Filme etnográfico narra histórias de artesãs em Alcântara (MA)

por Carol Neves, Fapema

A vida das mulheres no quilombo de Itamatatiua em Alcântara – MA começa cedo. A rotina inicia em buscar água potável na fonte, cuidar da lavoura, colocar os animais no pasto, arrumar as crianças para ir para a escola e então ir para o trabalho, no Centro de Produção de Cerâmica. Louças das mais diversas são produzidas pelas artesãs de Itamatatiua, que acabaram criando uma identidade para a comunidade onde vievem, com o artesanato local.

A designer gráfico, Raquel Noronha e sua equipe, acompanharam a rotina e registraram no dia-a-dia, o ofício dessas artistas. Esse registro tornou-se um documentário de 15 minutos, chamado “À mão e fogo”, tendo sido um dos filmes participantes do 37° Festival Guarnicê de Cinema, em São Luís – MA.

O curta metragem faz parte do projeto Iconografias do Maranhão, coordenado pela professora mestre Raquel Noronha e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, por meio do edital Universal 2012.

A produção do audiovisual teve duração de oito meses e captou cerca de 200 horas de conversas e imagens junto às artesãs participantes do filme. A equipe do projeto, estudantes do curso de Design da Universidade Federal do Maranhão – UFMA participou de oficinas de roteiro e filmagem. Cada etapa da produção foi realizada junto às artesãs, que colaboraram na construção da narrativa do filme. (mais…)

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Licença prévia para mineroduto da Manabi será votada nesta semana em Minas Gerais

Em nota, entidades classificam o mineroduto como ”saque das águas” e alertam para impactos às comunidades tradicionais

Any Cometti, Século Diário

Nesta quinta-feira (14), será votada no Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) de Minas Gerais a emissão da licença prévia (LP) para o início das instalações do mineroduto Morro do Pilar – Linhares, empreendimento da Manabi que ligará a mina de extração de minério ao superporto de exportação planejado para o litoral norte capixaba.

A LP seria votada em uma reunião no último dia 21 de julho. Entretanto, de acordo com o jornal mineiro O Tempo, conselheiros componentes do Copam ligados aos Ministérios Públicos Federal e Estadual, as federações da indústria (Fiemg) e da agropecuária (Faemg) e universidades federais pediram vistas do projeto. Como informa o jornal, a capacidade dos recursos hídricos e a presença de comunidades quilombolas na área afetada estão entre as principais polêmicas do processo.

O Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) do mineroduto ignora completamente a presença de 15 comunidades quilombolas identificadas no traçado do minerpduto, e sequer as considera em sua área de impacto direto, o que pode provocar a fragmentação desses povos, como alertou, em entrevista ao O Tempo, a professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Andréa Zhouri, que também é coordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta/UFMG). (mais…)

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Forças Armadas receberão pedido para admitir tortura nos quartéis

A prática da tortura nos quartéis brasileiros ainda não foi admitida pelas Forças Armadas (Foto: CdB)
A prática da tortura nos quartéis brasileiros ainda não foi admitida pelas Forças Armadas (Foto: CdB)

Por Redação Correio do Brasil

O Estado Maior das Forças Armadas receberá, nos próximos dias, um novo pedido da Comissão Nacional da Verdade para que Exército, Marinha e Aeronáutica esclareçam os casos de tortura e morte de presos políticos ocorridos em dependências militares durante os Anos de Chumbo. A comissão dará início, ao mesmo tempo, a uma série de iniciativas, como debates, pronunciamentos, entrevistas e notas públicas, destinadas a pressionar os comandantes militares a reconheceram publicamente que as Forças Armadas cometeram violações de direitos humanos naquele período.

Com esta nova campanha, a Comissão da Verdade visa obter dos militares um pedido formal de desculpas. Sem essa iniciativa será quase impossível obter a reconciliação nacional, um dos três principais objetivos da Comissão da Verdade, segundo seu atual coordenador, advogado Pedro Dallari. Os outros dois objetivos são a verdade e a memória. (mais…)

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MG – Moradores de ocupações se acorrentam em frente ao Palácio da Liberdade

Foto: Dandara Resiste
Foto: Dandara Resiste

Hoje em Dia

Dezenas de moradores de terrenos da Granja Werneck, na região do Isidoro, zona Norte de Belo Horizonte, se acorrentaram em frente ao Palácio da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (11). Os manifestantes protestam contra a ordem de despejo de oito mil famílias expedidas pela Justiça. O cumprimento da decisão  e reintegração de posse pode ocorrer a qualquer momento.

“Vamos ficar aqui por tempo indeterminado, até que o governador Alberto Pinto Coelho suspenda a operação de desocupação. São oito mil famílias que serão despejadas. Se isso vier a acontecer, vai ser um massacre em Minas Gerais”, declarou Rafael Bitencourt, membro das Brigadas Populares. (mais…)

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MPF/PR: Furnas realizará estudos para indenizar comunidade indígena

Viabilização do estudo foi acordada durante reunião promovida pelo MPF/Apucarana entre Funai, Furnas e índios Kaingang

Procuradoria da República no Estado do Paraná 

No último dia 6 de agosto, o Ministério Público Federal em Apucarana (MPF/PR) promoveu uma reunião pública entre os índios Kaingang da Terra Indígena (TI) de Queimadas, Furnas Centrais Elétricas e a Fundação Nacional do Índio (Funai). O objetivo foi dar início ao processo de licenciamento corretivo de Linha de Transmissão de alta-tensão que corta a terra indígena.

Na reunião, que ocorreu no município de Ortigueira, a Funai se comprometeu a fornecer Termo de Referência para que Furnas realize estudos visando indenizar e compensar a comunidade indígena pelos danos socioeconômicos, ambientais e culturais sofridos deste a instalação da linha. Além disso, os estudos deverão corrigir e mitigar os impactos gerados e formalizar as formas de acesso de Furnas à área para manutenção periódica das torres. Também ficou definido que Furnas apoiará as atividades produtivas dos indígenas, inicialmente, ao longo dos estudos de licenciamento.

Para o procurador da República em Apucarana, Raphael Otávio Buenos dos Santos, as iniciativas devem ter impacto positivo em todo o processo. “Todos os órgãos envolvidos demonstraram compromisso em promover o processo de licenciamento corretivo com celeridade, reconhecendo a importância e urgência que a situação requer. Mas o processo é complexo e demorado pela própria natureza, não podendo ser promovido com atropelos. Reconhecendo sua responsabilidade pela situação, Furnas se comprometeu, na qualidade de empreendedor, a imediatamente passar a prestar assistência à população indígena da TI Queimadas, o que mitigará eventual demora do processo de licenciamento corretivo”.

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Comissão da Verdade do Rio confirma tortura em hospital militar durante ditadura

Isabela Vieira- Repórter da Agência Brasil

A Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro comprovou hoje (11) o primeiro caso de tortura dentro de um hospital militar, no período da ditadura. Hoje (11), a CEV divulgou laudo pericial confirmando que, por pelo menos três vezes, o engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira sofreu tortura, inclusive às vésperas de sua morte, no Hospital Central do Exército (HCE), em Triagem, na zona norte do Rio. Raul passou 12 dias em poder dos militares.

Com base em vasta documentação oficial e no laudo cadavérico, o médico-legista da CEV Nelson Massini revelou que Raul tinha lesões pelo corpo adquiridas durante a internação no HCE, para onde foi levado no quarto dia de prisão, 4 de agosto de 1971. O ativista tinha contusões no tórax, nas pernas e nas coxas, o que indica que foi atingido com socos, mas principalmente com pontapés e por meio de instrumento não identificado. O uso de choque elétrico não foi descartado.

Segundo Massini, a coloração dos hematomas em Raul é contundente para estimar os dias em que a vítima foi torturada. “O laudo [cadavérico] traz detalhadamente a cor e o espectro das lesões, com os quais se pode detalhar a evolução regressiva delas. Ele tem lesões dos dias 6 e 7 de agosto e, por fim, do dia 11. Essas últimas, vermelhas [que são as mais recentes], em pontos diferentes, sinal de que, no dia [da morte], ele foi espancado e o legista detalhou isso no laudo”, informou. (mais…)

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Cientistas entregaram ao Papa, em maio, documento condenando transgênicos

transgenicos_12Su Santidad
Papa Francisco
Palacio Apostólico
00120 Ciudad del Vaticano

De nuestra mayor consideración,

Con el mayor respeto, nos dirigimos a Su Santidad por un tema de gran preocupación y alcance global: los cultivos transgénicos y su impacto sobre las poblaciones rurales y urbanas, sobre la soberanía alimentaria de los pueblos y sobre la naturaleza, la tierra, el agua, las semillas y las economías, principalmente de los países del Sur global.

Quienes firmamos esta carta somos científicos y expertos que hemos investigado el tema por décadas, dedicando gran parte de nuestras vidas profesionales a ello, por lo que conocemos el tema en profundidad en sus diversos aspectos: como biólogos, agrónomos, genetistas, físicos y otras áreas. Algunos de nosotros somos responsables de haber planteado por primera vez, en el mundo, el debate público sobre estos cultivos y sus implicaciones. También procuramos apoyar con nuestros conocimientos científicos a diferentes movimientos campesinos en nuestros países y en el mundo, como la Vía Campesina.

El tema de los transgénicos no es solamente un debate científico y técnico, tiene además fuertes ramificaciones económicas y políticas. Sin embargo, muchos científicos que defienden los cultivos transgénicos ocultan la mayoría de sus problemas e incertidumbres científicas, así como el hecho de que con los transgénicos, las grandes corporaciones de agro-negocios avanzan hacia el control absoluto del sistema agroalimentario.

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Letalidade da PM é escandalosa, diz diretor da Anistia Internacional no Brasil

Atila Roque é diretor da Anistia Internacional no Brasil – Foto: Arquivo Pessoal
Atila Roque é diretor da Anistia Internacional no Brasil – Foto: Arquivo Pessoal

A polícia de São Paulo, destaca o diretor, matou em apenas 6 meses, aproximadamente, quase o que todas as polícias dos Estados Unidos matam em um ano

André Caramante, Ponte

No país há uma “classe perigosa”, composta por jovens negros e moradores da periferia. É com esta premissa que opera a repressão policial no país, afirma o diretor da Anistia Internacional no Brasil, Atila Roque.

Em entrevista à Ponte, Roque diz ainda que existe, por parte da sociedade, grande aceitação das mortes cometidas pelos agentes das forças de segurança, principalmente devido à forma como normalmente esses crimes são retratados pela chamada “grande mídia”. A seguir, a entrevista com Roque: (mais…)

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40 anos do martírio de Frei Tito: reflexão sobre política e libertação

Foto: Coletivo Frei Tito Vive
Foto: Coletivo Frei Tito Vive

Marcela Belchior,  ADITAL

Rememorando a história política brasileira e congregando gerações em torno de ideais sociais, o Coletivo Frei Tito Vive celebrou, na última semana, a luta do frade dominicano que sofreu dura repressão do Regime Militar no Brasil (1964-1985). Nos dias 08 e 09 de agosto, na cidade de São Paulo, uma extensa programação debateu o legado do militante, encerrando o período de comemorações que se deu ao longo de 2014.

Neste mês de agosto, completam-se 40 anos que Tito de Alencar foi induzido ao suicídio, na França, devido às torturas sofridas pela ditadura, quando tinha apenas 28 anos de idade. Nascido na cidade de Fortaleza (Estado do Ceará), ele foi diretor da Juventude Estudantil Católica, estudou Filosofia na Universidade de São Paulo (USP) e, em 1968, foi preso por participar do congresso clandestino da União Nacional dos Estudantes (UNE), na cidade de Ibiúna (Estado de São Paulo). Tornou-se, então, alvo de perseguição da repressão militar. (mais…)

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Brasília: Presidente do COPAI lança o livro “Biopirataria e Povos Indígenas”, 18/08, às 21h

capa livro samia

OAB/MS

A Conselheira Federal e presidente da Comissão Permanente de Assuntos Indígenas (COPAI) da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), Samia Roges Jordy Barbieri, lança o livro “Biopirataria e povos indígenas”. O lançamento da publicação será no dia 18 de agosto, no Conselho Federal da OAB, em Brasília.

Baseado em sua tese de doutorado, defendida em 2011, o livro escrito por Samia discute a prática da biopirataria, que transforma a biodiversidade em produto, em que são apropriados a cultura, saberes e medicina tradicional dos povos indígenas sem a repartição equitativa dos lucros obtidos com a venda dos produtos. A publicação expõe a existência de dois mundos, onde, de um lado o capitalismo visa o lucro a qualquer preço, de outro, está o patrimônio cultural imaterial dos povos indígenas. (mais…)

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