Esta é uma homenagem a uma mulher guerreira, que veio escravizada do Congo e lutou para a libertação de seu povo no Brasil (vídeo e texto de Gilvaldo Dias Guerra).
O tesouro cultural que Magé desconhece: o município de Magé, hoje praticamente uma cidade-dormitório, abriga um tesouro desconhecido, inclusive, por boa parte de seus 250 mil habitantes. Bem próximo ao Centro, lá está encravado o Morro da Maria Conga.
Em passeio pela cidade, é possível conhecer preciosidades históricas como o Morro do Bonfim, rota de fuga dos negros em direção ao Quilombo de Maria Conga – que se transformava num campo de batalha quando os senhores dos escravos mandavam seus jagunços virem resgatá-los – e Piedade, tradicional bairro negro de Magé, onde os escravos montavam toda a sua estratégia de resistência. Neste bairro encontra-se a Praça do Leilão, antigo porto de desembarque escravo onde, ao chegar da África, os negros eram acorrentados no paredão. Ainda na Piedade há uma capela inteiramente construída por negros, além de um túnel, escavado por eles, que dá acesso ao Quilombo de Maria Conga, que morreu aos 95 anos de idade.
Resgatar a saga da comunidade negra na região, porém, não é tarefa das mais fáceis. Pelo contrário. Uma sucessão de administrações absolutamente desinteressadas em preservar este belo capítulo da história do povo brasileiro, impediu que a população local travasse contato com suas raízes. Tivemos governos que procuraram destruir todas as referências da cultura negra na região. Principalmente uma família que ficou no poder por vários anos. Felizmente, há exceções. Marcílio da Costa Faria, 68 anos, veterano militante da causa negra no Brasil, é uma delas. É assim como se fosse um patrimônio cultural ambulante de Magé.
E a função do Grupo Resgate Memória Magé é resgatar a nossa História, que certamente despertará nos mais jovens o interesse por essas Relíquias desconhecidas.
Gilvaldo Dias Guerra
GRUPO RESGATE MEMÓRIA MAGÉ
MARIA CONGA A RAIZ DE MAGÉ!
MAGÉ: UMA CIDADE DE CULTURA E HISTÓRIA.
PARABÉNS GILVALDO DIAS GUERRA.
você contribui e muito com a história e cultura desse Município fluminense.
Matéria me parece do ano de 2021, mas só agora pesquisando, tomei conhecimento da história e cultura desse município de pelas cachoeiras, como de Andorinhas principalmente. Sou um apaixonado por Santo Aleixo.
A HISTÓRIA DA ESCRAVIDÃO CONTADA POR UM REPRODUTOR CHAMADO JOÃO ANTONIO GUARACIABA
Nascido em 20 de setembro de 1850, em Angola e registrado em 1972, no Cartório de Registro Cível, após sindicância exigida pelo Juiz da Comarca de Magé, por tratar-se de pessoa bem idosa e falecida em 05 de fevereiro de 1979, o filho de Angelina Maria Rita da Conceição com o Barão de Guaraciaba. Falece caminhando pela Via Pública.
Na noite de seu falecimento quatro pessoas amigas encontraram o seu corpo na estrada dos camarões em Guia de Pacobaíba – Mauá – Magé, às 02:30 hs. Aos 128 anos e 46 dias e foi velado somente por esses quatro amigos da comunidade.
O Sr. João morreu de cabeça erguida, caminhando, deixou uma nação de descendente, como dizia ele: ”Estão todos peraí espalhados”.
O Sr. João não aprendeu a ler e nem escreve. embora tenha frequentado o Curso MOBRAL em Guia de Pacobaíba, Mauá – Magé, quando estava com 120 anos. Fonte: Lúcio Amorm.
Certamente foi o alunos mais velho que frequentou um sala de Aula.
Sepultado no Cemitério de Guia de Pacobaíba. A causa da Morte foi Edema Pulmonar.
O Sr. João morava numa casinha simples coberta de palha. Esperava ganhar uma casa. Hoje o Governo tem o projeto Minha Casa Minha Vida. Infelizmente o Sr. João não viu esse projeto do Governo.
Esse vídeo foi montado de um Livro feito pelo repórter Luiz Carlos de Souza e o fotógrafo U. Dettmar, que numa manhã chuvosa de sábado do dia 07 de junho de 1975, saíram em busca de João Antonio Guaraciaba, para ouvir o seu depoimento.
https://www.youtube.com/watch?v=QZ9lPu2-cFc&t=912s
15/02/2021
Tenho 59 anos,não sabia dessa história de Magé,daí a gente vê como a discriminação o racismo,acabou com a verdadeira história de uma cidade,uma riqueza só porque se trata de negros Escravos,não mereceu ser divulgada pra humanidade.
Magé poderia ser uma cidade turísticas .
Olha amei saber dessa história incrível de Maria Conga …Extraordinário!!!Ver as histórias maravilhosas da nossa cultura Brasileira …
Na construção do Brasil que temos hoje, ninguém trabalhou mais do que a raça negra. Foi muito suor derramado, muitas vidas ceifadas e muito sangue derramado. É um vexame histórico o que está escrito nas páginas de nossa história, sobre o tratamento dado ao povo negro. O Brasil jamais poderá reparar o erro praticado contra essa gente. Uma nação de muitos heróis e heroínas, mas poucos são lembrados e homenageados (o contrário do que acontece com a maioria dos assassinos de negros e índios da nossa história)
O poema “Quilombola Guerreira” foi escrito a pedido de minha amiga Deise Pereira, uma incansável batalhadora pela educação e cultura da cidade de Magé (Rio de Janeiro). Uma homenagem à fundadora da cidade. Maria Conga. Uma negra que veio para o Brasil quando ainda era uma criancinha.
Segundo conta a história, Maria Conga foi adotada por uma família que a afastou do trabalho escravo aos 11 anos de idade, mas, ela não deixou de lutar pela liberdade do seu povo, inclusive dando abrigo aos negros que fugiam da Senzala. Ela representa aqui, todas as mulheres heroínas silenciadas e ocultadas pela história do Brasil.
Quilombola Guerreira
(Gilmar Souza)
Pra narrar esse cordel
Invoco as luzes celestiais
Buscando a inspiração
Nas memórias ancestrais
Pra contar uma história
De muitos anos atrás.
Vou atravessar os mares
Romper divisa e fronteira
Pois o começo da trama
Deu-se em terra estrangeira
Numa nação africana
Bem longe da brasileira.
É uma história verdadeira
Não duvide, tenha fé
Contando a trajetória
De uma importante mulher
Chamada Maria Conga
Heroína de Magé.
Tudo começou no Congo
Quando ainda era menina
Junto com toda a família
Começou a sua sina
Foi jogada num navio
Pra uma viagem cretina.
Depois de dias no mar
Seu destino se cumpria
No Brasil da escravidão
Ela desembarcaria
E com onze anos de idade
A liberdade chegaria.
Maria Conga guerreira
De garra e valentia
Os direitos de seu povo
Com muito amor defendia
Aos sessenta e dois anos
Conquistou a alforria.
Mulher exemplo de força
Também determinação
Nunca deixou que a tristeza
Lhe afligisse o coração
Mesmo sofrendo os horrores
Por parte do seu patrão.
Para o povo quilombola
Foi um poço de bondade
Serviu toda a sua raça
Na luta por liberdade
Não permitia que o negro
Perdesse a dignidade.
Foi uma verdadeira mãe
Para o seu povo querido
Acolhia todo escravo
Que chegasse foragido
Na sua comunidade
Ninguém era desvalido.
E como todo vivente
Tem seu dia e sua hora
Chegou a vez de Maria
De esse mundo ir embora
Mas pra nação quilombola
Ela ainda vive na história.
Eu encerro a homenagem
A essa grande mulher
Dizendo que sua vida
Merece aplausos de pé
Viva a Maria Conga
Heroína de Magé!!
Estou encantada com essa história.
MARIA CONGA A RAIZ DE MAGÉ!
Hoje vou apresentar um documentário, que a história oficial não publicou. Sabe onde aconteceu? Hummm! Em Magé!
Em 1976, quando trabalhava no INSS-Magé, ouvi a primeira vez o nome dessa mulher (Maria Conga). Pensei que era uma mulher que usava uma Conga, um calçado famoso, que usávamos na época.
Depois em 2005, quando pesquisava informações no meu Sindicato (SINTTEL-RJ), li a sua história. Pensei logo! Que isso? Essa mulher viveu em Magé? Aprendi uma história contada por pessoas que não moravam em Magé.
Um Tesouro Cultural, desconhecido pela história oficial e também pelo povo Mageense.
Quando Zumbi, liderou o Quilombo de Palmares, o Líder era Ganga Zumba, que tinha assinado um acordo de paz com o Governador da Província de Pernambuco. O Zumbi não gostou do acordo e assumiu a liderança do Quilombo. A Capital do Brasil era na Bahia.
Longe de Palmares que ficava na Serra da Barriga entre Alagoas e Pernambuco.
Em 1834, quando houve a Revolta dos Malês na Bahia, a capital do Brasil era o Rio de Janeiro, pois fora transferida em 1763, por causa da Estrada do Ouro, feito por um Suruiense Bernardo Soares Proença em 1724. Outro que o povo de Magé não conhece.
Cabe lembrar, que Magé em 1802, era Cabeça de Corte, lugar de destaque junto a Corte.
A Ordem dada depois da Revolta dos Malês, era destruir toda a Resistência dos Quilombos. A Maria Conga quando fez o seu Quilombo em Magé, estava quebrando a ordem da Corte.
Em Magé, constava um efetivo da Guarda Nacional e o Exército com mais de 2.000 soldados, com os jagunços, capitães do mato.
Maria Conga nunca foi pega, pois fugia pelas Matas de Magé e Guapi. Morreu de velha com 103 anos, depois de ver a libertação do seu povo. Faleceu em 05 de outubro de 1895, e sepultada na
Igreja Nossa Senhora de Inhomirim em Bongada.
Espero que o povo Mageense conheça esse Tesouro Cultural, que foi escondido pelas autoridades da época e desconhecido até hoje pela história. Como o Exército, a Guarda Nacional, poderiam justificar a não destruição esse Quilombo, pois em outros, como o de Suruí, Feital, em Magé, do Manoel do Congo em Vassouras, etc, liderados todos por homens, foram destruídos e os seus líderes capturados e mortos. E a Maria Conga? Não conseguiram pegar essa mulher?
Conhecendo esse grande Tesouro Cultural, uma nova consciência nascerá e começaremos a Resgatar a Memória de Magé, o 3º município mais antigo do Estado do Rio de Janeiro, que fará 450 anos em 09 de junho de 2015.
Grupo Resgate Memória Magé
Gilvaldo Dias Guerra
http://www.youtube.com/watch?v=MeE5KWrZ3Us
Parabéns “Gil” belíssimo trabalho.. Fiquei feliz em saber que vc se dedica a preservação da nossa história.
Um povo sem história é um corpo sem alma (Edson)
Parabéns pela iniciativa, Monique.
Infelizmente, no que diz respeito a este blog, só temos o que eventualmente publicamos, e é bem pouco. Mas recordo que postamos uma vez informações sobre uma pessoa que estava pesquisando esse tema.
Boa sorte!
Boa noite,
sou professora em Magé e estamos desenvolvendo um projeto de resgate da história de Magé. Peço sua ajuda, pois não há muito material disponível sobre essa história.
linda mage não sou racista histórico muito lindo
gostaria de saber tanbem sua istoria de vida onte naiceu guantas vezes foui vendida aonte e guando faleceu.obrigado..ass..ivan
ola e com muita satisfacao k eu venho preocurando esta reportagem pos costaria muito de conhecer o bairro maria conga como fasso pra chegar la .
MUITO OBRIGADA POR NAO DEIXA NOSSA HISTORIA SER ESQUECIDA
GOSTO MUITO DA MINHA HISTORIA SOU NEGRA COM MUITO ORGULHO
Obrigada pela colaboração, Felipe, e parabéns pelo trabalho. Já está sendo postado! Tania.
Demorei, mas voltei rs, Como solicitado vou colocar abaixo os links das postagens do meu blog que falam sobre o CTR Bongaba ( lixão de Bongaba. Mas se eu tenho muitas fotos, de vários períodos diferentes que eu posso lhe mandar por e-mail se estiver interessada.
http://expressoopiniao.blogspot.com.br/2012/06/crime-ambiental-aterro-sanitario-de.html
http://expressoopiniao.blogspot.com.br/2012/07/denuncia-aterro-sanitario-de-mage.html
http://expressoopiniao.blogspot.com.br/2012/10/aterro-sanitario-ou-lixao.html
O resgate da memória é de suma importância devido à construção de uma identidade consistente de um determinado povo. Para isso é necessário ir em busca das raízes, das origens, no âmago da sua história.
Desta forma, o objetivo deste artigo é registrar a importância da memória na construção de uma identidade.
A memória histórica constitui um fator de identificação humana, é o sinal de sua cultura. Reconhecemos nessa memória o que nos distingue e o que nos aproxima.
A memória é um elemento essencial da identidade e contribui para a formação da cidadania.
Essa História foi construída seguindo as pegadas do repórter Luiz Carlos de Souza e o fotógrafo U. Dettmar do Rio de Janeiro, que numa manhã chuvosa de sábado, dia 7 de junho de 1975, chegaram à Guia de Pacobaíba, Mauá, Distrito de Magé – RJ, em busca de João Antônio Guaraciaba, ex-reprodutor de escravos, para ouvirem seu depoimento.
Publicado na mesma época em forma de reportagem, na revista
“Livro de Cabeceira do Homem” pela Editora Civilização Brasileira, e hoje perdida na poeira do tempo.
Esse trabalho resgata das cinzas do esquecimento, um pedaço vivo e cruel da escravidão, ressuscitado da memória desse interessante personagem e integrando-o na Historia da Baixada Fluminense.
Dia 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra. Quem tem Consciência tem Memória!
Gilvaldo Dias Guerra
GRUPO RESGATE MEMÓRIA MAGÉ
“Magé! Minha Pequena Magé” Gigante nas Páginas da História!”
http://www.youtube.com/watch?v=Amx48RJQIJ8&feature=channel&list=UL
Óla, gostaria de fazer uma visita de trabalho de campo sobre a educação ambiental ou escolar no Quilombo?
Felipe, estou viajando hoje e voltando no início de novembro. Vi que você tem um blog mas não tenho tempo agora para olhá-lo. Suponho que esse material tenha sido disponibilizado lá. Se foi, envie por favor os links, que mesmo durante a minha viagem haverá gente cuidando do Blog e postando. Se não foi e por algum motivo está só com você, peço para voltar a dar notícias no início de novembro, ok? Obrigada. Tania.
Possuo uma série de fotos, vídeos e reportagens sobre a Central de Tratramento de Resíduos de Bongaba ( Para mim Lixão de Bongaba) e peço a ajuda de você para divulgar esse descaço. Como podemos proceder ?
Tatiane, infelizmente só temos as informações que foram publicadas…
Olá, gostaria de conhecer o Quilombo de Maria Conga.Como faço? grande abraço.
Oi, Maurício!
Se você se refere à matéria, nós a recebemos, achamos interessante e publicamos. Mas não temos qualquer relação com seu autor, exceto essa, estabelecida via Blog. Agora, se quiser entrar em contato conosco, é só dizer.
Gostariamos de entrar em contato…atenciosamente