Ministra Eliana Calmon recebe homenagem no TRE-BA

João Pedro Pitombo, A Tarde

SALVADOR – Pivô de uma crise na cúpula do Judiciário, a corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon recebeu homenagem nesta segunda-feira, no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). Em entrevista concedida na semana passada, a ministra, que é baiana, fez críticas à tentativa de redução do poder de investigação do CNJ e afirmou que o Judiciário possui “bandidos escondidos atrás da toga”. O STF deve julgar nas próximas semanas a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para tirar do CNJ o poder de punir juízes por má conduta

A entrevista da ministra gerou reações dentro do próprio CNJ, que divulgou nota classificando as declarações de “levianas”. O presidente STF, Cezar Peluzo, e a AMB também se manifestaram contrariamente ao que foi dito pela ministra . Diante de tamanha repercussão, a solenidade de posse dos juízes Paulo Pimenta e Mônica Aguiar no TRE-BA acabou se transformando em uma homenagem a Eliana, que prestigiou o evento. Por meio de sua assessoria, a corregedora afirmou que só irá dar novas declarações sobre o assunto após o julgamento do STF.

Recém-empossada no TRE, a juíza Mônica Aguiar classificou Eliana como uma de suas principais referências e destacou a trajetória da magistrada como primeira mulher a integrar o TRE na Bahia, há 25 anos, e a ser empossada no STJ. “A senhora é um paradigma como magistrada e orgulha esta terra com a sua coragem” – declarou à corregedora.

O vice-presidente do TRE, desembargador Carlos Alberto Dultra Cintra, saiu em defesa da ministra e afirmou que Eliana Calmon é uma das principais reservas morais do Judiciário brasileiro.

– Sabemos que as suas manifestações são no sentido de trazer o bem para a magistratura – pontuou.

O Procurador Regional Eleitoral, Sidney Madruga, também manifestou em discurso o seu apoio à corregedora, destacando a bravura e o comprometimento da magistrada.

– Suas palavras representam o que o povo brasileiro pensa e quer dizer – destacou.

Enviada por Júlia Adelaide.

 

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