STF – Fux faz proposta para entendimento com CNJ

Ideia do ministro do STF é fixar prazo para corregedorias investigarem juízes sem que conselho perca poder punitivo

Carolina Brígido

BRASÍLIA. O ministro Luiz Fux formulou um voto para tentar apaziguar os ânimos entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e possibilitar o julgamento, amanhã, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e que retira poderes do conselho. O assunto está na pauta do plenário, mas os ministros tentam um consenso nos bastidores para não desgastar ainda mais a imagem do tribunal.

Na semana passada, a polêmica era tanta que não houve clima para realizar a votação, embora o assunto já estivesse em pauta. Antes de escrever o voto, Fux conversou com a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, que teria concordado com a proposta. A sugestão de Fux é estabelecer um prazo para as corregedorias e, terminado o período, caso não tenha chegado a um resultado final, o CNJ teria o direito de pegar o caso. No entanto, ainda há dúvida entre os ministros sobre o que fazer se a corregedoria local arquivar o processo.

O CNJ reivindica para si o direito de desengavetar casos desse tipo. Julgamento foi adiado pela polêmica pública Eliana Calmon foi quem mais se posicionou contra a possibilidade de o STF podar o CNJ. E abriu uma crise ao afirmar que há “bandidos de toga”, provocando forte reação do presidente do STF e do CNJ, Cezar Peluso. A ação que será julgada pede que o conselho só investigue faltas disciplinares de juízes depois que as corregedorias nos estados esgotarem essa tarefa. 

O risco é o aumento da impunidade, já que as corregedorias locais não costumam dar rapidez a esse tipo de apuração. Na semana passada, a tendência da Corte era esvaziar as atribuições do conselho. Mas, depois das queixas de Eliana Calmon e do debate público que se seguiu, o presidente do STF, Cezar Peluso, avaliou que não havia clima para tomar essa decisão e adiou o julgamento. Apesar de a ação ter voltado para a pauta de amanhã, não há garantia de que o julgamento acontecerá. Peluso ainda não definiu se é o caso de iniciar a discussão em público.

A ação de inconstitucionalidade foi proposta pela AMB em novembro de 2010. A entidade quer derrubar uma resolução do CNJ que regula processos disciplinares contra magistrados. Na semana passada, Fux afirmou que, qualquer que seja o resultado do julgamento, o conselho não deixará de punir magistrados por desvio de conduta: — Não há essa possibilidade de o CNJ não poder punir juízes.

http://cnj.myclipp.inf.br/default.asp?smenu=&dtlh=193681&iABA=Not%EDcias&exp=

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