Tenharim suspeitos de assassinatos são transferidos de RO para Lábrea, no AM

Foto: internet
Foto: internet

Presença do grupo de presos gerou princípio de tumulto em Humaitá. Cinco indígenas da etnia Tenharim ficarão detidos em Lábrea.

Por Adneison Severiano, em G1 AM

Cinco índios suspeitos de matar três homens nas proximidades da Rodovia Transamazônica foram transferidos do sistema penitenciário de Rondônia para o município de Humaitá, no Sul do Amazonas. Como os crimes ocorreram na cidade amazonense, a Justiça local solicitou, no início deste mês, que os índígenas fiquem na unidade prisional de Lábrea. A presença do grupo teria gerado princípio de tumulto durante passagem por Humaitá.

Os indígenas são suspeitos de matar o vendedor Luciano Freire, o professor Stef Pinheiro de Souza e o funcionário da Eletrobras Amazonas Energia Aldeney Salvador. As vítimas desapareceram em dezembro de 2013, e os corpos foram encontrados durante operação de buscas por uma área da Transamazônica (BR-230) em fevereiro de 2014. Os indígenas foram presos no dia 30 de janeiro deste ano e levados para Penitenciária Estadual Edvan Mariano Rosendo (Panda) em Porto Velho (RO). No dia 4 de fevereiro, o grupo de índios acusado de homicídio qualificado foi transferido para outra unidade prisional de Rondônia – Centro de Ressocialização Vale do Guaporé.

Uma decisão judicial autorizou a transferência dos presos de Rondônia para a cidade de Humaitá, no Amazonas. No entanto, no dia 1º de setembro, o juiz Jeferson Galvão de Melo da 2ª Vara da Comarca de Humaitá afirmou, em decisão, que devido à repercussão dos crimes não há em Humaitá local seguro que possa garantir a integridade física dos índios presos. O magistrado relembrou que após desaparecimento das vítimas houve “um verdadeiro quebra-quebra” na cidade.

Na mesma decisão, o juiz solicitou que os cinco índios fossem transferidos para Lábrea, município também localizado na Região Sul do estado. “Pelo prazo de 15 dias até que se consiga transferência dos mesmos para local adequado”, explicou Jeferson Galvão, na decisão.

O pedido para manter os indígenas sob custódia em Lábrea foi deferido pelo juiz da Vara Criminal da cidade. (mais…)

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Mulheres negras sempre vivas da serra do Espinhaço

mulheres sempre viva
Mulheres negras sempre vivas: Dona Miúda; Dona Tereza; Dona Preta; Dona Ilídia; Dona Macarrão e Dona Maria Serra

Projeto independente documenta as histórias de vida e paisagens do cotidiano de filhas e netas de escravizados em comunidades da serra do Espinhaço, em Minas Gerais

Por Marina Moss e Thiago Almeida*, Repórter Brasil

A escravidão foi abolida oficialmente no Brasil no dia 13 de maio de 1988, depois de três séculos e quatro milhões de seres humanos transportados em porões de navios negreiros. Porém, o processo de abolição da escravatura no Brasil atendeu apenas aos interesses de produtores rurais e de uma nascente classe industrial. Uma massa de negros e negras foi jogada nas ruas, negligenciada pela recém-proclamada República, à mercê da própria sorte. Nenhuma compensação ou política pública foi pensada a fim de inserir os negros libertos na sociedade que acabava de ser instaurada.

Nos anos iniciais do século 20 e especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937-1945) as manifestações religiosas, a capoeira e tantos outros aspectos imateriais da cultura afro-brasileiras foram renegados, perseguidos e criminalizados pelo aparato repressivo do Estado brasileiro. Esse cenário se manteve pelos anos seguintes, salvo algumas ações progressistas como a liberdade de culto promulgada pela Constituinte de 1946, por iniciativa do então deputado federal Carlos Marighella. O golpe de 1964 abafou as crescentes mobilizações e pressões das organizações civis em torno de melhorias e conquistas sociais. Processo retomado apenas no final da década de 1980, com a Constituinte de 1988. (mais…)

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Onze ex-oficiais da ditadura de Pinochet são condenados por torturas

pinochetEntre os crimes julgados estão torturas contra dois deputados do país. Ditadura chilena matou 3 mil e torturou 38 mil, segundo dados oficiais.

Da France Presse, no G1

A justiça chilena condenou à penas de prisão onze ex-oficiais da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), em dois casos de violações dos direitos humanos por sequestro e tortura de 14 pessoas, entre elas dois deputados.

No primeiro caso, a justiça chilena confirmou a sentença de três anos de prisão para o ex-general Roberto Schmied, ex-diretor da Central Nacional de Informações (CNI) – a polícia secreta de Pinochet desde 1977- e para outros três ex-agentes por torturas contra o atual deputado Sergio Aguiló, informou em comunicado o Poder Judiciário chileno.

Aguiló, atualmente deputado da Esquerda Cidadã (IC), foi detido e torturado em um quartel da CNI em dezembro de 1981.

Por esse caso, também foram confirmadas as penas de 61 dias de prisão para outros dois ex-agentes da CNI. (mais…)

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Marcha pela Paz denuncia violação de direitos em Belo Monte

Foto reproduzida do site do MAB
Foto reproduzida do site do MAB

MAB – O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou nesta quinta-feira (4 de setembro) a “Marcha pela Paz em Altamira: um grito por soberania”. A atividade, que percorreu as ruas da principal cidade atingida pela hidrelétrica de Belo Monte, teve o intuito de denunciar as violações de direitos ocorridas na região devido à construção da barragem, que já se encontra mais da metade concluída.

Estiveram na atividade os participantes dos grupos de base do MAB em Altamira, além de carroceiros, oleiros, professores, estudantes e integrantes das igrejas católica e evangélica. A marcha faz parte da Semana da Pátria e integra o calendário nacional de atividades do Grito dos Excluídos e do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. (mais…)

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A arqueologia sob ameaça

Foto: Carlos Alfredo Melo. Raquel Boechat no Complexo Arqueológico Serra das Paridas, Chapada Diamantina - BA. (2014).
Foto: Carlos Alfredo Melo. Raquel Boechat no Complexo Arqueológico Serra das Paridas, Chapada Diamantina – BA. (2014).

A (dita) nova instrução normativa e as portarias 230/2002 e 28/2003 do IPHAN

Raquel Boechat, Coletivo Carranca

A Arqueologia Brasileira nunca nos rendeu pirâmides. Nenhum achado arqueológico, no Brasil, impactou positivamente a Economia. Mesmo pesquisas de apelo popular e científico, como Amazônia e Serra da Capivara no Piauí, sofreram abalos nos investimentos, viveram tempos de incerteza ou limitações, e há os que ainda não foram estudados, caso dos Geoglifos do Acre, Rondônia e Amazonas.

Apesar de esta não ser questão exclusiva de qualquer ciência, nem do Brasil, são tantos os desafios históricos nacionais que os da Arqueologia no país tornam-se ainda maiores. Um dos obstáculos a vencer está nos interesses do Capital, para os quais a Arqueologia Brasileira é um estorvo. Sobre este contexto:

A Arqueologia, nas últimas décadas, tem-se afastado da compreensão positivista e processual que faz da sociedade e da própria disciplina. O objetivo de conhecer o passado “como realmente era”, […] revelou-se demasiado ambicioso e a disciplina voltou sua atenção para a ética e a política. Não é por acaso que este movimento coincidiu com a globalização, introduzida como um novo slogan para descrever o capitalismo. Desde o início, a globalização surgiu tanto como uma oportunidade como uma ameaça à natureza e à sociedade. [1] (mais…)

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“Malditas sejam todas as cercas! Ruralistas não nos representam!”

Comitiva da senadora se aproxima das faixas estendidas pelo grupo
Comitiva da senadora se aproxima das faixas estendidas pelo grupo

Por Rafael de Oliveira, em MJD Brasil, com colaboração de Carol e Evandro

“Malditas sejam todas as cercas! Ruralistas não nos representam!”. Era isso o que dizia uma das faixas que Kátia Abreu teve de ler ao fazer caminhada pelas ruas do Pé do Morro nesta sexta, 5 de setembro. Meninas do grupo de jovens da cidade se mobilizaram para questionar a atuação da senadora, uma das principais representantes da bancada ruralista no Congresso Nacional, candidata a reeleição pelo estado do Tocantins.

Horas antes da passeata, o grupo se reuniu em casa para produzir as faixas e discutir a maneira de exibi-las sem cair em possíveis provocações. Não estávamos em grande número, mas o que chamou atenção foi a coragem das meninas em empunhar as bandeiras para expor suas ideias. No início, era visível a preocupação nos rostos delas, mas foram se empoderando da situação e percebendo que o ato fazia parte do exercício da sua cidadania e que seria bastante importante mostrar sua posição na cidade, que acompanhava pela primeira vez um protesto desse tipo. Nem o sol quente do verão tocantinense as intimidou.

Muitas pessoas vieram nos perguntar o que significava a manifestação e por que estávamos contrários à presença de Kátia Abreu em nosso município. Aqueles que faziam parte da comitiva tentavam nos esconder com suas faixas, o que mostrou o incômodo e mal estar gerados. Alguns, ainda, soltaram frases ofensivas, mas tínhamos certeza de que estávamos exercendo nosso direito de expressão em um espaço público. Nossa satisfação foi imensa ao ver a senadora lendo a nossa faixa “Trabalhador, não vote na Rainha da moto$$erra”. (mais…)

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Petroleras sin escrúpulos en el corazón de la resistencia amazónica

Representantes indígenas del pueblo Awajún y Wampis en Lima denuncian atropellos de Maurel et Prom y anuncian recurso de amparo contra sus actividades (Imagem reproduzida do site Servindi)
Representantes indígenas del pueblo Awajún y Wampis en Lima denuncian atropellos de Maurel et Prom y anuncian recurso de amparo contra sus actividades (Imagem reproduzida do site Servindi)

“Ayer el colonialismo justificaba todas sus barbaridades en nombre de la civilización. Hoy las petroleras lo hacen en nombre del Progreso y el Desarrollo”.

Servindi – Compartimos un artículo del antrópologo Simone Garra en el que describe el contexto de provocación inescrupulosa que realiza a la población indígena la empresa francesa Maurel et Prom en el corazón de la resistencia amazónica.

La empresa que posee la concesión del lote 116 de hidrocarburos en sustitución de la empresa Hocol, de Colombia, insiste en abrir paso a su actividad a pesar de la mayoritaria oposición indígena que aún no supera las huellas que dejó el conflicto de Bagua.

Con antecedentes nefastos y empleando métodos divisionistas y moralmente vedados, la empresa Maurel et Prom, actúa en alianza con la canadiense Pacific Rubiales, en un contexto de tensión y conflicto en el que no parecen existir las autoridades peruanas, hecho que favorece a la empresa. (mais…)

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Justiça Global: recomendação sobre revista íntima é um passo, mas não resolve

logo Justiça GlobalAkemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil 

A recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária de extinguir a revista íntima nas unidades prisionais, publicada no Diário Oficial da União, é um avanço na questão, mas não resolve o problema de violação de direitos e humilhação a que os parentes de presos são submetidos para entrar nas penitenciárias do país, de acordo com o advogado Eduardo Baker, da organização não governamental Justiça Global.

De acordo com ele, a prática parte do pressuposto de que o parente do criminoso também vai cometer crime. “Essa noção da revista vexatória vem sendo legitimada, e parte da ideia de que os parentes estão tentando colocar coisas para dentro do presídio, não que eles tentam só visitar aquele que vai ficar um, dois, quatro ou mais anos preso. É preciso garantir os direitos, e não violá-los em benefício de uma suposta garantia de segurança. Tem que ver essas pessoas como sujeitos de direito também”, ressaltou.

Baker explica que esse procedimento viola a integridade, intimidade e privacidade das pessoas que fazem visitas. Segundo ele, “enquanto a prisão é para gerar um dano ou um ônus apenas para a pessoa condenada, acaba gerando punição para outras pessoas, porque a revista poderia ser feita com scanners corporais, detector de metais e outras formas não invasivas. Em muitas situações a pessoa é obrigada a se despir, agachar, estando desnuda na frente de outras pessoas; inclusive crianças tendo que se despir, pessoas idosas; em alguns lugares ainda tem técnica de apalpamento”. (mais…)

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Arqueólogos se posicionam contra licenciamento de barragens nos rios Tapajós e Teles Pires, por Felipe Milanez

Brasília – Índios mundurukus fazem protesto (Foto: Antonio Cruz)
Brasília – Índios Munduruku fazem protesto (Foto: Antonio Cruz)

Posicionamento da Sociedade Brasileira de Arqueologia cobra a consulta livre, prévia e informada aos povos indígenas, de acordo com a Convenção 169 da OIT

Por Felipe Milanez, CartaCapital

A participação de cientistas em processos de construção de barragens na Amazônia é uma grande polêmica aberta. Os processos de licenciamento feitos pelo governo têm sido atropelados, e algumas empresas de “pesquisas” costumam distribuir laudos para temas que não são de sua especialidade. No rio Tapajós, cientistas que invadiram territórios indígenas para realizar levantamentos, contra a vontade das populações locais e sem consulta prévia, tiveram que ser escoltados pelo Exército e a Força Nacional. Ou seja: a força bruta do Estado está sendo utilizada por cientistas, como um antigo modelo colonial, para impor às populações locais formas de extração de recursos que impactem diretamente seus territórios e suas vidas. Como diz o cacique Juarez, nesse vídeo: “eles não são pesquisadores, são exploradores de terra”. (mais…)

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CNV retoma depoimentos com reconvocação do major Curió e do general Belhams

CNVLuciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil 

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) retomou a prestação de depoimentos de agentes da ditadura militar com a convocação para depor de nove agentes da repressão, entre eles, o Major Curió e do general José Antonio Nogueira Belhams , entre os dias 8 e 9 de setembro, em Brasília.

Belhams comandava o  Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 1° Exército, no Rio de Janeiro, quando da tortura, morte e desaparecimento do deputado Rubens Paiva.  O crime foi cometido entre os dias 21 e 22 de janeiro de 1971, nas dependências do DOI, no Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, zona norte do Rio.

Em maio deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou cinco militares reformados pelos crimes de homicídio e ocultação do cadáver do ex-deputado Rubens Paiva. O general é um deles.

O coronel Sebastião Rodrigues de Moura, o major Curió, que atuou na repressão à Guerrilha do Araguaia, nos anos 70 também foi convocado. Além do major Curió, a CNV também vai colher o depoimento do coronel Leo Frederico Cinelli, que também participou da repressão à guerrilha. Os dois já haviam sido convocados em agosto, mas não compareceram para depor. Curió enfrenta acusações de tortura e execuções de guerrilheiros.

Edição: Fábio Massalli.

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