do Estado do Mato Grosso:

  • À Polícia Rodoviária Federal
  • À Polícia Militar e Civil
  • À Rede de Televisão Record, Centro América, Bandeirantes e outras – Cuiabá/MT
  • Ao Jornal Diário, Rádio e Imprensa local, regional e nacional
  • À Rodoviária de Cuiabá/MT
  • À Prefeitura Municipal e suas secretarias
  • À Câmara Municial de Cuiabá/MT
  • À Secretaria Especial de Saúde ao Índio – SESAI
  • À Fundação Nacional do Índio – FUNAI
  • Ao Sindicato Rural, dos Caminhoneiros e demais sindicatos
  • À Promotoria de Justiça e Fórum de Cuiabá/MT

Nós, povos indígenas do estado de Mato Grosso, vimos por meio deste documento, informar às autoridades e comunidades de nosso Estado, que nós, indígenas originários desta terra, novamente estamos perante um grande desafio, pois, mais uma vez o governo federal declara guerra contra nossos direitos indígenas originários e constitucionais, ATRAVÉS DA PORTARIA Nº 303/16.07.2012 E SUCATEAMENTO DA FUNAI. E que por meio de vários documentos solicitamos socorro e providências para a revogação da portaria 303 da AGU. (mais…)

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Índios bloqueiam rodovias pedindo cancelamento de portaria da AGU

Portaria permite intervenções do governo e remarcações de terras indígenas. Indígenas querem cancelamento da Portaria da Advocacia Geral da União

A Polícia Rodoviária Federal informa que as rodovias BR-364 e 174 estão interditadas desde às 2h00 da manhã de hoje por tribos indígenas que reivindicam o cancelamento da portaria 303 da AGU de 16/07/2012, que permite intervenções do governo e remarcações de terras indígenas. Eles solicitam ainda a presença da imprensa nos locais.

Os índios bloquearam o km 360 da BR-364, em Cuiabá (local denominado Aricá Mirim), e o km 389 da BR-174, em Comodoro. Apenas veículos de urgência/emergência estão passando pelos bloqueios. (mais…)

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Índios prometem protestos em MS contra Portaria da AGU comemorada pelos ruralistas

Éser Cáceres

Os índios prometem novas ‘retomadas’ de fazendas que funcionam nas áreas já consideradas terras indígenas em Mato Grosso do Sul e dizem que os protestos pela revogação da Portaria 303/2012 da AGU (Advocacia-Geral da União) devem se intensificar nos próximos dias.

O documento polêmico entra em vigor no próximo dia 24 de setembro. Enquanto os indígenas protestam, os fazendeiros comemoram a decisão do Governo Dilma. Eles consideram as ocupações das fazendas pelos índios como atos criminosos de invasão.

Segundo a Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), caso a portaria seja respeitada, mais de 90% das demarcações em andamento em MS podem ser questionadas. (mais…)

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MS – I Seminário de Língua e Cultura Terena, 31/08 e 01/09

Programação

Dia 31 de agosto

08:00hs. Abertura: apresentação cultural e mesa das lideranças tradicionais

Mesa I – A importância do Redes na Vida Acadêmica, Divisão de Inclusão e Diversidade, Educação Superior Indígena Lutas e Contradições

  • Profª. Drª. Beatriz dos Santos Landa – UEMS
  • Profª Msc. Mônica Charth Gomes – UEMS
  • Profº Drº José Barretos dos Santos –UEMS
  • Mediador. Acad. Lourival P. Alcântara – UEMS Maracajú

Mesa II – Crianças Indígenas e a importância da prevenção

Profa. Dra. Adir Cassaro do Nascimento – UCDB (mais…)

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