Solução da crise do Rio São Francisco não depende só de chuva

Poucos quilômetros abaixo do ponto em que nasce, no Parque da Serra da Canastra, o curso d'água já exibe sinais de assoreamento. Processo de recuperação deve contemplar toda a bacia hidrográfica
Poucos quilômetros abaixo do ponto em que nasce, no Parque da Serra da Canastra, o curso d’água já exibe sinais de assoreamento. Processo de recuperação deve contemplar toda a bacia hidrográfica

Especialistas alertam que apenas a chuva, mesmo que venha com grande volume, não será capaz de devolver a vazão ao Velho Chico e reverter a crise que seca nascentes e afluentes

Luiz Ribeiro, Landercy Hemerson e Pedro Ferreira – Estado de Minas

São Roque de Minas e Montes Claros A estiagem que reduziu de forma drástica o volume do Rio São Francisco e pela primeira vez na história secou sua principal nascente faz com que as atenções se voltem para o  céu e para as previsões da meteorologia, à espera de que a chuva chegue para salvar o Velho Chico. Porém, especialistas alertam que nem mesmo a temporada chuvosa e um bom volume pluviométrico serão suficientes para a recuperação total, que depende do reabastecimento do lençol freático e de ações para a revitalização da bacia. Ninguém se arrisca a prever de quanto tempo o curso d’água precisará para superar a crise atual e, entre ambientalistas, há quem chame atenção para o fato de que o processo pode consumir anos. Sem garantias nem previsão de que a situação se normalize, a Câmara Consultiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco se reúne hoje em Belo Horizonte para discutir medidas emergenciais, entre elas a proposta de racionamento do uso da água. (mais…)

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Presidente da Funai deixa o cargo em meio a disputa do órgão com o Ministério da Justiça

Maria Augusta Assirati vai morar em Portugal, onde fará um curso de doutorado

Demétrio Weber – O Globo

BRASÍLIA — A presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Assirati, deixará o cargo na semana que vem. Ela vai morar em Portugal, onde fará um curso de doutorado numa instituição de ensino portuguesa. Maria Augusta, que é advogada, está à frente da Funai desde junho de 2013, sempre em caráter interino. Antes ela foi diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Funai.

A saída de Maria Augusta ocorre num momento de tensão entre o órgão, enfraquecido no governo da presidente Dilma Rousseff, e o Ministério da Justiça. Na semana passada, Maria Augusta deixou de ir a Nova York, onde representaria o governo na Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas no âmbito das Nações Unidas (ONU), um dos eventos paralelos à Assembleia-Geral da ONU.

A autorização para a presidente da Funai viajar a Nova York chegou a ser publicada no Diário Oficial, como de praxe, assinada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo – a quem a Funai está subordinada. Maria Augusta desistiu de ir, contudo, ao saber que Cardozo a substituiria na Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, como acabou ocorrendo. (mais…)

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MPF/RO: indígenas podem concorrer a bolsas de estudos em faculdade

Após termo de cooperação firmado com o MPF, faculdade São Lucas oferece bolsas integrais a indígenas. As inscrições já estão abertas para os cursos que se iniciam em 2015

Âmbito Jurídico – As inscrições para o 1º processo seletivo de 2015 da faculdade São Lucas iniciaram-se em 1º de setembro e seguem até 10 de outubro. Entre as vagas oferecidas estão cinco reservadas a indígenas, com bolsas integrais, e os interessados podem se inscrever pelo sitewww.saolucas.edu.br/vestibular ou na sede da Faculdade São Lucas das 8h às 19h30. Os candidatos indígenas pertencentes a etnias de Rondônia não precisam pagar a taxa de inscrição do vestibular.

Nesse vestibular, a faculdade oferece os cursos de Fonoaudiologia, Odontologia, Enfermagem (bacharelado), Biomedicina, Fisioterapia, Direito, Ciências Biológicas (licenciatura e bacharelado), Nutrição, Administração e Ciências Contábeis.

As vagas reservadas e o incentivo por meio de bolsas integrais fazem parte de um termo de cooperação entre o Ministério Público Federal em Rondônia (MPF/RO) e a Faculdade São Lucas, no qual a faculdade se comprometeu a oferecer, a cada ano, cinco bolsas integrais a indígenas, até o total de 25 vagas.

Neste ano, já foram oferecidas as cinco primeiras vagas e agora mais cinco vagas são oferecidas no novo processo seletivo para os cursos que se iniciam em 2015. (mais…)

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Técnicos avaliam usina no rio Tapajós como inviável por impactos para índios

Segundo o estudo, dos 14 impactos causados com a construção da usina, 6 seriam considerados irreversíveis para a população indígena - Gustavo Miranda / Agência O Globo
Segundo o estudo, dos 14 impactos causados com a construção da usina, 6 seriam considerados irreversíveis para a população indígena – Gustavo Miranda / Agência O Globo

Perda de recursos alimentares e aumento de doenças entre os índios estão entre os possíveis prejuízos que seriam causados

Danilo Fariello – O Globo

BRASÍLIA – A nova versão do Estudo do Componente Indígena (ECI) incluído no projeto da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, aponta 14 impactos negativos à população indígena que vive na região que será afetada pela usina, sendo que seis deles são considerados irreversíveis por técnicos do governo que tiveram acesso ao material.

Além disso, o estudo de 309 páginas elaborado sob a coordenação da Eletrobras, ao qual o GLOBO teve acesso, indica que terras indígenas serão diretamente afetadas com o alagamento por consequência da barragem, o que tornaria o empreendimento inviável do ponto de vista ambiental, segundo esses técnicos. (mais…)

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