Intransigência governamental

Heitor Scalambrini Costa*

A greve nas instituições públicas de ensino superior (IFES) completou 100 dias. A duração desta greve é comparada à outra realizada em 2001, em plena era FHC. Mas porque greves na educação, reconhecida como prioridade nacional chegam a estes patamares de longevidade?

Uma das evidências comuns da estratégia dispensada no tratamento da greve pelo ”patrão”, o governo federal, é inicialmente ignorá-la, acobertando suas reais causas, prolongando o máximo possível à negociação com os grevistas, na tentativa de vencer pelo cansaço e de jogar a população contra os professores, chamando-os de “intransigentes” e “radicais”, sem ao menos discutir suas reivindicações. Tenta também, aparelhar o movimento grevista pelas forças políticas aliadas do Governo que dirigem a maior parte das Entidades dos Servidores Públicos no sentido de impor uma derrota exemplar ao movimento e responsabilizar os dirigentes autênticos. A presente greve  que se desenrola, não foge a esta regra, com o governo se negando a negociar.

No caso atual, foi o descumprimento de um acordo feito entre o governo federal com a representação da categoria, o Sindicato Nacional dos Docentes de Ensino Superior (ANDES) no ano passado, que resultou no uso extremo do recurso da greve. Além do mísero reajuste de 4%, havia sido acordado que o governo, em março de 2012, apresentaria uma proposta para a carreira dos docentes, que nos últimos anos foi totalmente desestruturada e avacalhada, tratando de forma desigual, aqueles que desempenham as mesmas funções, tornando-a assim menos atrativa a carreira de professor universitário. É esta a questão que está em jogo na greve das universidades federais. (mais…)

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Paraguay: Indígenas resisten violento desalojo de tierras que les asignó el Estado

Imagen: Edgar Benítez

Servindi, 25 de agosto, 2012.- Indígenas de la parcialidad Avá Guaraní, del departamento de Alto Paraná resistieron, el miércoles, a un violento desalojo policial tras haber sido vendida la propiedad que les entregó el Gobierno de Fernando Lugo.

En el distrito de Itakyry, Alto Paraná, el Instituto Nacional del Indígena (INDI) cedió a 35 familias indígenas una extensión de dos mil 600 hectáreas, durante la gestión del destituido presidente Fernando Lugo.  (mais…)

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América: Pueblos indígenas exigen protocolo basado en la Declaración ante procesos REDD

CICI-K/Servindi, 25 de agosto, 2012.- Indígenas de Mesoamérica, el Caribe y América del Sur acordaron exigir un Protocolo Internacional para su relación con el Banco Mundial y el Fondo Cooperativo para el Carbono de los Bosques (FCPF) en todo lo referido a los procesos sobre Reducción de Emisiones sobre Deforestación y Degradación (REDD+).

A su vez, dicho Protocolo -que debe contener los principios, reglas y procesos de esta relación- deben estar basados en la Declaración de Naciones Unidas sobre Derechos de los Pueblos Indígenas (DNUDPI) y debe constituir la base para una relación firme y duradera. (mais…)

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Para que nunca mais aconteça

Capitão Carlos Lamarca

Por Cris

Na próxima terça-feira (28), às 17h, o Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça do RS realiza um ato na Praça Raul Pilla, na esquina da André da Rocha com a João Pessoa, no Centro de Porto Alegre, onde funcionou o antigo Quartel da 6ª Companhia de Polícia do Exército, utilizado como centro de prisão e tortura durante a ditadura.

No quartel da PE passaram, entre outras, figuras históricas como o Capitão Carlos Lamarca, o Sargento Manoel Raimundo Soares e o Coronel da Força Aérea Brasileira, Alfredo Ribeiro Daudt, avô do atual ministro do Trabalho, Brizola Neto.

Na ocasião do golpe de março de 1964, Carlos Lamarca esteve efetivo na PE, e posteriormente tornou-se dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), da Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares (VAR-P) e militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), grupos que atuaram na resistência contra a ditadura no Brasil.

No quartel também foi prisioneiro e torturado o Sargento Manoel Raimundo Soares, que há 46 anos, no dia 24 de agosto, foi encontrado morto com as mãos e os pés amarrados, perto da Ilha das Flores, no rio Jacuí. Raimundo tinha fortes sinais das sevícias, sofridas durante o período em que também esteve detido no DOPS e na Ilha do Presídio. (mais…)

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“Guerreiros da Paz: povos indígenas do MS tiveram mais uma semana intensa de mobilizações na luta por seus direitos”, por Egon Heck

Os povos indígenas do Mato Grosso do Sul tiveram mais uma semana intensa de mobilizações na luta por seus direitos, especialmente seus territórios, condição básica para a verdadeira paz no Mato Grosso do Sul. Os fazendeiros alardearam na imprensa regional a declaração de guerra contra os Kaiowá Guarani, que estão retornando às suas terras tradicionais. Descrentes de qualquer avanço na garantia de suas terras, por parte do Governo Federal, resta-lhes a fidelidade a seus lideres religiosos (Nhanderu) que decidem o que fazer.

Participaram do 2º Congresso Camponês “Encontro Nacional Unitário dos trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas”.

Diferentemente do que ocorreu há 51 anos, quando se realizou o primeiro Congresso Camponês, em Belo Horizonte, agora os povos indígenas estavam ali presentes, articulados, dando seu recado e sua efetiva contribuição para construir uma unidade das populações que vivem no campo. Naquela ocasião a população indígena era estimada em menos de 100 mil pessoas, destinadas ao desaparecimento. Conforme os últimos dados do IBGE, hoje são quase um milhão, falando 270 línguas e constituídos em 305 povos. Mas não apenas tiveram um grande aumento demográfico, como se constituíram em importantes atores políticos e sociais, protagonistas de importantes lutas no campo. (mais…)

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“Cancion Para Mi America”, de Daniel Viglietti, por Mercedes Sosa

Dale tu mano al indio / Dale que te hará bien / Y encontrarás el camino / Como ayer yo lo encontré
Dale tu mano al indio / Dale que te hará bien / Te mojara el sudor santo / De la lucha y el deber
La piel del indio te enseñará / Toda las sendas que habrás de andar
Manos de cobre te mostrarán / Toda la sangre que has de dejar
Dale tu mano al indio / Dale que te hará bien / Y encontrarás el camino / Como ayer yo lo encontré
Es el tiempo del cobre / Mestizo, grito y fusil / Si no se abren las puertas / El pueblo las ha de abrir
América esta esperando / Y el siglo se vuelve azul / Pampas, ríos y montañas / Liberan su propia luz
La copla no tiene dueño / Patrones no más mandar / La guitarra americana / Peleando aprendió a cantar
Dale tu mano al indio / Dale que te hará bien

Postado por Guacari. Compartilhado de Latuff Brasil através de Regina Mesquita.

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“Mato Grosso do Sul, estado campeão em violência contra os indígenas. Fala CIMI-MS”, por Frei Gilvander

Dia 22/08/2012, eu, frei Gilvander L. Moreira, assessorei Encontro do CIMI – Conselho Indigenista Missionário – em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O assunto foi “Teologia do conflito e da Esperança” / Espiritualidade do conflito e da esperança. Na ocasião, entrevistei Flávio Vicente Machado, da coordenação do CIMI/MS, e Gilberto Maciel, agente liberado para o trabalho do CIMI no Mato Grosso do Sul. Eles apresentaram a gravidade da violência que vem sendo perpetrada contra os povos indígenas no Mato Grosso do Sul, analisaram as causas e apresentaram o trabalho pastoral que o CIMI vem fazendo. Cf. aqui nesse vídeo. Belo Horizonte, MG, Brasil, 26/08/2012.

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Absurdo! Alunos ‘convidados’ a sair para garantir resultados e lucro

Para manter nota alta no Enem, escolas de BH pedem que pais transfiram de instituição estudantes com baixo rendimento. Especialista condena a prática e diz que para o jovem é um trauma 

Junia Oliveira

O discurso é de combate ao bullying, formas de violência física, verbal e psicológica, mas em Belo Horizonte escolas particulares estão esquecendo o que ensinam em sala de aula para pôr em prática uma realidade de pressão e cobrança sem limites. A linha tênue entre a indisciplina e a deficiência de aprendizagem é a principal defesa de diretores e orientadores que, diante de estudantes com baixo rendimento escolar, “convidam” os meninos a deixar as instituições. Pais e profissionais da área de educação denunciam: a prática é comum nas escolas que figuram no ranking das melhores da capital, segundo as avaliações de desempenho promovidas pelo governo federal. Em nome da qualidade, excluem os alunos com as menores notas. Especialistas alertam que as consequências psicológicas são graves.

O Estado de Minas recebeu denúncias de vários pais – para não expor os filhos, preferiram o anonimato ou optaram por não citar o nome das instituições. O empresário Roberto Francisco de Souza relata como a orientadora de um dos colégios considerados “modelo” revelou a seleção interna dos estudantes. Depois de vários problemas com professores, ele decidiu tirar a filha, na época com 11 anos, da escola. A mulher, sem entender os motivos, disparou: “Aqui selecionamos sim os alunos e aqueles que não servem para nós convidamos a sair. A gente mostra que aqui não é o lugar dele. Não estou entendendo a sua atitude porque este não é o caso da sua filha”.  (mais…)

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Tribunal Regional Federal da 5ª Região julga processo de lideranças indígenas do povo Xukuru

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Pernambuco, agendou para o dia 30 de agosto de 2012, o julgamento do Recurso de Apelação das 35 lideranças indígenas do Povo Xukuru (processo nº 2006.83.02.000365-3).

Consideramos importante a manifestação popular, de entidades e articulações em favor dos índios, para dar visibilidade e obter manifestações junto aos desembargadores do Tribunal. Abaixo, os nomes, e-mails e telefones, assim como uma proposta de mensagem:

Desembargador Federal José Maria de Oliveira Lucena
Telefone: 81 3425 9076 / 3425 9233
E-mail: [email protected]

Desembargador Federal Francisco de Queiroz Bezerra Cavalcanti
Telefone: 81 3425 9611
E-mail: [email protected]

Desembargador Federal Manoel de Oliveira Erhardt
Telefone: 81 3425 9664 / 3425 9665
E-mail: [email protected] (mais…)

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Uma dívida secular

Marisa Duarte e Samira Zaidan

A aprovação pelo Senado, no início deste mês, da obrigatoriedade de reserva de 50% das vagas existentes em instituições federais de ensino superior para alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas reacende o debate sobre as cotas. Marisa Duarte e Samira Zaidan, professora e diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), respectivamente fazem uma análise da questão. Elas consideram as cotas um avanço, mas afirmam que a correção das injustiças no acesso ao ensino superior federal passa por medidas de muito maior profundidade e que, não necessariamente, estão na área de educação.

Diante das enormes desigualdades socioeconômicas de nosso país, uma sociedade que se mobiliza para ampliar direitos coloca em discussão um conjunto de iniciativas e, dentre elas, estão as decisões adotadas nos últimos dois anos para o sistema federal de educação superior que têm por lógica o desenvolvimento de ações e medidas que contribuam para o reconhecimento de injustiças e sua redução. Dentre essas estão as cotas, bônus, enfim, medidas que distinguem segmentos da sociedade e promovem seu ingresso na educação superior. Ao estabelecer um tratamento diferenciado, essas ações reconhecem um problema que tem sua raiz na organização da nossa sociedade e procuram enfrentá-lo. Os dados do Censo 2010 indicam a relevância do projeto de lei aprovado neste mês pelo Senado que estabelece a reserva de 50% das vagas nas instituições federais de ensino superior para alunos que tenham cursado todo o ensino médio em escola pública. (mais…)

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