A Guerra de Iranduba, por José Ribamar Bessa Freire

supostos descobridoresEm Taqui Pra Ti

Maria morava há mais de 13 anos no “Alagadinho”, Cacau Pirêra, distrito do município de Iranduba (AM). Saiu de lá, onde vivia submersa durante a cheia, para realizar “o sonho de moradia” em área de propriedade do Estado. Fez roça no quintal. Plantou macaxeira, abacaxi, pimenta de cheiro e plantas medicinais. Acontece que a área foi grilada por particulares. E na quarta-feira (25), o trator, protegido pelas botas da polícia, entrou lá, esmagou plantinhas, esperanças, sonhos. Destruiu tudo.Só deixou lágrimas, fome e Maria, sem casa, sem roça, sem ter o que dar de comer aos filhos.

– “Vocês tem arco e flecha; a gente tem é bala”. Esse foi o “argumento”  que um policial militar disparou contra uma índia Kokama, durante a operação dizque “pacífica”, iniciada na segunda-feira (23), para impedir o acesso a uma área ocupada por indígenas e não-indígenas, na rodovia Manoel Urbano (AM-070), região metropolitana de Manaus. Usou a “lógica” colonial do Raposo Tavares, Borba Gato e outros bandeirantes. (mais…)

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Família de Norberto Nehring, torturado e morto durante a ditadura, pede revisão da certidão de óbito

Comissão da Verdade - NorbertoPor Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A família de Norberto Nehring, economista e professor da Universidade de São Paulo (USP) que foi assassinado durante a ditadura militar no país, pediu ontem (27) à Comissão da Verdade do Estado de São Paulo que seja providenciada uma nova certidão de óbito de Nehring. A família pede que o documento aponte que ele morreu sob tortura, por lesões e maus-tratos e que seja definido o local em que a morte ocorreu.

Atualmente, a certidão de óbito de Nehring, que já sofreu uma modificação a pedido da família, aponta que ele morreu “por causas não naturais”. A primeira certidão do economista, que morreu no dia 20 de abril de 1970, informava que ele tinha se suicidado com uma gravata em um hotel.

“O processo histórico é algo que se faz de pequenas peças. Uma pecinha na revisão desse processo já tivemos, que foi a primeira revisão do atestado de óbito que, de suicídio, passou a responsabilizar o Estado brasileiro e falou do domínio físico do meu pai, dizendo que ele estava sob responsabilidade de agentes do Estado. A questão é muito complexa porque nunca existiu tortura oficialmente no Brasil. Não há nenhum laudo oficial falando em tortura”, disse a cineasta Marta Nehring, filha de Norberto.

“Esse reconhecimento é para limpar a nossa história. E a história se limpa com esses pequenos registros. Um atestado de óbito refeito é uma pecinha que pode parecer pequena, mas é parte do grande movimento histórico para limparmos nosso passado”, acrescentou. (mais…)

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“A crítica do esfarrapado: Miguel do Rosário responde à The Economist”

A última edição da britânica The Economist, trazendo uma capa duramente crítica ao Brasil, produziu grande euforia nas hostes coxinhas. Postado por Rodrigo Vianna em O Escrivinhador

Por Miguel do Rosário n’O Cafezinho

A última edição da britânica The Economist, trazendo uma capa duramente crítica ao Brasil, produziu grande euforia nas hostes coxinhas. No post anterior, eu dei uma resposta preliminar, com base apenas na capa e nas chamadas, que já prenunciavam o teor da matéria.

Agora, que tive a pachorra de ler os nove textos, mais a abertura, posso fazer uma crítica mais consistente.

Em primeiro lugar, baixemos as armas. Eu gosto da Economist. Acho uma revista elegante e bem redigida. Quer dizer, eu gostava. Mas não foi a capa ofensiva ao Rio e ao Brasil que me fez mudar de ideia. Não sou de ligar muito para essas coisas, e na verdade não sou tão ufanista como me “acusam” alguns. Também tenho milhares de críticas ao governo federal e ao PT, com os quais, sempre é bom deixar claro, não tenho nenhum elo ou obrigação.

O que me fez mudar de ideia em relação à Economist foi o último artigo de capa, um libelo sem-vergonha em favor de intervenções armadas dos EUA. É notório que o principal público consumidor da revista hoje em dia está nos Estados Unidos. A matéria favorável à indústria bélica mostra que, infelizmente, os patrocinadores também estão lá. (mais…)

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Por que é urgente o Brasil tirar o aborto da ilegalidade?

Luta pelos direitos das mulheres inclui tratar aborto como questão de saúde pública, em vez de prática criminosa. Foto: Adriana Borges
Luta pelos direitos das mulheres inclui tratar aborto como questão de saúde pública, em vez de prática criminosa. Foto: Adriana Borges

Grupos religiosos impõem, sob a aquiescência pacífica do governo, aberrações como o Estatuto do Nascituro e outras propostas de igual teor de violência contra as mulheres

Por Ana Maria Costa*, em Rede Brasil Atual

O dia 28 de setembro é marcado pelos movimentos sociais latino-americanos como data de luta pela descriminalização do aborto. Por que legalizar o aborto? Para consolidar o Estado laico, aperfeiçoar a democracia e promover os direitos sexuais e reprodutivos e a saúde das mulheres.

Ao contrário do Uruguai, que optou pela vida e os direitos das mulheres legalizando o aborto, o Brasil estancou o debate sobre o tema no parlamento e no governo, barrando direitos essenciais para a democracia.

Na vida real, as mulheres brasileiras que engravidam contra a vontade, planos ou desejos, prosseguem interrompendo gestações de forma clandestina e insegura, morrendo ou adquirindo sequelas que na maioria das vezes impedem os futuros planos reprodutivos.  (mais…)

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Intervenções e homenagens celebram o aniversário do São Francisco na região: 2 a 5 de outubro

Convite -Semana do RioTodos os anos a primeira semana de outubro vem sendo marcada por diversas atividades voltadas para o Rio São Francisco. O dia 04, especialmente, é o momento de chamar atenção para a importância do rio para a região, discutir como o mesmo vem sendo tratado e falar da necessidade de preservá-lo. Escolas, organizações sociais e a mídia normalmente agendam esta data.

Este ano, no período de 02 a 05 de outubro, diversas atividades estarão acontecendo em Curaçá, Pilão Arcado, Juazeiro e Sobradinho, com a preocupação de envolver novos atores sociais na luta em defesa da vida do rio e dos povos ribeirinhos. A “Semana do Rio” está sendo organizada pela Articulação Popular São Francisco Vivo, que reúne diversas entidades, movimentos sociais e povos de toda a Bacia do São Francisco e que durante todo o ano desenvolve uma série de ações no Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco. (mais…)

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A memória política brasileira à luz da Constituição de 1988. Entrevista especial com José Carlos Moreira

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No que se refere à responsabilização pelos crimes cometidos pela ditadura militar, “o problema maior não é a Constituição em si, mas a disputa pelo seu sentido. Caso houvesse um consenso político maior sobre a necessidade de se responsabilizar os crimes cometidos pelos agentes da ditadura, a Constituição poderia servir tranquilamente de base para isto”, constata o doutor em Direito.

IHU On-Line

“O que o Brasil hoje é em termos políticos e institucionais, bem como as suas possibilidades para o futuro, deve-se obviamente à sua história e ao seu passado de lutas, conflitos, conquistas e vilanias”, sustenta o professor José Carlos Moreira Filho, em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, ao contrapor a ideia de que o povo brasileiro é acomodado em relação às questões políticas.

Em seu resgate da história brasileira, o professor aponta para pistas de como o regime de exceção acabou deixando marcas em nossa Constituição e de como a violência se mantém nas relações em sociedade. (mais…)

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Carta de apoio dos estudantes do PPGAS/UnB à Mobilização Nacional Indígena

Constituição 1988De 30 de setembro a 5 de outubro acontece em todo o Brasil a Mobilização Nacional Indígena em defesa dos direitos constitucionais e apoiada por comunidades quilombolas e demais populações tradicionais. Nós, alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília – PPGAS/UNB, viemos manifestar nosso apoio irrestrito à mobilização e luta desses povos. Reconhecemos que o atual contexto político é o pior vivenciado por essas populações desde a promulgação da Constituição Federal. Estamos cientes de que uma pressão intensa por parte de grupos econômicos ligados principalmente ao setor agropecuário ameaça os direitos territoriais e a condição de existência desses grupos.

Ofensivas no âmbito do legislativo (p. ex. PEC 215/00, PEC 237/13, PEC 038/99, PL 1610/96 e PLP 227/12) e do executivo (Portaria 303/AGU) demonstram uma orquestração, sem precedentes na história, de todos os poderes do Estado com fins de impedir o cumprimento dos preceitos constitucionais que garantem a estes povos seus territórios e sua reprodução física e cultural. Nos opomos a esse modelo socioeconômico cujas formas de uso e apropriação da terra são pautadas por uma grande concentração de áreas sob a posse de pecuaristas que vêm devastando extensões enormes de floresta e de produtores rurais que exploram monoculturas agrícolas orientadas para a exportação. Esse tipo de ocupação, financiado por recursos estatais e privados, tem demandado cada vez mais terras, ameaçando os territórios das populações que não se orientam pelo agronegócio. Vale ressaltar que este modelo prejudica não somente povos indígenas, mas quilombolas, extrativistas, pequenos produtores rurais e outras comunidades tradicionais, além das unidades de conservação.  (mais…)

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Com Vandalismo: ‘fomos atrás dessas pessoas e as acompanhamos na linha de frente’

com vandalismo

Por Gabriel Brito e Leandro Iamin, em Correio da Cidadania

Centro da disputa ideológica em torno das grandes mobilizações que já estão na história do Brasil, a palavra “vandalismo” virou filme. Através da produtora Nigéria, de Fortaleza, Bruno Xavier e alguns colegas produziram um documentário a partir da linha de frente dos momentos mais tensos dos protestos de massa.

“A ideia do documentário “Com Vandalismo” veio depois que fizemos o registro da primeira manifestação em Fortaleza, no dia do Brasil x México pela Copa das Confederações. Nos deparamos com 80 mil pessoas, um número que nunca tínhamos visto em manifestação de rua, e resolvemos tentar registrar pelo nosso ângulo essa série de manifestações”, disse Xavier ao Correio da Cidadania, em outra entrevista realizada em conjunto com a webrádio Central 3. (mais…)

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RJ – Polícia tenta tirar professores da Câmara com mandado vencido e é expulsa

 

Professores seguem em greve pelo menos até terça-feira. Foto:  Severino Silva - Agência O Dia
Professores seguem em greve pelo menos até terça-feira. Foto: Severino Silva – Agência O Dia

Documento foi expedido em 20 de agosto, usado para retirar os estudantes durante ocupação na criação da CPI dos Ônibus

Por Helio Almeida, em O DIA

 

Rio – Os profissionais da rede municipal de ensino permanecem dentro a Câmara de Vereadores, na Cinelândia, Centro do Rio. Na manhã deste sábado, o clima era de tranquilidade, diferentemente da noite desta sexta-feira, quando a Polícia Militar entregou uma liminar de reintegração de posse. Porém, o documento foi expedido em 20 de agosto, usado para retirar os estudantes que haviam ocupado a Casa Legislativa na crianção da CPI dos Ônibus, e por isso os grevistas não acataram a ordem judicial.

Houve discussão entre os profissionais e os policiais. A maioria dos PMs que estavam cercando as imediações do prédio do legislativo foi retirada do local. Na manhã deste sábado, havia uma vigília do lado de fora pela retirada do projeto de plano de carreira, feita pelo prefeito Eduardo Paes. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), há cerca de 100 grevistas dentro da Câmara. Eles estão recebendo alimentos por numa entrada lateral. (mais…)

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“Zoos Humains”: documentário francês sobre “Zoológicos” que sequestravam e levavam indígenas para serem mostrados como animais na Europa

Nas décadas finais do século XIX e iniciais do século XX, os zoológicos de animais pouco a pouco se transformam em zoológicos humanos na Europa e, sem seguida, nos Estados Unidos. Neles, lamentavelmente, antropólogos vão ‘estudar’ para fundamentar suas teorias racistas, enquanto elas também se disseminam entre as populações. Fundamental para tod@s nós que lutamos contra o racismo, a desigualdade, o colonialismo, o imperialismo. Versão em alemão com legendas em espanhol.

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