Dia 11 de fevereiro foi um dia histórico. Mais de 300 manifestantes entraram no Shopping Pátio Higienópolis, um dos mais elitizados da cidade de São Paulo. Não imaginavam os frequentadores e lojistas que estariam aquelas pessoas ali para denunciar a onda de racismo que vem de maneira cada vez mais explícita assombrar homens e mulheres de pele escura. De maneira mais explícita, pois o racismo está presente a todo momento nos locais de trabalho, nos postos de saúde e hospitais, nas universidades.
No ato, como grandes exemplos recentes do racismo, foi denunciado o caso de uma jovem estagiária da qual se exigiu, por parte de sua chefia, que realizasse um alisamento no cabelo, uma demonstração de como o perfil negro é associado a elementos negativos.
Outro caso foi o do garoto etíope que almoçava com os pais em um restaurante e que, quando estes se ausentaram, foi expulso do restaurante, pois não fazia parte do “perfil” dos frequentadores daquele recinto. Houve também a repressão policial sobre o jovem estudante negro na USP.
Negros são a maioria dos violentados e assassinados pela polícia. Pessoas que cultuam religiões de matriz africana são fortemente reprimidas. Quilombolas e líderes rurais são assassinados e nem se toma nota. Mulheres negras não tem tratamento pré-natal ou são simplesmente destratadas nas (escassas) consultas. Negras e negros recebem menos dos que brancas e brancos. (mais…)