Tania Pacheco
Ontem noticiamos a morte de Valdenilson Borges, 24 anos, do Quilombo de Rosário, Serrano do Maranhão, executado com duas facadas no peito dentro do próprio território da comunidade. Hoje chegaram mais notícias, enviadas por Diogo Cabral (advogado da CPT e do Movimento Quilombola da Baixada Ocidental Maranhense-MOQUIBOM), através de Eduardo Corrêa, da RENAP.
Segundo Diogo Cabral, Valdenilson e sua família já haviam registrado vários Boletins de Ocorrências nas delegacias de Serrano, Bacuri e Cururupu relatando as ameaças, sem que qualquer iniciativa fosse tomada. Seus irmãos Jodeca e Jadeildo estiveram em São Luís e pediram ajuda também ao Programa de Defensores em Direitos Humanos. Nada foi feito, entretanto, embora a comunidade Rosário seja listada como uma das mais ameaçadas de violência.
O assassino – Edvaldo Silva, que continua foragido – ocupa uma porção de terra dentro do território de Rosário e, por não ser quilombola, ameaça as famílias que lutam pela titulação de suas terras.
Escreve Diogo Cabral: “Semana passada estive na região, fazendo audiências, e, pelas falas dos trabalhadores, mortes eram anunciadas no grande território quilombola que compreende todo o município de Serrano”. Segundo ele, o assassinato de Valdenilson poderá ainda “encorajar outros assassinos a realizarem essas selvagerias. Em Açude, há homens armados 24 horas, intimidando as famílias quilombolas”.
Como noticiamos antes, está programada para hoje uma tentativa de invasão da comunidade de Carro Quebrado, no município Miranda, com ameaças dos fazendeiros de “meter bala nas famílias”, caso não deixem suas terras. Essa situação provocou ontem a ação do Ouvidor Agrário Nacional e Presidente da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, Desembargador Gercino José da Silva Filho, que solicitou providências urgentíssimas ao Delegado de Polícia Civil Agrário do Maranhão, Domingos Sávio Carpaxo Reis. Horas depois, entretanto, chegava a notícia da morte de Valdenilson, ocorrida anteontem, domingo.
De acordo com Diogo Cabral e Eduardo Corrêa, a situação no Maranhão está saindo totalmente de controle, com ameaças generalizadas a trabalhadores quilombolas e uma impunidade que pode “gerar mais encorajamento para outras barbaridades”.
Vale ressaltar que Diogo Cabral é, ele próprio, uma das vítimas de ameaças, por seu trabalho em defesa das comunidades quilombolas e de outr@s trabalhador@s rurais.
Desde o ano passado já havia sido noticiada A covarde intenção de boicotar a titulação de terras aos descendentes de escravos se faz necessária como os Estados unidos noanos 50 a presença de forças federais para garantia destas famílais que pretendem levar sua vida de forma ordeira.