Na madrugada deste sábado, cerca de 70 famílias das comunidades Geraizeiras de Cabeceira do Macaúba, Cutica, Morrinhos, Buracão, Martinópolis, Entroncamento e Laginha, dos Municípios de Fruta de Leite e Novorizonte, Região Norte do Estado de Minas Gerais, retomaram parte de seu território tradicional, ocupando uma área de carvoejamento da empresa Siderúrgica União S.A.
A maior parte do território tradicional destas comunidades é composta por terras devolutas que, na década de 70, foram tomadas dos geraizeiros pelo Governo do Estado de Minas Gerais e repassadas à empresa Florestaminas para o cultivo da monocultura de eucalipto, por meio da celebração de contratos de arrendamento. Apesar de todos os contratos já terem vencido, a empresa se recusa a devolver às comunidades suas terras, obrigando o Instituto de Terras do Estado de Minas Gerais a acionar o Judiciário.
Enquanto o ITER/MG trava uma longa e lenta batalha no Judiciário, as mesmas terras pretendidas foram objeto do mais escandaloso processo de grilagem, jamais visto no Estado de Minas Gerais. É que em 2007, a família família Meneghetti, proprietária da empresa DESTILARIA MENEGHETTI LTDA, começou a comprar dezenas de pequenas glebas de, no máximo, 20 ha. Depois de formalizados os registros destas aquisições, requereu a retificação administrativa de todas as glebas junto ao Cartório de Registro de Imóveis de Salinas/MG. Com isso, áreas de 03 hectares transformaram-se em 200 hectares; áreas de 05 foram transformadas em 400 ha; áreas 10 transformaram-se em 900 hectares… (mais…)
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