Das Águas Gerais – A resistência de um povo

As comunidades Geraizeiras e Ribeirinhas ao logo dos tempos aprenderam a conviver com as Gerais,e perceberam que estes rio eram importantes lugares de abrigo. A partir daí surgiram os lugarejos, distritos e municípios que compõem o Oeste da Bahia. Desta ocupação surgiu uma relação intrínseca com as águas, que para o povo é de fundamental importância para reprodução da vida e fonte de sobrevivência. Contudo, por ser uma região estratégica para o capital, há uma grande corrida para a expansão de infraestruturas, a fim de beneficiar o Agronegócio. Dentre estas destacam-se os projetos de Barragens, que atualmente chegam a cerca de 150 para os rios do Oeste. (mais…)

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Seminário Nacional sobre Povos Indígenas começa em Brasília

andes

ANDES-SN

Na tarde de sexta-feira (14)  teve início o Seminário Nacional Sobre Povos Indígenas do ANDES-SN, na sede do Sindicato Nacional em Brasília (DF). Após uma breve abertura realizada por Gean Santana e Liliane Machado, ambos diretores do ANDES-SN e membros do Grupo de Trabalho de Classe, Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS),  aconteceu a primeira mesa do encontro, sob o tema “Universidade, Povos Indígenas e Conjuntura”.

Participaram do debate Bruno Kaingang, do Rio Grande do Sul, e o professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc-BA) Casé, do Movimento Tubinambá da Luta Pela Terra. Bruno focou sua intervenção discussão da educação indígena e da progressiva diminuição da cultura dos povos indígenas por conta da sociedade. Ele afirmou que foi um dos primeiros indígenas a entrar na universidade no Rio Grande do Sul, e que o fez porque queria armar seu povo na luta pela terra.

Bruno Kaingang também problematizou a formação de professores indígenas em sua fala. Segundo ele, não basta ser indígena para que o professor consiga usar a educação como instrumento na construção e manutenção da cultura indígena, pois muitos desses professores acabam se formando na lógica da educação ocidentalizada. Por fim, Bruno criticou a universidade – que mesmo com avanços na possibilidade de acesso A indígenas – ainda apresenta problemas para os estudantes indígenas, tanto de acesso  quanto de permanência. (mais…)

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Portugal deve pagar indemnizações pela escravatura?

Negros

Os países que escravizaram devem compensar os escravizados? Há quem diga que sim e até aponte um valor para uma indemnização: 30 triliões de dólares vezes 10 mil. Há quem diga que não, porque isso seria voltar à menorização dos colonizados. Antes disso, Portugal deve debater o seu passado esclavagista, dizem historiadores.

Por Joana Gorjão Henriques, em Público

É um tema que tem vindo a debate regularmente, mas de que pouco se fala em Portugal. Devem os países que participaram na escravatura pagar indemnizações? Quem o deve fazer, quem deve ser indemnizado?

Em Maio, a organização Comunidade das Caraíbas (Caricom) reuniu-se na conferência da Comissão de Compensações/ Reparações e incluiu Portugal na lista dos países europeus aos quais querem exigir indemnizações. Chegaram, na altura, a um programa de dez pontos que consideram essenciais para o processo de reparações: passa pelo pedido de desculpas formal, apoio ao repatriamento para África, criação de programas de desenvolvimento para indígenas, criação de instituições culturais, erradicação da iliteracia ou cancelamento das dívidas dos países africanos.

Há três semanas, a Caricom voltou a reunir-se em Antígua e Barbuda numa segunda edição da conferência e voltou a fazer as mesmas reivindicações. As negociações continuam e estão agora nas mãos do comité liderado pelo primeiro-ministro de Barbados, Hon Frendel Sturat, diz Verene Shepherd, presidente da Comissão Nacional para as Reparações da Jamaica e uma das três vice-presidentes da Comissão de Compensações. (mais…)

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Segurança e barbárie: a cada 10 minutos, uma pessoa é assassinada no Brasil

violência contra luz
Somente 35% das vítimas de estupro delatam crime. Foto: Reprodução.

Por Marcela Belchior, na Adital

A cada 10 minutos, uma pessoa é assassinada no Brasil. De acordo com o 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que acaba de ser publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com apoio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), daOpen Society Foundations(OSF) e do CAF – Banco da América Latina, somente em 2013, um total de 53.646 mortes violentas foram registradas, incluindo vítimas de homicídios dolosos e ocorrências de latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

No caso dos estupros, 50.320 casos foram registrados no país no ano passado, representando um leve aumento em relação a 2012, quando foram relatados 50.224 casos. O anuário aponta ainda que 35% das vítimas de estupro não costumam relatar o episódio às polícias, segundo pesquisas internacionais. “Assim, é possível que o Brasil tenha convivido, no ano passado, com cerca de 143 mil estupros”, alerta o documento.

O número de pessoas encarceradas no Brasil, em 2013, chegou a 574.207. Já a quantidade de presos provisórios, aguardando julgamento, alcançou 215.639 pessoas, o que corresponde a 40,1% do total de presos no sistema penitenciário, o que não inclui os presos sob custódia das polícias. “Negros são 18,4% mais encarcerados e 30,5% mais vítimas de homicídio no Brasil”, acrescenta o levantamento. (mais…)

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Para pesquisadora, mito de ‘país tolerante’ silencia debate sobre racismo na Holanda

Holandeses caracterizados como Zwarte Piets em parada na cidade de Ypenburg, perto de Haia, em 2009
Holandeses caracterizados como Zwarte Piets em parada na cidade de Ypenburg, perto de Haia, em 2009

Patricia Schor, da Universidade de Utrecht, condena tradição natalina holandesa do “Zwarte Piet” e faz paralelo com Brasil: negro só aparece como subalterno

Por Carolina de Assis, no Opera Mundi

O debate sobre a herança colonial e o racismo na Holanda é reaceso a cada ano nos meses de novembro e dezembro, quando o personagem Zwarte Piet, ou “Pedro Preto”, aparece nas vitrines de lojas decoradas para o Natal em todo o país.

De acordo com o folclore holandês, os Zwarte Piets são os ajudantes do Sinterklaas, ou São Nicolau, figura análoga ao Papai Noel. Nas paradas natalinas realizadas em várias cidades, o personagem é encarnado por pessoas brancas, que fazem uso de “blackface” (maquiagem que cobre o rosto de negro) batom vermelho que realça os lábios, perucas de cabelos crespos e brincos de argola dourados. Se grande parte da população holandesa não vê problema na representação do Zwarte Piet, por outro lado, ele é considerado uma caricatura racista por vários movimentos sociais, que há anos protestam contra o personagem e ressaltam a necessidade da discussão sobre o racismo na sociedade holandesa.

A questão voltou à baila no país na última quarta-feira (12/11), quando o Conselho de Estado holandês — o mais alto tribunal do país — divulgou decisão sobre o recurso apresentado pela prefeitura de Amsterdã em prol da realização da parada anual de Sinterklaas na cidade, o maior evento natalino do país. O recurso foi apresentado após sentença do Juizado Administrativo de Amsterdã do início de julho que considerou o personagem Zwarte Piet “ofensivo” e “perpetuador de estereótipos racistas”, exigindo que o prefeito Eberhard van der Laan reconsiderasse a realização do desfile na cidade. O Conselho de Estado, entretanto, julgou anteontem que a questão do racismo não compete ao prefeito, e se absteve de estipular se o personagem tem ou não caráter racista. (mais…)

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