Políticas públicas devem aliar perspectivas de gênero e étnica

No marco do Dia Internacional da Mulher, Negra Linda, do Coletivo de Mulheres Negras Feministas da Amazônia, lembra que as mulheres são as mais prejudicadas pela realidade de racismo e desigualdade social no país

Conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), elas correspondem a 51% da população brasileira, em que 30% são negras. Os dados mostram ainda que a maioria das negras se encontra abaixo da linha da pobreza.

A taxa de analfabetismo chega ao dobro das brancas. As mulheres negras também têm menor acesso a serviços de saúde de boa qualidade. A morte materna por toxemia gravídica, forte fator de causa de morte materna no país, é quase seis vezes maior do que a de mulheres brancas.

Diante dessa realidade, Negra Linda defende que as políticas públicas sejam afirmativas, incluindo cortes de gênero e etnia. Natural do Amapá, revela que a lutas das mulheres no estado tem possibilitado avanços nesse sentido.

Segundo Linda, que coordena o Núcleo de Saúde da População Negra, Gênero e Religião de Matriz Africana do Amapá, cerca de 70 % dos habitantes do Amapá são negros. E aproximadamente 20% dessa população vive no campo. O Amapá reúne cerca de 120 comunidades quilombolas.

Por isso, durante o mês de março, a Secretaria Extraordinária de Políticas para Afrodescendentes (Seafro) do Amapá promove o projeto Afro Mulher. De acordo com Negra Linda, a proposta nasce de uma necessidade de fazer com que órgãos públicos saibam mais sobre a realidade das mulheres negras antes de formular e aplicar políticas públicas.

http://www.brasil.agenciapulsar.org/nota.php?id=8626

Enviada por Ruben Siqueira.

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