A CODEVASF lançou uma nota, a partir de Brasília, respondendo aos fatos do derretimento das cisternas de plástico, publicada no blog de Geraldo José, jornalista da Rádio Juazeiro, em Juazeiro da Bahia. Vejam a nota e nossa tréplica:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
“A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) esclarece:
Cisternas de polietileno que apresentarem defeito serão imediatamente substituídas, conforme contrato. No caso recente de Cedro (CE), a empresa responsável pela fabricação foi notificada e duas novas cisternas foram prontamente entregues às famílias.
Ressalta-se que o Ministério da Integração Nacional adota rigorosos procedimentos de controle de qualidade durante a fabricação e a entrega das cisternas.
Coordenado pelo Ministério da Integração Nacional, com apoio da Codevasf, o ‘Água para Todos’ é uma ação do Programa Brasil sem Miséria do governo federal. O objetivo é beneficiar 750 mil famílias que vivem no semiárido brasileiro com cisternas e sistemas simplificados de água”.
Há séculos o povo do semiárido espera por uma política hídrica que vise em primeiro lugar o abastecimento humano de nossa população, não a irrigação, nem outros usos da água que devem vir após resolver os problemas humanos, como preconiza a Lei Brasileira de Recursos Hídricos 9433/97. Portanto, somos totalmente favoráveis ao “Água para Todos”, desde que seja bem feito do ponto de vista técnico, político, ambiental e cultural.
A sociedade civil – ASA – achou o caminho das cisternas de placas, bem feitas, boa duração, replicáveis pelas próprias comunidades, que compram no comércio local, movimentam e capacitam os pedreiros locais, dinamizam e economia local, além de desenvolver todo conceito inovador da convivência com o semiárido. Toda essa riqueza quase foi ao lixo para ser substituída pelas cisternas de plástico. Não é só o lixo plástico, é o lixo da indústria da seca, que alimenta políticos, corporações técnicas e empresas a partir da sede humana.
Reparem que o caminho escolhido pela CODEVASF, diante do fato inescapável, é injetar mais dinheiro – dinheiro público, claro -, na mesma tecnologia e na mesma empresa. Assim, se daqui alguns anos milhares de cisternas de plástico derreterem, a política será a de repor o que está claramente dando errado.
Qualquer cisterna de placa de cimento seria rapidamente concertada. A de plástico não, há perda total.
Enfim, o governo federal corre o risco de pagar um “mico histórico”, se não recuar totalmente de sua decisão.
Vamos continuar registrando os fatos, lutando por uma política hídrica decente de abastecimento humano, também para a população difusa do semiárido brasileiro.
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