Car@s amig@s,
Pela primeira vez na historia da humanidade, um movimento de protesto mundial está eclodindo.
Este movimento é múltiplo, e as características do descontentamento são várias, conforme a região, a cultura, a realidade local. No entanto, todos os indignados de nosso belo planeta reclamam uma mesma coisa: dignidade. Frente a uma globalização desenfreada e ao poder das finanças, cada povo tem suas próprias reinvendicações, que afinal são a mesma: respeito pela vida !
Não se trata de um bando de utopistas imaturos, mas de seres humanos conscientes das ameaças que o nosso sistema socio-economico mundial criou contra a vida. A vida do nosso planeta, as nossas vidas.
Numa hora em que o povo boliviano conseguiu vencer com coragem e determinação uma luta incerta contra o Golias da economia imposta por uma minoria absoluta; na hora em que os povos do Xingu tomaram uma atitude firme e corajosa contra a destruição de suas vidas; na hora em que milhares de pessoas estão clamando contra as injustiças e o autoritarismo, não podemos ficar de braços cruzados.
A nossa luta em favor dos interesses de nossa região se enquadra perfeitamente dentro destas reivindicações mundiais. Temos motivos para protestar e no dia 11/11/11 devemos pressionar o “poder” para ser escutados.
Vejo várias razões para isto:
- Não protestar no dia 11/11/11 seria confessar que não temos motivos para protestar, o que, evidentemente, é um absurdo.
- Para evitar a construção do Porto Sul, para resgatar a dignidade dos povos, indígenas ou não, devemos nos opor à lógica que permite tais exações.
- Protestar no dia 11/11/11 nos dará a possibilidade de começar a construir o que sabemos bom para nossa região. Sem essa participação no dia mundial de protesto, ficaremos de fora de um eventual (mas altamente possível) processo de construção de uma sociedade mais justa.
- Protestar no dia 11/11/11 é reafirmar nosso engajamento na vida pública, é resgatar o artigo 1 da Constituição federal brasileira: “Todo o poder emana do povo”.
Devemos seguir o magnifico exemplo dos povos do Xingu e exigir ser ouvidos, respeitados e levados em consideração. A democracia é, antes de tudo, a possibilidade de expressar convicções e o direito de ser escutado com respeito.
Eu proponho que começamos a organizar este dia de protesto.
Creio que este movimento pode, e deve, reunir todos aqueles que lutam por uma vida digna : os povos indígenas espoliados e desrespeitados, os atingidos pela Bamim, os esquecidos de um poder “público” corrupto e a serviço do capital, os que têm projetos para nossa região, a sociedade civil organizada…
Esta diversidade é importante na medida em que a vida e a democracia são diversidade.
Estamos vivendo momentos que, de uma maneira ou outra, representam um marco na história humana. Depois deste despertar das consciências, as coisas não podem continuar sem mudar. Não se pode mais voltar atrás e esquecer este grito lançado pelos numerosos indignados do planeta.
Devemos desde já começar a construir para que o nosso mundo seja verdadeiramente nosso e de nossos filhos.
A humanidade deve se tornar uma “irmandade”.
Um abraço a tod@s,
Stéphan.
Vamos socializar esta proposta nos sertões de Minas Gerais! São muitos os motivos que afligem os povos e comunidades do Brasil. No Encontro Nacional DIALOGOS E CONVERGÊNCIAS – realizado em Salvador foi proposto que coloquemos como um das principais bandeiras – A LUTA DOS BRASILEIROS EM FAVOR DOS POVOS DO XINGU – E CONTRA A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE!
Abraços a tod@s
Carlinhos Dayrell – Equipe CAA NM