Conflito em Humaitá tem motivação econômica, diz indigenista Egydio Schwade

Tenharim de cocar - wikimediaTenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado.

Por Álisson Castro, em D24am

Manaus De acordo com o indigenista Egydio Schwade, o conflito envolvendo o povo Tenharim é o reflexo da falta de atenção dado à causa indígena pelo governo federal e tem motivações econômicas.

“Este caso é muito grave por causa dos interesses econômicos. Aquela terra é cobiçada por causa de minérios e acredito que também há a intenção de grandes latifundiários que querem invadir aquela área. O melhor caminho para conter o conflito é a intervenção direta do Ministério Público Federal porque a União não tem, nas condições atuais, crédito nem moral para proteger este povo porque sempre faltou vontade política para resolver as questões indígenas”, opinou.

Schwade explicou que o povo Tenharim está passando por um período de reorganização após ter as terras exploradas pela mineração e agressões sofridas durante a construção da rodovia Transamazônica (BR-230) na década de 70.

“A raiz é mesma do que ocorreu com o povo Waimiri Atroari, em Presidente Figueiredo. Em Humaitá, abriram a rodovia em meio à terra indígena e nem sequer ouviram os indígenas. Os Tenharim foram extremamente reduzidos. Iniciou também a exploração mineral naquela área e chegaram a construir uma estrutura administrativa no meio da aldeia”, explicou o indigenista.

Tenharim é o nome pelo qual são conhecidos três grupos indígenas que vivem hoje na região do curso médio do Rio Madeira, no sul do Estado, pertencentes a um conjunto mais amplo de povos que chamam a si mesmos de Kagwahiva.

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