Blog Especial: Fernanda Giannasi vence na Justiça, mas é agora caluniada em pasquim

Tania Pacheco

Antes mesmo de poder comemorar a vitória em mais uma batalha judicial, no dia 15 de março, quando a Justiça considerou improcedente o processo movido pela SAMA S.A., pedindo seu afastamento do cargo de Auditora Fiscal do Trabalho, Fernanda Giannasi é agora atacada em nova frente. Na sua luta pelas vítimas do amianto e pela proibição do uso desse material cancerígeno no Brasil, ela está sendo acusada de corrupção pelo Sindicato dos Mineiros de Minaçu, no jornal “O Arroxo”.

O pasquim de quatro páginas é totalmente dedicado à defesa da indústria do amianto, numa clara tentativa de cooptar inclusive os juízes do Supremo Tribunal Federal, que estariam sendo “influenciados” por grupos interessados na “troca” do amianto por outros materiais. Também na primeira página, uma pequena chamada é feita para a última, com o título “‘Máfia’ de advogados americanos contra o amianto tem envolvimento de brasileira”. A brasileira em questão seria Fernanda, nominada e mostrada em foto.

A matéria é uma tentativa clara de desacreditá-la, apresentando-a como alguém a serviço de empresas norte-americanas concorrentes ao amianto. E não há dúvida de que a tática não parte dos trabalhadores, que provavelmente não têm sequer a exata dimensão do perigo a que estão sendo expostos, na sua necessidade por um emprego. É, sim, uma reação desesperada da indústria, que se sente cada vez mais acuada, na medida em que o verdadeiro assassinato que praticam na sua busca de lucro a qualquer preço é cada vez mais denunciado e condenado, como aconteceu na histórica decisão de 13 de fevereiro em Turim, Itália.

Nesse dia, o bilionário suíço Stephan Schmidheiny, de 65 anos, e o ex-acionista belga, o barão Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, de 91 anos, ex-diretores da Eternit, foram condenados a 16 anos de prisão, pela morte de mais de três mil trabalhadores italianos. A Eternit manteve fábricas no país durante 80 anos, de 1906 a 1986.

Para quem não sabe, Fernanda participa inclusive do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, em consequências das ameaças que já recebeu, inclusive da Alemanha.

Toda a nossa solidariedade a ela. E que os verdadeiros responsáveis pela acusação sejam criminalmente responsabilizados por mais essa atitude vil.

Abaixo, as reproduções das quatro páginas do jornal. 

Comments (3)

  1. Pelo amor de Deus, Arcordem: não existe amianto seguro nem uso controlado: esse uso apresenta ( cientificamente comprovado) os MESMOS riscos aos usuários e aos trabalhadores. Existem sim doentes que trabalhem após os anos 80 sim.

  2. 119
    Minaçu, cidade muito boa de se morar, estes que dizem o que quer, nem se quer sabem da realidade, procurem saber mais sobre a real situação que se encontra o amianto hoje, vivem se badeando em fatos antigos, hoje o amianto crisotila que a SAMA extrai e totalmente controlado, por que não proucupar com atividades que realmente matam de verdade, exp. cigarro bebidas alcolicas e outros, sou morador de Minaçu a 35 anos, e sei o grande beneficio que a SAMA tras para a população minaçuense, sem ela, nossa cidade acaba ou seja os comercios locais se fecham, as pessoas mudaram daqui e acontecera um alto nivel de desemprego, poderemos então chamar de CIDADE FANTASMA.Voces que querem fechar a SAMA nunca pesaram nisso não? Deixe os entereses proprios de lado, seja mais humano.

  3. A publicação acima mostra completa falta de conhecimento da escritora. Suas hipóteses de que os trabalhadores não conhecem o risco do amianto exigem dados que as comprovem, e eu como ex-funcionária da empresa sou testemunha de todo o esclarecimento que a empresa dá tanto ao funcionário como a quem quiser visitá-la e conhecer seus processos de produção. Vejo que todos os argumentos de quem quer o banimento do amianto se baseia em dados do passado que já não ocorrem no presente. Gostaria dar a minha opinião dizendo que antes de tentarem levantar hipóteses, procurem dados concretos e exatos, e uma forma pode ser consultarem funcionários, ex-funcionários e a população de Minaçu.

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