Nota de solidariedade pelo falecimento do professor indígena Aroldo Humberto da Silva

CIRO Conselho Indígena de Roraima (CIR) manifesta solidariedade à família e aos amigos do professor indígena, Aroldo Humberto da Silva, pelo seu falecimento ocorrido ontem, 28 de agosto, em Boa Vista, por motivos de doença. O sepultamento foi realizado na manhã de hoje, 29, na comunidade de origem.

Aroldo Humberto da Silva, do povo indígena Wapichana, da comunidade indígena Jabuti, região Serra da Lua, conhecido pelo seu povo como Aroldo Bururuku teve a vida marcada pela luta na valorização da língua materna.

Atualmente, ministrava aula de língua Wapichana, na Escola Estadual Indígena Nossa Senhora da Consolata, na comunidade indígena Manoá, e no ano de 2006, participou da produção e gravação do CD Parichara Wapichana, pelo Projeto Musica dos Povos de Roraima, executado pelo CIR. Um trabalho coletivo, realizado com participação de cinco comunidades indígenas, Jacamim, Malacacheta, São Domingos, Jabuti e Murirú, todas da região Serra da Lua, onde envolveu 14 artistas indígenas, entre eles, o professor Aroldo.

O CIR lamenta a perda do professor e liderança indígena, mas também registra os agradecimentos pela vida ativa que sempre travou em defesa da expressão e valorização da língua materna, manifestada através dos cantos e danças tradicionais, principalmente, do ensino e aprendizado de crianças e jovens indígenas.

Conselho Indígena de Roraima, 29 de agosto de 2014

Ler Mais

FOIRN desenvolve Rede de Telesaúde Indígena no Rio Negro

foirn

Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro

Um sonho antigo está finalmente se concretizando. Há anos, a FOIRN vem discutindo formas de desenvolver uma ação voltada para a área de saúde indígena, além de controle social sobre as políticas públicas voltadas para a saúde indígena que vem fazendo desde sua fundação.

Em maio deste ano foi iniciado junto com a empresa canadense e-KSS Inc. o projeto Telesaúde Indígena do Rio Negro. O objetivo do projeto é o levantamento do perfil da saúde indígena das comunidades na região do Rio Negro como forma de promover o decréscimo da mortalidade infantil e materna. E assim, fortalecer a cultura local através do resgate e valorização dos conhecimentos e conhecedores indígenas sobre a saúde. Um exemplo é o mapeamento e resgate das parteiras indígenas como um dos elementos fundamentais desse processo.

Para a realização do projeto, a FOIRN conta com parceria e apoio da e-KSS Inc através do seu Programa “Telesaúde Indígena da Amazônia”, um programa pioneiro de empoderamento indígena cujos resultados representam um comprometimento por meio do “Programa Toda Mulher e Toda Criança” da Organização das Nações Unidas. A e-KSS trabalha com a FOIRN para conduzir pesquisa, transferir conhecimento, promover colaboração, prover assistência técnica, educação e treinamento em saúde, com o objetivo de empoderar os povos indígenas da Amazonia, assegurando desta forma a sustentabilidade de resultados em saúde voltados às mulheres e crianças indígenas. (mais…)

Ler Mais

Áudio evidencia que CNA elabora parecer da PEC 215

logo Cimi

Por Luana Luizy, de Brasília (DF), no Cimi

Na última semana uma denúncia escancarou a falta de ética e escrúpulos do latifúndio no Brasil. Uma ligação interceptada pelo Ministério Público Federal do Mato Grosso revelou que o líder ruralista Sebastião Ferreira Prado planejava o pagamento de R$ 30 mil para o advogado ligado à Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que seria o responsável pelo relatório da (PEC 215) que trata da demarcação de terras indígenas. “Esse trem custa 30 conto, eu dei 5 conto, o Navo vai dar 5, precisa arrumar 20 conto de hoje pra amanhã, que essa semana vai ficar pronta esse trem”, diz Sebastião Prado na ligação.

No áudio, Sebastião Prado, líder da Associação de Produtores Rurais de Suiá-Missu (Aprossum), que inclusive está preso, diz que “o cara que é relator, o deputado federal que é o relator da PEC 215, quem tá fazendo pra ele a relatoria é o Rudy, advogado da CNA, que é amigo e companheiro nosso”.

Confira aqui o áudio

O diálogo mostra nitidamente a autoria dos ruralistas na elaboração da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 215) e evidencia uma série de ações orquestradas pelos ruralistas em todo o Brasil contra os povos indígenas.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal deflagraram uma operação para desarticular a atuação do grupo que coordenava e aliciava pessoas para resistirem à desocupação do território indígena Marãwatsédé, em Mato Grosso. “Segundo investigação conduzida pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal, a organização criminosa atuava de modo a impedir que a etnia Xavante usufruísse da Terra Indígena Marãiwatsédé, definitivamente delimitada, demarcada e homologada desde 1998”, tal como corrobora nota do MPF-MT. (mais…)

Ler Mais

Condisi Litoral Sul rejeita proposta do Insi e denuncia pressão política da Sesai

Saude_Laila Menezes

Cimi

“A criação do instituto representa uma tentativa descarada de terceirizar o setor e por em risco conquistas de décadas do movimento indígena que sempre lutou por uma saúde de qualidade para todos”. Com este, dentre outros vários argumentos, o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Litoral Sul manifesta em nota pública encaminhada, no dia 27 de agosto, ao Fórum de Presidentes de Condisi e à Secretaria Especial de Saúde Indígena, a rejeição à proposta de criação do Instituto Nacional de Saúde Indígena (Insi). Esta proposta foi apresentada ao Conselho Litoral Sul, em Curitiba, no dia 26 de agosto.

 Além de rejeitar “uma solução feita às pressas”, o Condisi Litoral Sul denuncia o desrespeitoso modus operandi com que a proposta vem sendo levada para os Conselhos. “Sabemos que muitos Condisi cederam a estas pressões e ao jogo sujo de aprovar a qualquer custo a criação do instituto, mas pensamos na coletividade, não em possíveis cargos ou promessas impossíveis de serem cumpridas. A pressão e a tentativa de empurrar de qualquer jeito a proposta para aprovação neste conselho não terá efeito, mesmo com tentativas descaradas de barganhas e troca-troca em busca de um documento de apoio”, afirmam.

 Na nota, o Conselho do Litoral Sul garante que “não irá ceder à pressão feita pela gestão de aprovar uma proposta que não nasceu nas bases, não teve discussão ou participação dos indígenas e representa simplesmente uma saída para a suspensão da Ação Civil Pública 0075100-59.2007.5.10.0018, que pede a realização de concurso público para o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). (mais…)

Ler Mais

Carta da Rel-UITA à presidenta Dilma Rousseff

Diante de um novo surto de viologo_rel-120lência contra camponeses e sindicalistas

Regional Latino-Americana
União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação,
Agrícolas, Hoteis, Restaurantes, Tabaco e Afins (Rel-UITA)

Excelentíssima Senhora
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Palácio do Planalto
Brasília – DF
 
Ref.: Violência contra líderes e trabalhadores/as rurais
 
Excelentíssima Presidenta,
 
Com indignação recebemos de nossa filiada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), a triste notícia dos assassinatos de Josias Paulino de Castro e sua esposa Ireni da Silva Castro, ocorridos no sábado passado, dia 16 de agosto, no município de Colniza, estado de Mato Grosso.
 
Este duplo homicídio se soma ao perpetrado há apenas três dias, em 13 de agosto, na mesma região, contra Maria Lúcia do Nascimento, assentada e ex-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais da União do Sul. Sobre esse assassinato também já nos dirigimos à Vossa Excelência à época.

(mais…)

Ler Mais

Nota em Solidariedade aos Quilombolas de Oriximiná Ameaçados pela Mineração

QuadroQuilombolas

As organizações abaixo-assinadas vêm à público expressar sua solidariedade  aos quilombolas de Oriximiná, no Estado do Pará, ameaçados pela exploração minerária em seus territórios tradicionais e desrespeitados em seu direito à consulta livre, prévia e informada. 

O empreendimento é da maior produtora de bauxita do Brasil, a Mineração Rio do Norte (MRN) cujos os acionistas são poderosas empresas nacionais e internacionais: Vale, BHP Billiton, Rio Tinto Alcan, Companhia Brasileira de Alumínio, Alcoa Alumínio, Alcoa World Alumina, Hydro e Alcoa Awa Brasil Participações.

Em 2013, o IBAMA concedeu Licença de Operação (LO 1172/2103) à Mineração Rio do Norte para exploração do platô Monte Branco parcialmente incidente na Terra Quilombola Moura.  A Licença de Operação foi outorgada sem consulta prévia aos quilombolas, sem um estudo para avaliar os impactos para essa população e sem o estabelecimento de medidas mitigatórias e/ou compensatórias aos quilombolas.

O fato foi denunciado ao Ministério Público Federal, ao IBAMA e a Fundação Cultural Palmares sem que tenham sido tomadas, até o momento, medidas efetivas para reparar tal situação.  (mais…)

Ler Mais

RJ – Diálogos ESPOCC com Pablo Capilé, em 08 de setembro, às 18h

unnamed (2)

Observatório de Favelas – Debater temas factuais, capazes de construir e ampliar repertório e potencializar uma juventude inquieta, criativa e que semanalmente se reúne no Observatório de Favelas para estudar Comunicação Crítica na Escola Popular de Comunicação Crítica (ESPOCC). Essa é a proposta do DIÁLOGOS ESPOCC, encontro mensal que irá reunir nomes de pensadores e inventivos, criativos e acadêmicos, figuras contundentes e inspiradoras, para dialogar e debater suas ideias, questionamentos e produções com os alunos da ESPOCC e convidados.

No encontro de setembro receberemos Pablo Capilé, jovem, protagonista e inspirador que após as manifestações de junho de 2013 ficou conhecido nacionalmente pela Mídia Ninja, coletivo de comunicação que apresentou um forma de cobertura ousada e completa durante os protestos que marcaram aquele ano, apresentando uma outra proposta de comunicação ao país. Mas o trabalho do Capilé é muito maior e complexo, além de conhecido, a frente do Fora do Eixo. E é também sobre ele que o diálogo vai rolar no nosso próximo encontro.  (mais…)

Ler Mais

Defensora de direitos da população LGBT denuncia perseguição promovida por grupos neonazistas

unnamed (1)

Na semana que marca o dia nacional da visibilidade lésbica (29 de agosto), a Campanha Somos Todxs Defensorxs conta a história da defensora que vem sofrendo ameaças de um grupo homofóbico no Piauí

Plataforma Dhesca – Marinalva Santana tem 43 anos e é natural da cidade de São Raimundo, interior do Piauí. Mudou-se para a capital Teresina ainda na infância acompanhada da família e do sonho de uma vida melhor. A biografia da mulher nordestina que perfila o segundo vídeo da Campanha Somos Todxs Defensorxs poderia ser uma história comum a tantas outras se a personagem não “cometesse” a ousadia de sendo mulher amar e desejar uma igual. Ousadia de, sendo mulher e lésbica, afirmar e defender a equidade de direitos para todos e todas independente da identidade de gênero ou da orientação sexual.

A vida daquelas que contrariam a heteronormatividade estabelecida a qual impõe um só modo de vivenciar o afeto e o desejo é marcada desde cedo por negações e percalços. “Nós que somos lésbicas, gays, travestis, vivenciamos o lado cruel da discriminação desde muito cedo, a primeira violência é na própria família”, conta Marinalva lembrando da relação conflituosa com os irmãos na adolescência, época do aflorar dos desejos e paixões. Não bastasse a discriminação na família, na escola, na comunidade, a população LGBT sofre ainda com o descaso do Estado que, conforme sua função, deveria servir a todos/as os/as cidadãos/ãs igualmente. Na prática, a equidade de direitos, base do regime democrático, está longe de ser garantida. As mulheres lésbicas continuam tendo acesso diferenciado aos sistemas de saúde e educação, aos direitos civis (como o casamento e a adoção) e à segurança pública. No caso de Marinalva, a luta por esses direitos fundamentais ecoou em mudanças importantes e algumas conquistas pelo caminho, mas também fez ecoar represálias e ódio. (mais…)

Ler Mais

Funarte lança edital com 45 bolsas de até R$ 150 mil para artistas e produtores negros

10570562_438679269603278_8624084362126475400_n

Até 10 de outubro, produtores e artistas negros terão a oportunidade de receber até R$ 150 mil para seu projeto artístico. A iniciativa é da Fundação Nacional das Artes (Funarte) que concederá 45 bolsas nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro, preservação da memória e artes integradas.

Divulgado na segunda-feira (25), o edital Bolsa Funarte de Fomento aos Artistas e Produtores Negros tem investimento de R$ 4 milhões via Fundo Nacional de Cultura. Os prêmios serão divididos em três módulos: Módulo A, 15 prêmios de R$ 150 mil; Módulo B, 12 prêmios de R$ 80 mil; e Módulo C, 18 prêmios de R$ 30 mil.

O edital contemplará exposições e mostras (pintura, escultura, desenho, gravura, fotografia, novas mídias e demais linguagens), oficinas, intervenções urbanas, seminários e eventos similares nas áreas de artes visuais; projetos de produção e circulação de espetáculos, bem como oficinas e seminários, entre outros eventos, nas áreas de circo, dança e música. São incluídos, ainda, produção de material de difusão artística (CDs, DVDs e websites) e produção de livros paradidáticos. (mais…)

Ler Mais

O índio caboclo do Guarani e a intolerância religiosa

A imagem do índio caboclo na camisa do Guarani (Foto: Reprodução / Esporte Interativo)
A imagem do índio caboclo na camisa do Guarani (Foto: Reprodução / Esporte Interativo)

Esporte Fino / Carta Capital

índio caboclo do Guarani é a mais nova vítima do preconceito contra religiões de matriz africana no Brasil. O símbolo fora colocado no uniforme e nos vestiários em maio, pelo presidente do clube, Álvaro Negrão. Era uma fonte de “ajuda espiritual” para o Bugre. Agora, o índio caboclo saiu do uniforme, a pedido dos jogadores católicos e evangélicos do Guarani.

Há dois aspectos na presença do índio caboclo. Um é o histórico. A figura passou a integrar a vida do Guarani na década de 1950 e, desde 1977, adorna a calçada em frente ao Brinco de Ouro da Princesa, o estádio do clube em Campinas. A figura é emblemática. À “força” do índio foram atribuídos alguns feitos do time, como o título brasileiro em 1978 e a fuga do rebaixamento de 1997.

O outro aspecto é o religioso. Negrão, o presidente que decidiu colocar o índio caboclo no uniforme, é “espírita praticante”, e a “entidade” é uma figura importante na umbanda, pois aos espíritos deste tipo são atribuídas as conexões entre os médiuns e os orixás. (mais…)

Ler Mais