BA – Mineração preocupa camponeses de Lagoa Real

Situado na região sudoeste da Bahia, distante 632 quilômetro da capital baiana, o município de Lagoa Real começa a ser mais um dos pesquisados por grandes empresas da mineração. A comunidade de Riachão e arredores tem sido a vítima do momento.

A Cabral Resources, empresa de capital australiano e com entrada no mercado da China, promete se instalar o mais rápido possível na localidade. Trabalhadores relatam e comprovam através de fotos que tiveram suas propriedades invadidas, cercas derrubadas, árvores cortadas por pessoas que não se identificavam, muito menos diziam o que estavam fazendo. Um verdadeiro desrespeito, não diferente do que acontece em outras comunidades. Convocada pelos moradores para prestar esclarecimentos, a empresa não compareceu deixando mais de 250 pessoas esperando.

A instalação conta com o apoio do governo do Estado, através de incentivos fiscais, facilidades dos processos de licenciamento e principalmente do investimento nas obras de infraestrutura como as questionadas Ferrovia Oeste Leste (FIOL) e Porto Sul.

O município de Lagoa Real está localizado na província uranífera e os camponeses sofrem com os impactos da mina de urânio de Caetité. São eles que ficam com todo o passivo, sem nenhuma medida de compensação e reparação pelos danos causados. Contaminação de solo e água, problemas de saúde, alto índice de mortes por causas desconhecidas e neoplasias são frequentes na região e o Estado e empresa responsáveis pela exploração de urânio se negam a prestar qualquer tipo de assistência.

Com o projeto da Ferrovia da Integração Oeste Leste (FIOL), que tem o seu traçado cortando o município, novas ameaças começam a surgir em toda a região. Com o falso propósito de alavancar a economia baiana, a FIOL não nega a quais interesses servirá.

Comunidades vizinhas a Riachão, como Queimada Grande e Espírito Santo são as vítimas mais recentes da FIOL. O consórcio que executa a obra na região abriu uma pedreira no meio da comunidade de Queimada Grande que trouxe danos irreparáveis para os moradores. Casas rachadas, poeira, danos físicos aos moradores. As pessoas não conseguiam dormir com o barulho intenso dos britadores durante toda a noite. Como “cala boca”, a empresa ofertou alguns empregos temporários para que a população não se manifestasse de forma contrária.

Outra empresa que está se instalando na região é a Santafé Mineração com a intensificação de pesquisas nas propriedades por onde passa o traçado da ferrovia. Se já haviam vários atingidos pela FIOL, o golpe final será a mineração para acabar com os camponeses da região.

Todo esse cenário mostra que mais que um projeto do Estado, trata-se de um projeto de governo com opção clara de favorecimento dos grandes empreendimentos que expulsam cada vez mais camponeses de suas terras.

Acesse o SIGMINE (http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/) e veja se ainda restará um local na Bahia que o governo não esteja intencionado em abrir um buraco para tirar o minério que está lá em baixo.

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