PA – Entidades cobram apuração da morte de liderança rural

Ele foi executado em Dom Eliseu, mas polícia diz que foi crime comum

Lideranças da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), divulgaram nota ontem exigindo das autoridades paraenses empenho na investigação e elucidação do assassinato do trabalhador rural José Ribamar Teixeira dos Santos, o “Riba”, maranhense, 49 anos, morto a pauladas e golpes de faca no fim de semana na zona rural do município de Dom Eliseu, a 540 quilômetros de Belém.  De acordo com informações da Fetagri, José Ribamar foi um dos fundadores do acampamento de trabalhadores rurais “Deus é Fiel”.

Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Rondon confirmou a ocorrência, mas ainda não sabe dizer se a morte foi motivada por questões agrárias.  Para os investigadores que acompanham o caso, o crime foi motivado por um conflito pela posse de uma área no assentamento onde a vítima morava.  No entanto, na noite de sábado, 8, a polícia civil prendeu Joseli Feliciano, maranhense, 24 anos, que assumiu a autoria do crime.  “Ele disse que matou José Ribamar por motivo fútil, sendo que a vítima consumia álcool e passava a destratá-lo”, disse ontem o delegado Silvio Maués, diretor das delegacias do Interior, frisando que, a princípio, fica descartada a hipótese de crime relativo à questão agrária.

O corpo do trabalhador rural, que teve uma das orelhas decepadas, foi removido para Marabá, por peritos do Instituto Médico Legal Renato Chaves.  Na nota divulgada ontem, as entidades afirmam que a região virou “terra de ninguém”, com a execução sumária de agricultores e lideranças sindicais.  Em maio deste ano, o assassinato do casal de ambientalistas José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo teve repercussão internacional, sendo que dois supostos mandantes do crime, os irmãos José Rodrigues Moreira, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento, foram identificados e presos pela polícia civil do Pará.  Recentemente, familiares de José Claudio e Maria do Espírito Santo denunciaram que estavam recebendo ameaças de morte, razão pela qual pediram garantias de vida à Secretaria de Segurança Pública do Pará.

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=396213

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.