Documentário sobre conflitos socioambientais em comunidades pesqueiras será lançado em Brasília

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Conselho Pastoral dos Pescadores – Nacional

“Vento Forte” foi o título dado ao documentário realizado pelo Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) que aborda as situações de ameaça das comunidades pesqueiras do Brasil. O filme, produzido pela Arte e Movimento, será lançada no próximo dia 17, às 19h30, na sede da CNBB, em Brasília. A ocasião contará com uma mesa de abertura onde estarão presentes o secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, o presidente da Comissão das Pastorais Sociais da CNBB (Comissão e Serviço da Caridade, da Justiça e da paz), Dom Guilherme Werlang, a procuradora da 6º Câmara do Ministério Público Federal (MPF) – Para a defesa dos Direitos das Comunidades Tradicionais, Débora Duprat, e os integrantes do Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Marizelha Carlos Lopes e Josemar Durães.

São diversos os conflitos socioambientais que envolvem as comunidades pesqueiras; a aquicultura empresarial, o turismo predatório, a pesca industrial e os grandes empreendimentos compõem parte dessas ameaças que negam os direitos das populações tradicionais. É inspirada nessa temática que “Vento Forte” levanta diversos casos em todo Brasil deixando clara a necessidade da reflexão acerca da importância dos pescadores e das pescadoras artesanais para o país, e a urgência em debater as problemáticas que atingem seu modo de vida. (mais…)

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Comunidade quilombola do Tambor é ameaçada de remoção do território tradicional no Amazonas

Governo determinou a retirada das famílias sem consultá-las (Foto: Elaíze Farias/AR)
Governo determinou a retirada das famílias sem consultá-las (Foto: Elaíze Farias/AR)

Elaíze Farias, de Novo Airão (AM) – Amazônia Real

À margem esquerda do rio Jaú, afluente do rio Negro, no Amazonas, uma faixa de terra delimitada em 719,8 mil hectares, que fica dentro do Parque Nacional do Jaú, é disputada há sete anos por famílias remanescentes de quilombos e o Ministério do Meio Ambiente.

Na faixa de terra está situada a tradicional Comunidade Quilombola do Tambor, local onde os casais Leopoldina e Jacinto de Almeida, Otília Maurícia e José Maria dos Santos e Severina Nascimento e Isídio Caetano, remanescentes de quilombos do Nordeste brasileiro, migraram entre os anos de 1907 a 1910. No Jaú, eles se estabeleceram na região do igarapé Paunini, área que nos anos seguintes passou a ser conhecida como “rio dos pretos”. (mais…)

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Licença prévia da Manabi é marcada por prática coronelista e agressão física contra pesquisadora – mais uma mina licenciada no espinhaço?

foto: aguasdogandarela.org
foto: aguasdogandarela.org

Justiça Global

A URC COPAM Jequitinhonha votou, no último dia 6 de novembro, a concessão da Licença Prévia (LP) para a mina do projeto da Morro do Pilar Minerais S.A., subsidiária da Manabi S.A, proposta para acontecer em Morro do Pilar, Minas Gerais, mas com consequências que, mantida a decisão, alcançarão um território bem maior.

A LP é a licença que indica a concepção e localização do empreendimento e que tem como pressuposto atestar sua viabilidade ambiental. Não foi isto o que norteou a decisão tomada na reunião do dia 6. A licença prévia para a Manabi baseou-se exclusivamente em critérios econômicos e desconsiderou o fato do EIA e do Parecer Único do Estado estarem recheados de falhas, incompletudes, contradições e, até mesmo, distorções da realidade.

A reunião da URC Jequitinhonha foi marcada pelo discurso político, por desrespeito e práticas coronelistas, como a violência praticada pelo secretário de meio ambiente do município de Morro do Pilar, senhor Ézio Dornela Goulart, que agrediu fisicamente uma pesquisadora que se dirigiu ao microfone para solicitar direito de resposta à calúnia da prefeita de Morro, senhora Vilma Diniz, contra núcleo de pesquisa da UFMG.

No presente processo, um sobrevoo de avião substituiu um laudo técnico com a caracterização da Mata Atlântica, anexo fotográfico e coordenadas geográficas. A condição de preservação de espécies de peixes raras e endêmicas da bacia do rio Santo Antônio ficará seriamente ameaçada com a decisão apressada do COPAM. Alojamentos para seis mil pessoas foram dispensados da licença e, de acordo com a mesma, será permitido suprimir mais de 4 km da Estrada Real, do total de 8,5 km que serão desviados do trajeto histórico. (mais…)

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Descolonização da política indigenista: um convite ao diálogo intercultural de fato

Maria Augusta Assirati deixou o cargo da presidência da Funai em setembro de 2014 para dedicar-se a um doutorado na Universidade de Coimbra. Nessa foto, de Mário Vilela, participou da inauguração de um centro cultural na aldeia Moikarakô, do povo Kayapó, no Pará. © Mário Vilela/FUNAI
Maria Augusta Assirati deixou o cargo da presidência da Funai em setembro de 2014 para dedicar-se a um doutorado na Universidade de Coimbra. Nessa foto, de Mário Vilela, participou da inauguração de um centro cultural na aldeia Moikarakô, do povo Kayapó, no Pará. © Mário Vilela/FUNAI

Presidente da Funai de junho/2013 até setembro último, Maria Augusta Assirati propõe, em sua primeira manifestação pública após deixar o cargo, reflexão sobre uma política indigenista descolonial

por Maria Augusta Assirati* — CartaCapital

Durante os últimos anos tive o privilégio de atuar junto à Fundação Nacional do Índio – Funai, buscando desenvolver uma ação indigenista em defesa dos povos indígenas no Brasil. O significado desse período, para mim, foi muito além de um ponto de passagem numa trajetória profissional. Desde o início de minha relação com povos indígenas, que se aprofundou e estreitou durante o tempo de Fundação, estive disposta a receber, acolher, e experimentar toda sabedoria que os indígenas se dispusessem a compartilhar durante nosso convívio. Isso é; optei sempre por estabelecer um diálogo – de fato – com esses povos. Essa escolha me permitiu transformar a experiência indigenista, e a experiência de Funai, numa verdadeira vivência.

Vivenciar o diálogo de fato (material, e não apenas formal) e o compartilhamento de sentidos com indígenas permitiu-me, ao lado de outras tantas satisfações, um alargamento de minhas possibilidades de interpretar o mundo. Isso demanda um exercício cotidiano de alteridade, e disposição para abandonar a zona de conforto das certezas preestabelecidas como pilares de certa concepção dominante de conhecimento. Apenas a partir dessa disposição e da concretização desse exercício é possível encontrar sentido para a vida em sociedade. (mais…)

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#LeandroKonderPresente

Leandro Konder

Boitempo

É com profunda tristeza que nos despedimos hoje de Leandro Konder. Ser humano extraordinário, autor, coordenador de coleção, conselheiro e, acima de tudo, um amigo e companheiro de lutas. O velório será no Cemitério Memorial do Carmo (Rio de Janeiro) a partir das 15h desta quinta-feira, 13 de novembro. Na sexta-feira, dia 14, será cremado às 9h. Konder sofria de Mal de Parkinson e faleceu em sua casa nesta tarde do dia 12 de novembro.

Leandro foi um dos mais importantes filósofos marxistas do país. Filho do líder comunista Valério Konder, foi preso e torturado durante a ditadura militar brasileira e se exilou, em 1972, na Alemanha e, posteriormente, na França. Regressou ao país em 1978 e passou a se dedicar com afinco ao estudo das obras de Lukács e ao seu projeto de difundir o marxismo em terras brasileiras. Pela Boitempo, publicou Em torno de Marx, Sobre o amor e As artes da palavra. Desde 2005 coordenava a coleção Marxismo e Literatura, a qual passou a ser dividida com Michael Löwy no último ano.

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