Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado.
Por Álisson Castro, em D24am
Manaus – De acordo com o indigenista Egydio Schwade, o conflito envolvendo o povo Tenharim é o reflexo da falta de atenção dado à causa indígena pelo governo federal e tem motivações econômicas.
“Este caso é muito grave por causa dos interesses econômicos. Aquela terra é cobiçada por causa de minérios e acredito que também há a intenção de grandes latifundiários que querem invadir aquela área. O melhor caminho para conter o conflito é a intervenção direta do Ministério Público Federal porque a União não tem, nas condições atuais, crédito nem moral para proteger este povo porque sempre faltou vontade política para resolver as questões indígenas”, opinou.
Schwade explicou que o povo Tenharim está passando por um período de reorganização após ter as terras exploradas pela mineração e agressões sofridas durante a construção da rodovia Transamazônica (BR-230) na década de 70.
“A raiz é mesma do que ocorreu com o povo Waimiri Atroari, em Presidente Figueiredo. Em Humaitá, abriram a rodovia em meio à terra indígena e nem sequer ouviram os indígenas. Os Tenharim foram extremamente reduzidos. Iniciou também a exploração mineral naquela área e chegaram a construir uma estrutura administrativa no meio da aldeia”, explicou o indigenista.
Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado, pertencentes a um conjunto mais amplo de povos que chamam a si mesmos de Kagwahiva.