
Imagem editada por Telma Monteiro
Por Telma Monteiro
A falta de transparência é uma característica do setor elétrico (de todos os setores, aliás) do governo federal. Marcam audiências que chamam de públicas e não comunicam à sociedade civil e não cogitam da participação do ministério público. O absurdo agora é a reunião com os indígenas marcada secretamente.
Apesar de todas as falhas e irregularidades do licenciamento ambiental da UHE São Manoel, a 300 metros da divisa com TI Kayabi, no rio Teles Pires, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) marcou para os dias 11 e 12 (amanhã e quinta-feira), uma audiência pública para apresentação do Estudo do Componente Indígena (ECI).
O evento ocorrerá no município de Alta Floresta (MT), das 8 às 18 horas, no auditório “KK Eventos”, e estão previstas as presenças de 30 lideranças Kayabi, 12 lideranças Apiaka, 20 lideranças Munduruku. Os indígenas serão levados de suas bases locais e de Jacareacanga por aviões da FAB. A EPE solicitou que a PM faça a segurança do local e informou que a PF estará presente.
A comitiva do governo terá cinco representantes da Funai, seis da EPE e um do Ministério de Minas e Energia.
Um ofício à PM assinado pelo diretor da EPE, Amílcar Guerreiro, informa que participarão 74 pessoas. Isso mais parece uma reunião fechada e com nomes pré-definidos. Será que o resto da sociedade perdeu o direito de participar de “audiência pública”?