Nota Pública – CPT denuncia e repudia onda de violência no campo

cptA diretoria e a coordenação executiva nacional da CPT divulgam Nota Pública onde denunciam e repudiam a onda de violência no campo, intensificada nos meses de julho e agosto desse ano. Além das 4 mortes na última semana, no mês de julho, em apenas 20 dias, a CPT registrou 7 assassinatos. De acordo com informações do Centro de Documentação da CPT Dom Tomás Balduino, em 2014 já foram registrados 23 assassinatos em conflitos no campo, sendo que mais 3 estão sob averiguação. Confira os dados parciais de assassinatos em 2014, em anexo na matéria.

CPT

A Diretoria e a coordenação executiva nacional vêm a público se manifestar diante da onda de violência no campo na semana de 10 a 17 de agosto, com o assassinato de três trabalhadoras e um trabalhador. Mais uma vez são mortes anunciadas, sem que se tomem as devidas providências para evitá-las.

Na terça-feira, 12, no sudeste do Pará, Maria Paciência dos Santos, 59, foi atropelada por um caminhoneiro que avançou sobre os 1.500 manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que marchavam pela BR-155, chamando a atenção para o descaso com a Reforma Agrária. O local é próximo à curva do “S”, onde ocorreu o Massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996. O trânsito estava liberado em uma faixa, mas foi bloqueado pelos manifestantes após o brutal assassinato de Maria, que morreu na hora.

Na quarta feira, 13, foi assassinada a tiros a ex-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura de União do Sul, em Mato Grosso, Maria Lúcia do Nascimento, que morava no assentamento Nova Conquista II. Tanto ela quanto outras famílias assentadas e dirigentes do Sindicato de Trabalhadores na Agricultura local, já haviam sofrido ameaças do dono da fazenda, Gilberto Miranda, registradas em Boletins de Ocorrência e em atas de denúncias feitas diretamente ao Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho. As ameaças foram testemunhadas, inclusive, por oficiais de justiça.

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El avance del agronegocio en Brasil: La masacre del pueblo Guaraní

Foto: Egon Heck, CIMI
Foto: Egon Heck, CIMI

Eliminados con la complicidad de los gobernantes, locales y nacionales

Por Marcelo Chalréo*, em Rel-Uita

El pueblo guaraní está siendo conducido a una segura y rápida desaparición en el sur de la provincia de Mato Grosso do Sul. Privados de terrenos adecuados donde cultivar y cazar, actividades de los que dependen, apenas subsisten en minúsculas reservas, donde viven hacinados y cercados por la presión urbana y la expansión de cultivos de soja y caña de azúcar.

Acostumbrados a vivir en enormes y boscosos territorios, los guaraníes están siendo desplazados de ellos aceleradamente. Sus tierras están siendo rodeadas por el corrimiento de la frontera agrícola, un crecimiento empujado por grandes empresarios nacionales y empresas transnacionales.

La soja y la caña de azúcar reinan hoy en los antiguos dominios de los guaraníes, que además de verse afectados por la aniquilación de sus fuentes de subsistencia deben padecer verdaderos atentados a su salud al ser rociadas sus tierras por miles de agrotóxicos lanzados inescrupulosamente desde el aire.

He visto numerosos animales muertos en una  aldea donde vivían nueve familias guaraníes. Peor aún: en el antiguo cementerio indígena local, los muertos enterrados más recientemente son dos hombres asesinados por esbirros de los terratenientes, y una mujer fallecida como consecuencia de la aplicación de agrotóxicos a menos de 15 metros de distancia de su vivienda. (mais…)

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Conclamação para a II Marcha Nacional contra o Genocídio do Povo Negro

marcha contra o genocídio 2

A Luta Transnacional contra o Racismo, a Diáspora Negra contra o Genocídio

A Campanha Reaja ou será Morta, Reaja ou Será Morto, diante da conjuntura de brutalidade, violência, superencarceramento e morte da população negra; diante do confinamento de comunidades inteiras em campos de concentração batizados de UPPs ou Bases de Segurança; diante das remoções forçadas de famílias inteiras para o benefício do capitalismo cujos defensores são os maiores investidores nos chamados jogos internacionais (Copa e Olimpíadas); diante do Estado de exceção constituído por leis que suprimem a própria lei garantindo execuções sumárias e extrajudiciais, prisões sem fundamentos e a barbárie generalizada no espaço urbano militarizado e perigoso para nossas vidas desprotegidas de iniciativas legais, ou submetidas a iniciativas legais de nosso abate; diante de instituições que deveriam garantir a efetivação de direitos que se calam e ajoelham frente aos nossos algozes; diante da nossa eliminação; diante da nossa execração quando mulheres são arrastadas por carros, jovens são amarrados em postes e linchados, suspeitos baleados agonizam em frente a policiais, comunidades inteiras submetidas a uma politica de controle, como se isso não bastasse para comprovar que estamos em uma guerra de genocídio racial; diante do silêncio de parte do movimento social, incluindo de negros e negras que está atrelado aos governo federal e locais que pautam os movimentos sociais com seus garotos de recado constrangidos fazendo seu trabalho em ano eleitoral, ao mesmo tempo em que os governos matam e humilham a população negra, elaborando e apresentando programas ineficazes e sem dotação orçamentaria e mandam seus mediadores e porta-vozes acalmar as vozes das ruas. (mais…)

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Luto: Morre Mercedes Baptista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio

Mercedes Baptista. Foto: Acervo Google
Mercedes Baptista. Foto: Acervo Google

 

Ícone da dança no Brasil, Mereces morreu na noite desta segunda, 18.

Retratorio

Ícone do cenário cultural brasileiro, a bailarina Mercedes Baptista morreu na noite desta segunda, 18, no Rio. A informação foi confirmada por Olivier Luciano, o Pelé, – como é conhecido no meio do samba carioca -, presidente da Acadêmicos do Cubango, pela qual em 2008, a bailarina foi homenageada sob o enredo “Mercedes Baptista: de passo a passo, um passo”. Sua história de luta e superação também foi tema do livro “Mercedes Baptista – A criação da identidade negra na dança”, do escritor Paulo Melgaço. Ainda não se sabe a causa da morte da artista.

Sobre Mercedes Baptista:

Mercedes Baptista nasceu em 1921, no município de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Ainda jovem, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, exercendo diversas atividades profissionais. Trabalhou em uma gráfica, em fábrica de chapéus e como não podia fugir a regra de grande parte das meninas negras de seu tempo, foi empregada doméstica. Trabalhou, também, em bilheteria de cinema; quando podia, assistia aos filmes; neste período acalentava o sonho dos palcos. Mobilizada por realizar seu sonho, começou a dedicar-se a dança. (mais…)

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RJ – Reconstituição mostra como corpos eram incinerados na Usina Cambaíba

Reconstituição mostra como corpos eram incinerados. Foto: Letícia Bucker, G1
Reconstituição mostra como corpos eram incinerados. Foto: Letícia Bucker, G1

Crime aconteceu em Campos durante o período da Ditadura Militar. MPF retomou as investigações sobre o caso

Por Letícia Bucker e Rafaela Lobo, no G1 Norte Fluminense

O Ministério Público Federal (MPF) começou na tarde desta terça-feira (19)  a reconstituição do caso sobre a incineração de corpos durante a Ditadura Militar na Usina de Açúcar Cambaíba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A ação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e a presença do ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo e ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), Cláudio Guerra, que prestou depoimento mais cedo no município.

Segundo o MPF, o outro a ser ouvido foi um ex-funcionário da usina, identificado como Erval Gomes da Silva, que disse à polícia  não conhecer Cláudio Guerra. De acordo com o Procurador da República em Campos, Eduardo Oliveira, entre os depoimentos houve muitas contradições que precisam ser melhor apuradas.

“Hoje não aconteceu a acareação, ou seja, os declarantes não foram colocados frente à frente. Nós ouvimos o ex-delegado Cláudio Guerra e o ex-funcionário Erval Gomes da Silva. Foram tantos pontos controvertidos, que a gente vai aguardar o momento mais propício e juntar mais informações. Entre os depoimentos de Cláudio Guerra e Erval Gomes houve muitas contradições, já que Erval nega que tenha participado de qualquer tipo de atividade de queima de corpos na Usina Cambaiba e já Cláudio Guerra diz o contrário”.

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Memória de Margarida Alves é celebrada no encontro de Mulheres Camponesas

Para fortalecer as lutas das mulheres do Oeste baiano | Foto: Claúdio Duarte
Para fortalecer as lutas das mulheres do Oeste baiano | Foto: Claúdio Duarte

“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”

Margarida Alves

Por Vanderleia Costa e Ana Paula Alves*, ASA

Cerca de 50 mulheres camponesas de seis municípios que compõem o Território de Identidade da Bacia do Rio Corrente – Santa Maria da Vitória, Canápolis, São Felix do Coribe, Coribe, Jaborandi e Tabocas do Brejo Velho – se reuniram no dia 12 de agosto, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santa Maria da Vitória, para debater as lutas e as resistências das mulheres no campo. 

Neste dia, há 31 anos, Margarida Alves, sindicalista e militante pioneira nas lutas pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil, foi assassinada por um pistoleiro a mando dos usineiros da região em Alagoa Grande na Paraíba. (mais…)

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A morte é também cultural. Salvador, cidade túmulo

Bar Galícia (Reprodução do site Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta)
Bar Galícia (Reprodução do site Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta)

*Lena Azevedo, em Reaja ou Será Morto, Reaja ou Será Morta

A morte é também cultural. No Pelourinho, dos espaços culturais frequentados por negras e negros da periferia resta muito pouco. O primeiro a sucumbir à perseguição das instituições municipais foi o Beco de Gal, em 2006. No ano passado, dois bares com tradição de eventos focados na negritude, o Sankofa African Bar e o Bar do Fua (nome oficial é Galícia), tiveram, em 9 de agosto de 2013, suas aparelhagens de som apreendidas pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo (Sucom), com apoio da Polícia Militar. As ações geraram uma manifestação nas redes sociais, por meio da campanha “Reação Sankofa: Contra a Criminalização dos Espaços Negros de Cultura” e um manifesto de artistas, produtores e frequentadores, feito a partir de uma audiência do Conselho Estadual de Cultura. Apesar do protesto, o Sankofa African fechou as portas. Um dos últimos pontos de resistência, o Bar do Fua, tem sofrido investidas constantes da PM e só não fechou de vez por conta da resistência da dona do local,Tatiane Dórea. (mais…)

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Pescadoras de todo Brasil debaterão direitos previdenciários e saúde de qualidade em Encontro Nacional

ANP-MarcaNo Encontro da Articulação Nacional das Pescadoras (ANP), serão levantadas as temáticas das doenças ocupacionais e como garantir junto ao Estado os direitos previdenciários desses grupos tão importantes para a segurança alimentar do brasileiro

Por CPP

Pensar perspectivas para trabalhar os problemas da saúde da mulher pescadora artesanal, no que tange as doenças ocupacionais, e em como garantir seus direitos previdenciários junto ao Estado brasileiro são alguns dos temas do Encontro Nacional da Articulação Nacional das Pescadoras (ANP). O evento, que é realizado pela quarta vez, acontece entre os dias 26 e 29 de agosto, em Pontal do Paraná/PR, e irá reunir cerca de 100 pescadoras de todo Brasil, organizações e representantes dos Ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e da Pesca.

As pescadoras e marisqueiras de todo país são responsáveis por colocar na mesa dos brasileiros alimentos de qualidade, no entanto, vivem em situações de vulnerabilidade no exercício do trabalho e não possuem o devido reconhecimento do Estado. A grande exposição aos raios solares, as longas jornadas de trabalho, o contato com águas poluídas, ocasionado principalmente pelas indústrias, são alguns dos motivos que acarretam problemas de saúde nesses grupos. (mais…)

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CONANDA apura suicídios de índios adolescentes

cocarPor Carlos Nicodemos*, em SRZD

O CONANDA- Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, órgão deliberativo e controlador das políticas de proteção especial dos direitos humanos de crianças e adolescentes no Brasil, deliberou em sua última assembleia, nos dias 13 e 14 de agosto de 2014, apurar a situação das mortes por suicídio de adolescentes da aldeia Guarani-Kaiowá, localizada no estado do Mato Grosso do Sul.

De acordo com dados apurados pelo Portal Fórum, entre os anos de 1986 a 1997 foram registradas 244 mortes por suicídio entre os Guarani-Kaiowá.

Os números são assustadores, pois apontam que nos últimos dez anos o suicídio praticamente triplicou, registrando entre 2000 a 2013, 684 casos.

Estes dados foram consolidados nos relatórios do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI/MS) denominado “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil”, que já tratamos aqui no Blog Minuto Brasileirinho.

O Procurador da República Marco Antônio Delfino de Almeida, do Ministério Público Federal (MPF) em Dourados (MS) investiga o caso e aponta não somente a falta de programas que possam atender as demandas dos povos indígenas, mas também a pratica recorrente de discriminação e ódio étnico da sociedade local.

Para além da ausência das políticas necessárias do Poder Público, somos sabedores que o processo histórico de demarcação de terra indígena no Brasil é a principal causa deste cenário desolador.

Pode-se citar como exemplo a densidade demográfica em Dourados que é acima de qualquer média nacional, demonstrando bem a política que se adotou nos últimos anos no Brasil sobre este tema para o povo indígena. (mais…)

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Ricardo Ventura Santos, pesquisador da ENSP/Fiocruz, fala sobre Políticas Públicas e Povos Indígenas no Brasil

Em entrevista à ENSP TV, o pesquisador da Escola e coordenador do Grupo de Trabalho Demografia dos Povos Indígenas no Brasil da Associação Brasileira de Estudos Populacionais (Abep), Ricardo Ventura Santos, fez uma análise sobre os dados apresentados pelo IBGE na 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que mostram um crescimento importante desta população e as desigualdades ainda existentes em diversos planos acerca dessa sociedade, explicando também como os resultados podem resultar em políticas públicas voltadas para eles.

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