Cerca de 70 pessoas, entre convidados e lideranças indígenas da Amazônia Brasileira participam da Assembleia Extraordinária da COIAB, que acontece em Manaus. Com propostas pra fazer da COIAB uma organização firme, que não renda as dificuldades para continuar a ser essa grande protagonista na luta em defesa da Amazônia indígena.
Abrindo a Assembleia, o hino nacional em língua indígena foi encantado pela parenta Djuena Tikuna sendo feita as apresentações dos delegados. Em seguida com a fala dos componentes da Mesa de Abertura, composta por parceiros da COIAB e líderes do movimento indígena que apoiaram o evento.
Marcos Apurinã, coordenador da COAIB, destacou a importância da realização da Assembleia, afirmando que a COIAB passa por um momento, aonde é necessário uma reflexão, para saber o que pode ser melhorado para se garantir uma boa gestão, que seja capaz de sanar as dividas trabalhistas, fiscais e operacionais herdadas ao longo dos tempos.
Em seguida Clayton Javaé, coordenador secretário, destacou as parcerias da COIAB no cenário político, em embates e mobilizações políticas, nacionais e internacionais, frisando a parceria com a COICA – Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônia, organização que representas os povos indígenas nos nove países amazônicos.
Sonia Guajajara, vice-coordenadora da COIAB apresentou as dívidas da organização que hoje chega a R$ 814.865,89, bem como os resultados da Campanha Puxirum, realizada pela COIAB em 2009. Sonia pediu ajuda a todos, pois a organização tem cabeça e corpo, mas esta faltando pernas, por isso vamos nos organizar para o movimento se fortalecer em busca de nossos protagonismos. “Como fortalecer o movimento indígena se internamente estamos fragmentados. A COIAB participa das mobilizações, mas nem sempre é a protagonista. É preciso autônima para as nossas questões”, diz.
Silvio Cavuscens, representante da SECOYA – Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami, organização parceira do movimento indígena, destacou o papel da COIAB ao longo dos tempos, e hoje enfrenta muitas dificuldades trabalhistas, faz duas distinções da COIAB onde uma é aquela voltada as populações indígenas outra é a briga por espaços públicos em busca de poder, deixando de lado a essência que hoje temos que buscar, com isso reduz e enfraquece os meios pelo qual foi criada.
A COICA na pessoa do seu Coordenador Edwin Vasquez fez uma apresentação sobre as políticas que hoje trabalha e as muitas dificuldades que enfrentam nas questões políticas do Estado e diz que temos que dar as mãos para ajudar a COIAB e que COICA vai ajudar.
De acordo com o Francisco Pianco, assessor da presidência da FUNAI de Brasília, é muito válida a Assembleia da COIAB, sendo um desafio trazer todas as lideranças pois a logística do Amazonas é muito grande. Segundo o assessor a política indígena deve ser discutida com muita cautela e muita responsabilidade dos nossos representantes para fortalecer ainda mais os nossos movimentos dentro de cada região, consolidando ainda mais a defesa dos nossos territórios. “A politica indígena deve ser orientadas pelos povos e suas organizações, em momentos como este” lembrou.
Para Mário Nicácio Wapichana, Coodenador do CIR – Conselho Indígena de Roraima, a política indigenista deve ser uma política de Estado e não de Governo. “A Amazônia é o olho do mundo, mas temos que cuidar, vigiar e contribuir de forma direta para fortalecer. É importante definir a nossa bandeira de luta para a COIAB continuar daqui pra frente. Qual a autonomia que desejamos para a nossa organização ?”.
As discussões continuam nos trabalhos em grupo que respondem as seguintes questões: Como ajudar no fortalecimento econômico da COIAB, em relação as suas dificuldades? Qual a maneira das organizações de base contribuir para uma agenda mais sólida da COIAB para uma política de ação? Para o funcionamento mais eficaz, qual a forma mais adequada das instituições deliberativas da COIAB?
Convenção 169, REDD, RIO +20 e Acampamento Terra Livre 2012, são assuntos que ainda serão debatidos na Assembleia, que vai até amanhã, em Manaus.
http://www.coiab.org/site/noticia/coiab-inicia-sua-assembleia/
Bom saber que estamos sendo úteis para os povos indígenas, Margarida. Agora mesmo vou postar um documento sobre o Tribunal Popular da Terra em MS, que acho interessará a você/s.
Venho aqui me inteirar sobre tudo que é importante para os povos indígenas. Povo para qual trabalho avaliando a saúde e orientando para melhores resultados. Conhecer a politica faz parte como proposta para a melhoria do segmento que atuo.